Capítulo VI

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Quando James acordou, já no dia seguinte, demorou alguns minutos para entender onde estava. A claridade invadia a sala tornando a simples tarefa de abrir os olhos completamente, muito, mas muito difícil.

O cheiro de café e panquecas pairava no ar fazendo seu estomago roncar. Tentou mexer os braços para tapar o rosto e dormir mais um pouco, porém um peso não o deixou continuar. Olhou para baixo e sentiu seu coração saltar dentro do peito, para então derreter completamente.

Regulus estava agarrado a sua cintura, com o rosto na altura de seu peito, ele dormia tranquilamente, alheio a toda a falação de seus sobrinhos na cozinha e o sol que tomava parte de sua face deixando a pele branca reluzente. Uma de suas mãos ainda estava entre os fios negros e a outra próxima a seu rosto.

Suspirou com aquela imagem e passou a respirar com cuidado para que o Black não acordasse. Começou um cafuné calmo e com a mão livre passou a ponta dos dedos por sua bochecha, delineando seus ângulos calmamente.

Como podia ser tão lindo?

Viu o moreno franzir o cenho levemente e soltar um pequeno murmúrio e então virar o rosto para o outro lado, fazendo o Potter rir bem baixinho.

James escutou vozes se aproximando e pensou em acordá-lo, mas seu sono parecia tão tranquilo que desistiu, apenas sinalizou silêncio para Euphemia, que entrava na sala com Cass em seu colo.

A mais velha arqueou uma sobrancelha abrindo um leve sorriso, enquanto Cassiopeia comia um bolinho e tinha a mamadeira cheia de achocolatado agarrada em seu braço, parecia alheia aos adultos a sua volta.

- Não vão tomar café? - Perguntou bem baixo analisando a posição em que estavam. James suspirou, estava com fome, mas ainda mais com vontade de ficar ali, naquela posição para sempre velando o sono de Regulus.

- Quando o Reggie acordar – Respondeu no mesmo tom sem parar com a carícia nos cabelos do Black. O bolinho de Cassiopeia acabou, e a garotinha no colo da avó atiçou as perninhas para descer e voltou correndo para cozinha. O homem encarou a mãe que tinha um sorriso no rosto e as mãos na cintura - O quê?

- Vocês costumavam dormir assim quando crianças filho – Se sentou na beiradinha no sofá levando a mão até a perna descoberta de Regulus e começou uma leve carícia – Ele se enroscava em você e você nele, seu pai vivia colocando vocês na posição certa, mas quando acordávamos... Lá estavam vocês – James sorriu vendo sua mãe encarar Regulus de maneira maternal, o amor transbordava em seus olhos e se sentiu emocionado por isso. Não só por Euphemia, mas como por Regulus, sabia que além de si, ele encontraria amor e apoio em sua família, que sempre tratou como sua própria - Olhando para vocês dois agora, sinto meu coração mais leve - Retirou os óculos e James soube que a mulher estava emocionada - Lembro-me de como senti medo quando conversei com Andrômeda, ela estava assustada e ao mesmo tempo tão forte enquanto falava das coisas que estavam acontecendo com ele. Penso em tudo que nosso menino já teve que passar e continua aqui, lindo, sereno e forte.

James engoliu em seco e voltou seu olhar para o rosto sereno do homem em seu colo. Pensou em alguns anos atrás na confusão que sua pequena cabeça deveria estar, em como deveria ter sido uma fase difícil e em meio a toda confusão parou para pensar como deveria ter sido sua infância, sua adolescência o início de sua vida adulta. Sentia necessidade de saber de sua vida, de sua história.

- Quem diria né? - Encarou sua mãe, que novamente voltou a falar – A vida gira, coisas acontecem, mudanças ocorrem, mas ela sempre coloca as peças no lugar que deveriam estar - O homem latino sorriu se lembrando de quando sua avó costumava lhe dizer as mesmas palavras. Sua avó sempre lhe disse isso, mas quando se tem oito anos, não se da muito ouvido para as coisas que são ditas pelos mais velhos, principalmente se isso for relacionado ao tempo.

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