🐚 ── Annabeth's POV:
Já estava quase dando o horário para ir na praia com o Percy. Eu não tenho a menor ideia do porquê eu falei para gente se encontrar. Sempre vejo as minhas irmãs saindo com pessoas, e eu nunca entendi como, já que não podemos falar... Mas elas parecem conseguir isso de forma tão natural, sabe? Eu acho que essa decisão foi mais por impulso do que porque eu realmente queria... Sabe, depois de tantos contribuindo para assassinatos ─ mesmo que de forma indireta. ─, chega um momento que sua cabeça começa a pirar. Eu já faço isso a 51 anos, ainda estou praticamente na metade do contrato, tem muito mais tempo pela frente, e quando esse tempo acabar, eu não vou me lembrar de nada. Absolutamente nada. Vai ser como se eu tivesse voltado a ser uma garota de 17 anos normal. E para piorar, vai ser em um tempo muito mais avançado no futuro, aonde eu provavelmente não vou entender nada... O ponto que eu quero chegar é: minhas irmãs sempre insistiram para mim fazer qualquer tipo de coisa para me animar, por causa dos meus pesadelos com as vítimas dos afogamentos, e eu sempre fui muito fechada com esse tipo de assunto... Mas Percy parece ser uma pessoa legal, daqui à uns dez anos, ele não vai nem se lembrar quem eu sou, então não vai fazer diferença passar um tempo legal com ele agora.
Peguei um vestido branco ─ não é como se eu tivesse muitos de outra cor. ─, arrumei meu cabelo, peguei minha bolsa com coisas essenciais, como: livros, gloss, prendedor de cabelo, protetor solar, um caderninho para anotações e desenhos, e uma pequena bolsinha com lápis.
─ Vai sair? ─ Silena apareceu no momento que eu iria sair pela porta, com um sorriso lindo no rosto, mas ainda desconfiado.
─ Ah... Sim. Vou a praia.
─ Que você vai a praia eu percebi... Mas de novo?
─ O que tem? ─ Pensei em mil e um motivos pelo qual ela poderia estar desconfiada, e o primeiro motivo foi Percy.
─ Não... Nada. Fico feliz que você esteja fazendo algo que gosta, além da arquitetura. ─ Ela sorriu e eu senti um peso saindo das minhas costas. Não gosto de mentir para minhas irmãs, mas se eu contasse a elas que eu estou indo ver um garoto, obviamente isso viraria fofoca, que chegaria aos ouvidos da Água. E a Água tem regras muito restritas sobre as sereias.Quer saber as regras? Tudo bem, vou lhe contar algumas.
⋅ Para se tornar sereia, não pode ser mãe;
⋅ As Sereias devem sempre morar em; lugares perto da Água;
⋅ Não podemos contar para ninguém nosso segredo;
⋅ Só podem existir 6 sereias ao mesmo tempo;
⋅ E por fim, não podemos ter paixões.Não estou dizendo que estou apaixonada por Percy, mas a Água é muito ciumenta e possessiva, assim que descobrisse isso, Ela iria achar sim que eu estava apaixonada.. Ah sim, a última é meio contraditória já que eu contei que minhas irmãs ficam com pessoas, mas esse é o caso, elas apenas ficam, não há sentimentos, e se houve alguma vez, com certeza a Água descobriu... Ou elas esconderam muito bem.
🌊 ── Percy's POV:
Eu estava sentado na areia mexendo no celular, até sentir alguém cutucar meu ombro. Viro-me para trás e vejo Annabeth.
─ Oi, Annabeth. ─ Eu disse e ela sorriu para mim. Dei tapinhas para ela se sentar ao meu lado na areia e assim ela o fez.
─ Como estão suas amigas? ─ Sim, eu fiquei acordado a noite toda pensando no que falar com ela e como agir, para simplesmente perguntar sobre as amigas. Ótima jogada, Jackson. Ela abriu seu caderninho e passou algumas páginas, e eu pude ver vários desenhos de construções, casas e coisas assim. Ela realmente tinha talento.
─ Espera... Esses desenhos. Foram você quem fez? ─ Eu disse, e ela ficou com as bochechas extremamente coradas. ─ Oh... Me desculpe! Eu não queria te deixar constrangida e... ─ Ela riu da minha cara. Foi fofo? Sim. Fiquei irritado? Nem um pouco. Fiz cara de emburrado? Com certeza. Ela começou a escrever no caderno: ─ "Sim, fui eu quem desenhei. Sonho em ser arquiteta um dia, e minhas amigas estão bem. Na verdade, elas são minhas irmãs sim. Eu estava te zoando."
─ Nossa, Annabeth, você gosta de tirar uma com a minha cara né? ─ Eu olhei para ela, e ela fez uma carinha de criança sapeca. ─ Tenho cara de palhaço por acaso? ─ Ela fez que sim com a cabeça. Nós dois caímos na risada.De alguma maneira, o assunto começou a fluir, e conversamos de várias coisas. Ela disse as garotas não eram irmãs de sangue, mas todas também eram mudas e que a mais velha, Calypso, cuidava de todas como se fossem bebês, foi engraçado ver a expressão de Annabeth enquanto ela escreveu com muitos pontos de exclamação que ela tinha quase 18 anos, e não era mais um bebê. Contei um pouco sobre minha família, quando perguntei sobre a dela... O sorriu dela tremeu e ela encarou o chão.
─ Annabeth, desculpe.. Não sabia que isso era um tópico sensível para você e... ─ Ela escreveu no caderno que estava tudo bem, e escreveu também que perdeu os pais num acidente de navio há um tempo atrás. Não toquei mais no assunto a tarde inteira.
Chamei ela para ir no mar, e o sorriso dela tremeu de novo. Será que ela tinha algum trauma envolvendo o mar, por conta dos pais? Mudei de assunto rapidamente, e começamos a caminhar pela praia, apenas eu falava e fazia perguntas, ela mexia a cabeça, fazia expressões e gestos para me responder, o que eu particularmente achei muito fofo. Nós entramos num assunto de culinária e eu, obviamente, comecei a me gabar por ser um ótimo cozinheiro, não consegui manter a mentira por muito tempo. Eu gosto de cozinhar? Sim. Sou bom? Nem um pouco. Ela escreveu que era boa em algumas coisas, e que se eu quisesse, poderia cozinhar um bolo para mim.
─ Tenho 2 perguntas. ─ Ela fez um sinal para mim perguntar.
─ Primeira: Por que não cozinhamos juntos? ─ Eu sorri e ela cruzou os braços e levantou uma sobrancelha. ─ Segunda: Pode ser um bolo azul? ─ Expliquei para ela o quanto eu gosto da cor azul, e sobre minha mãe fazer comidas azuis para mim. Ela escreveu que se fossemos cozinhar juntos, eu teria de obedecê-la a todo custo, e que poderia sim ser um bolo azul, mas ela queria partes em roxo também.Quando estávamos chegando em um acordo, já estava começando a anoitecer, e ela escreveu que tinha que ir.
─ Tudo bem, Sabidinha. Vamos marcar um dia para você ir lá em casa e a gente cozinhar um bolo azul e roxo. ─ Ela me olhou com cara feia quando eu a chamei de "Sabidinha", mas então escreveu na folha: ─ "Tudo bem então, Cabeça de alga."
─ Ei?! Por que eu sou cabeça de alga? ─ Ela fechou os olhos, mordeu os lábios e começou a rir. Parecia que o tempo havia parado. Aquela cena, e muitas outras de hoje mais cedo, iriam ficar gravadas em minha mente para sempre. Como pode.. Alguém ser tão linda naturalmente daquele jeito? Eu precisava, pelo menos, continuar sendo amigo dela, tipo, para sempre.
─ Você pode... Me passar seu número? Sabe, pra gente marcar. ─ Ela pareceu pensar por uns segundos, e então escreveu algo no papel, rasgou e me entregou. Nos despedimos, e ela seguiu seu rumo.Comprei um sorvete e sentei na areia de novo. Abri o papel.
─ "Talvez eu demore para responder, mas aqui está. XXXX-XXXX, Annabeth."
Dei o sorriso mais feliz do mundo. Fiquei na praia por mais algumas horas, pensando em como mandar mensagem e como agir no dia do bolo ─ se a gente realmente fosse fazer. ─. Decidi ir para casa. Estava cansado e suado. Assim que eu me arrumasse, iria mandar mensagem para Annabeth.
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🐚 ─ The Siren from 1989 ୭ ˚. (Percabeth) ᵎᵎ
FantasyHistória inspirada no livro "A Sereia" criado por Kiera Cass. ── Annabeth se tornara uma Sereia à muitos longos anos atrás, sendo servente de Água. Ela estava decidida a seguir as regras de Água a risca e a todo custo, até conhecer um garoto chamad...