🐚 ─ The Siren from 1989 ୭ ˚. (Percabeth) ᵎᵎ

A Sereia ─ cap. 7 ୭ ˚.

🥥 ── Calypso's POV:

Eu sempre costumo acordar cedo, mas desta vez, quem me acordou, fora Annabeth. Assim que eu abri a porta, e vi o desespero na cara da garota, a puxei para dentro imediatamente.

  ─ Annie? O que aconteceu? Você está bem? ─ Eu disse, e ela se sentou no sofá. ─ Você veio pela água, certo? Está toda encharcada. ─ Ela fez que sim com a cabeça.
  ─ Desculpe. Mas eu precisava muito te ver.
  ─ Aconteceu alguma coisa? ─ Ela fez que sim novamente com a cabeça. Annabeth não iria viajar pela Água até o continente europeu sem nenhum motivo.
  ─ É sobre seus pesadelos?
  ─ Não.. Na verdade.. ─ Ela respirou fundo e eu sentei-me ao seu lado.
  ─ Caly... Você já se apaixonou? ─ Annabeth me olhou com um olhar extremamente sincero, mas ainda sim um olhar que gritava "Socorro." Respirei fundo e segui.
  ─ Provavelmente. Não me lembro. Por que?
  ─ Porque eu estou. E estou ferrada.
  ─ O que..? Como assim, Annie?
  ─ Acho que você já sabe que eu e as outras nos mudamos para o Rio, no Brasil, país Natal da minha mãe. ─ Fiz que sim com a cabeça. Ela continuou: ─ Conheci um garoto na praia. Ele é lindo. Diferente dos outros caras que se aproximam da gente por causa da beleza feita pela Água, ele se aproximou de mim por causa de quem eu realmente era. Eu me senti... Especial. Pela primeira vez, fiquei semanas sem ter pesadelos. De verdade. Se a Água descobrir isso, vai me puxar para o fundo, e me fazer pagar. ─ Ela começou a chorar novamente, e eu a abracei. Respirei fundo. Fazia tempos que eu não falara sobre aquilo, muito menos pensara sobre contar pra alguém.

  ─ Sim, já me apaixonei. Mas isso foi antes de virar sereia. Não me lembro do nome dele, nem de sua aparência... Mas eu me lembro de estar perdidamente apaixonada. Nós tivemos uma filha... Mas ele não queria me assumir e nem assumir nossa filha. Sabendo a desgraça que seria para minha família, contei apenas para meus avós, que eram gentis comigo, e eles me ajudaram em tudo. ─ Respirei fundo e fechei os olhos. Podia sentir o choque e a tensão de Annabeth ao meu lado. Continuei: ─ Depois que minha filha nasceu, estava indo tudo bem.. Até que eu percebi que precisava fazer o pai dela ter contato com ela, nem que fosse só um dia. Justo naquele dia, eu resolvi ir de barco. Deixei minha filha com meus avós e embarquei para ir atrás dele. Então o navio naufragou. E eu me tornei Sereia.
  ─ O que? Como?... As regras.. Você sabe.. nada de mães.. esposas..
  ─ Deste aquele dia em diante, toda vez que eu entrava na Água, eu esquecia completamente os pensamentos sobre minha filha ou minha vida passada, e com o tempo, você se esquece naturalmente.
  ─ Como você apagou os pensamentos?
─  Não dá para apagar pensamentos, Annabeth. Eles ficam para sempre. Eu apenas os jogava no lugar mais fundo de minha mente. E sem perceber, você fez isso.
  ─ Eu?... O que?
  ─ Você veio pela Água, certo? ─ Ela fez que sim. ─ Você, mesmo que inconscientemente, jogou os pensamentos sobre este garoto no fundo da mente. ─ Annabeth encarou o chão. Na verdade, ela parecia sem chão.
  ─ Sua filha.. Ela..
  ─ Ela já se foi. Eu acompanhei o crescimento dela, por isso nunca pude ficar sempre morando com você e com as outras sereias. Desculpe por isso. ─ Annabeth sussurrou um "não, está tudo bem." e segurou minha mão. A puxei para perto e ela se deitou em meu peito, comecei a cantalorar qualquer coisa, para ver se ela se acalmava.
  ─ Em alguns meses.. Você volta para a vida normal, certo?
  ─ Sim.
  ─ Já sabe o que vai querer?
  ─ Sim. Quando estivermos todas reunidas, eu, você, e as outras, eu conto o que eu planejei. ─ Annabeth concordou e ficamos em silêncio. O tempo passou e voltamos a conversar, contei para ela que o nome da minha filha era Kahlen, e que ela faleceu em 2020. Ambas concordamos em guardar os nossos segredos. Passamos o dia juntas, conversamos, jogamos jogos, desenhamos.. Enfim. Quando já estava anoitecendo, Annabeth disse que precisava voltar e eu fui levá-la até a porta dos fundos, para ela voltar para Água.

  Antes de ir, ela se virou e disse:
  ─ Caly... Então, você acha que.. eu e ele.. Podemos dar certo? Você acha que é possível?..
  ─ Sim, Annie. É possível. ─ Eu disse e ambas sorrimos. Ver Annabeth partir me doeu um pouco. De todas as sereias que eu já convivi, ela parecia ser a mais humana de fato, também foi a que mais se importou comigo. Eu esperava de fato que ela e o garoto pudessem dar certo.