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Finalmente chegou a segunda-feira, finalmente chegou o dia em que eu enfrentarei Love frente a frente, seja lá quem ele for

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Finalmente chegou a segunda-feira, finalmente chegou o dia em que eu enfrentarei Love frente a frente, seja lá quem ele for.

Apenas tenho um probleminha, nós estamos na mesma instituição, na mesma faculdade, entretanto, sou eu quem está no território dele.

Sinto até um pouco de receio, tenho uma pontada de medo de que isto tudo seja uma espécie de emboscada e que dessa forma eu acabe caindo direto nos braços do amor.

Isso me deixa nervoso, de um jeito bom, de um jeito muito bom.

As vezes sinto que pegar e prender love é o meu maior objetivo de vida, como se eu não devesse fazer nada mais a não ser o pegar.

Não consigo imaginar uma satisfação maior do que saber que fui eu quem o encontrei, sinto a excitação correndo por cada poro de meu corpo, dominando as minhas células e crescendo em meu peito de uma forma que a muito ele não fazia.

E então, vocês me perguntam:

"Mas Tobio, melhor detetive desse planeta, agente 001, por quê toda essa ambição para pegar ele?"

Simples, ele é um criminoso e merece estar atrás das grades, não sei se eu já comentei sobre a forma que ele trata as suas vítimas..chega a ser peculiarmente curiosa.

A forma que todos os corpos são encontrados como se estivessem felizes antes da execução, o jeito que ele cobre e cuida dos corpos antes de sair para que não os encontremos nus, ele limpa qualquer vestígio.

Por exemplo, quando o corpo morre, ele perde todas as forças, isso é óbvio, então, tudo que estiver dentro dele antes poderá sair após a execução, como fezes, urina, e ainda tem os gases que o estômago solta, ele limpa tudo, absolutamente tudo.

Da primeira vez que eu vi um corpo que foi deixado pelo Love eu cheguei até mesmo a me assustar, ele é tão cuidadoso que as vezes eu paro para pensar: "seria que ele é mesmo tão ruim assim?"

Muitos agentes acham que se trata de uma mulher, porquê segundo eles, homens não teriam o cuidado de cobrir os corpos, seja de homem ou de mulheres.

Mas isso não importa, o importante é o encontrar, o mandar para trás das grades e enfim saber de tudo isso através de suas respostas, eu obviamente farei um interrogatório bem longo sobre todos os motivos dele fazer essas coisas, então pode me aguardar love, valete irá o pegar.

Hoje não poderei ficar além do horário, tenho coisas mais importantes para tratar com minha irmã e com um amigo.

- boa recepção! - escutei gritos altos de dentro de uma quadra da faculdade, eu sabia que tinha uma quadra de vôlei aqui, mas não que eles vinham tão cedo para poderem jogar.

Eu cheguei aqui duas horas antes do que deveria, queria conhecer o lugar por mim mesmo, saber onde fica cada espaço, o que eu posso fazer caso aconteça um confronto, e saber os horários que cada um chega, mas porra, eu sinceramente nunca viria tão cedo para algo que eu posso facilmente evitar e que não mudará a minha vida em absolutamente nada.

Mas já que estamos aqui..

Me aproximei da porta tentando espiar o que acontecia lá dentro, era apenas um bando de marmanjo com algumas garotas em volta gritando o tanto que eles são bonitos, fortes, altos, gostosos e essas coisas, credo, são pick me girls.

- ei, você aí - um cara falsamente loiro com um arquinho na cabeça me chamou, pude ver todos os pescoços se virando para a minha direção, isso é desconfortável, eu costumo ser discreto, mesmo com a minha cara de cú. Justamente por isso, o incomodo dos olhares sobre mim - não fique apenas olhando, entre aqui e venha jogar - me chamou, por quê eu ainda não fui embora mesmo?

- obrigado, mas eu passo - estava pronto para ir embora quando escutei outra voz.

- treinador, acha mesmo que esse cara sabe jogar alguma coisa? - debochou com a voz risonha - olha para ele, é apenas um riquinho metido a besta, aposto que não sabe nem sequer levantar uma bola - um riso desacreditado escapou de meus lábios, eu sabia que era uma emboscada, eu sabia que ele estava me provocando, mas sinceramente, foda-se.

- me dá essa porra. - voltei para a quadra apontando para a bola em suas mãos, finalmente pude ver a cara daquele que me atentou, ele era ruivo, cabelos laranjas como..bem, como uma laranja, ou como o fogo, olhos grandes e um sorrisinho de canto debochado.

Retirei a minha jaqueta a jogando no chão e ficando apenas com a blusa social por baixo, a dobrei até ficar com as bordas em meus cotovelos e em seguida retirei os meus sapatos para não sujar a quadra.

- cuidado grande rei, vai acabar caindo - debochou por causa das meias que eu usava, mas mesmo assim, me jogou a bola.

- como é que você joga vôlei? Você tem meio metro - debochei de volta, o resto das pessoas pareciam bem entretidas com a nossa pequena discussão.

- eu sei pular - deu de ombros - mas enfim, qual é a sua posição? No chão?

- eu sou levantador, e você é o que? Torcida?

- vamos lá - não me respondeu, apenas se emburrou - joga com tudo sabichão, eu consigo cortar onde quer que a bola vá, então se apresse - ele continuou no mesmo lugar com os braços cruzados - levante a sua bola para mim - deu uma piscadela com um dos olhos retirando risos dos outros pela piada suja de duplo sentido.

Eu sabia que eu iria cair na armadilha.

Eu aqueci os braços, testei o peso da bola e em seguida a lancei, era um levantamento rápido e alto, seria impossível de pegar para qualquer um.

Os meus pais eram apaixonados por vôlei e eu claramente não fui diferente, vôlei para mim é algo normal e cotidiano, não preciso pensar muito para fazer. Antes de me envolver com o FBI, o vôlei era a minha vida, continua sendo, mas não com tanta intensidade como era antigamente.

Eu senti um vento forte me deixando confuso, eu tinha jogado a bola relativamente bem alta e forte, ela estava sobre a rede e iria diretamente até às arquibancadas do outro lado, ao menos era o que eu esperava.

Aquele ser ruivo passou por mim, ele era ágil devo admitir, me surpreendi bastante com a sua velocidade, mas então..ele voou, alto, cortando com toda a sua força, com certeza a mão dele ardeu muito, a bola chocou-se contra o chão fazendo um barulho estrondoso ecoar pela quadra, e então, ele pousou no chão, os braços para trás como se fosse uma ave, parecia um corvo, foi incrível.

Eu ainda estava congelado, o peito subindo e descendo, o coração na boca, tudo o que eu conseguia ver era o ruivo se levantando do chão e me encarando com um ar superior, céus, eu seria tão facilmente pisado por este homem que chega a ser ridículo de tão humilhante.

- está aí, oh grande rei - ele debochou novamente - eu cortei, não era isso o que você queria? - e então, todos foram a loucura, inclusive eu.

Droga, eu sabia que não duraria nada aqui, eu realmente cai.

Cai nas trapaças.

Nos jogos sujos.

Nas mentiras descaradas.

Nos segredos obscuros.

Em tudo, eu caí em tudo que ele me disse.

Eu caí diretamente nas garras do amor.

- ah, a propósito, qual o seu nome?

- Tobio, Kageyama Tobio.

- eu me chamo Hinata Shoyo, mas você pode me chamar de amor - piscou novamente um de seus olhos naquele jeito sedutor - nos vemos amanhã? No mesmo horário?

Então, lembram quando eu disse que não desperdiçaria o meu precioso tempo assim?

Eu menti pra caralho.



- nos vemos amanhã.

Love e valete Onde histórias criam vida. Descubra agora