Capitulo 10

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P.O.V Louis Tomlinson.

"— Porque não fui eu que escrevi isso, não é minha caligrafia e nem minha assinatura, apenas meu carimbo que não sei como foi parar aí"

Foi o que eu escutei antes de sentir como se um buraco estivesse sendo aberto embaixo dos meus pés, por esse motivo eu me segurei na cadeira em frente a de Malik e respirei fundo algumas vezes.

— Você tem certeza do que está falando?

— Sim, realmente não fui eu que escrevi isso. Senhor Tomlinson, certo? A recepcionista disse seu nome. O que está acontecendo aqui é algo muito sério, isso é a falsificação de um atestado de óbito e precisamos saber quem e porquê fizeram isso. Mas antes de fazermos qualquer coisa você precisa de uma água, só um momento que irei pedir para trazerem.

Meus pensamentos não estavam em ordem, tanto que eu nem percebi quando o copo de água já estava em minha mesa e eu já estava bebendo o líquido, eu precisava respirar. Apenas parei de beber a água quando vi novamente a expressão de preocupação em sua face.

— O que aconteceu? — perguntei enquanto mexia freneticamente minha perna para cima e para baixo.

— Styles... eu já vi esse sobrenome por aqui — rapidamente ele começou a digitar algo em seu notebook, ele parecia estar em algum tipo de lugar superior no hospital pois não estávamos em um consultório e sim em um escritório — eu sabia, era uma enfermeira, na verdade uma das enfermeiras chefes, mas não sei a relação que essas pessoas tem, já que você quem trouxe esse papel para mim, talvez possa me dizer. Anne Styles, esse nome é familiar para você?

Coloquei o copo de água na mesa antes que eu deixasse ele cair e comecei a beliscar meu dedão, arrancando uma pelezinha dali, meu coração estava batendo tão rápido que eu pensava que iria sair de meu peito.

— É a mãe dele. — disse em um sussurro mas sabia que ele tinha escutado.

Ele começou novamente a mexer no notebook, dessa vez em silêncio mas por breves segundos.

— Você está bem, senhor Tomlinson? Podemos parar e eu resolvo isso sozinho. — rapidamente neguei com a cabeça, mesmo aquilo fazendo eu ficar tonto.

— Não, por favor... Harry era, ou é... meu soulmate, eu preciso saber se a pessoa que eu vi realmente era ele.

— Você consegue me contar mais por favor? Assim quando ligarmos para a polícia eu posso explicar melhor para eles e você não precisa passar por isso novamente. — o alfa em minha frente disse com um tom compreensivo e soava verdadeiro, parecia que ele realmente queria ajudar.

— Eu e Harry, meu soulmate, morávamos aqui em Londres e eu estava planejando marcá-lo assim que ele fizesse dezoito anos, ele faria em fevereiro de dois mil e dezoito. Nesse mesmo ano, em janeiro, minha avó passou muito mal e fui para a cidade de Weymouth com minha mãe e por algum motivo meu celular não estava pegando área. Chegando em Londres eu estava com um aperto muito forte em meu peito e ofegante, como se eu tivesse corrido uma maratona, e foi quando eu cheguei em casa que minha irmã estava chorando e com esse papel em mãos, ela me entregou e minha mãe também já sabia, ele tinha sido enterrado no dia anterior, não tive chances de me despedir dele. Porém eu sempre senti em meu peito que ele estava vivo, mesmo ninguém nunca acreditando em mim, foi agora, seis anos depois, que eu o vi em meu show e novamente ninguém acreditou em mim mas depois disso eu consegui conversar com ele tanto em um bar quanto em uma floresta que sempre íamos. O estranho é que ele não se lembra de mim e diz se chamar Edward Styles e não Harry Styles... isso tudo é uma grande confusão e eu não estou entendendo mais nada.

— Senhor Tomlinson, eu sinto muito por isso, eu mal posso imaginar perder meu ômega, não consigo também imaginar pelo que passou e pelo que está passando, mas eu estou aqui agora para ajudar você, e se ele realmente estiver vivo, sabe que tem duas opções para o que pode ter acontecido, não sabe? — eu o olhei com confusão estampada em meu rosto — não sei se quer ouvir isso agora.

— Pode me falar, por favor, eu preciso de ajuda.

— Ele pode ter realmente sofrido o acidente que consta nesse papel e pode ter perdido a memória mas depois ele pode ter sido sequestrado e mantido em cativeiro ou a pior opção, os pais dele estão envolvidos nisso mas infelizmente não vai ser só eles que irão investigar, vai ser sua irmã e sua mãe também que estavam no dia. Mas Desmond Styles é uma pessoa aqui em Londres, pode ter tido ajuda da polícia. Por isso eu vou pedir ajuda do meu ômega que também é da polícia, mas confio de olhos fechados nele e sei que ele é uma pessoa certa, honesta e justa. Ele vai saber com quem falar e com quem não falar para não causar alarde.

Eu não havia sentido mas em meu rosto escorriam lágrimas grossas e contínuas, se meu Harry estivesse vivo, por quais merdas ele passou? O que fizeram com ele? Mas tinha uma coisa que eu precisava saber mais do que tudo:

— Se ele está vivo e perdeu a memória e aquela pessoa não é alguém da família dele, ele pode recuperar? Pode voltar a se lembrar de mim? — aquelas perguntas saíram em um sussurro, com medo e assustado.

— Infelizmente não se pode ter certeza de nada... mas irei fazer tudo o que eu sei, irei usar todo o conhecimento que tenho de todos esses anos e o conhecimento que não tenho eu irei aprender, irei ajudar você.

Memories | l.s aboOnde histórias criam vida. Descubra agora