That tomboy - Freenbecky

33. Oficialmente irmãs.

Então os dias se passaram. Freen agora tinha mais uma tarefa a acrescentar em sua rotina: ensaiar para a peça de teatro junto com Song. É claro que ela não estava engajada para conseguir uma chance naquela tal agência, mas ainda assim se esforçava o suficiente por causa de sua parceira.

Mas no que se refere a treinar Charlotte Austin, aí vai algo que nunca pensei que teria de dizer: Freen e Charlotte não estavam mais se bicando como antes. É óbvio que também não se tornaram melhores amigas para frente, no entanto, a convivência já poderia ser considerada como algo que dá para o gasto.

Uma coisa que contribuiu para o bom desenvolvimento desse relacionamento era a maneira rápida da britânica acatar os mandamentos que lhes foram passados.

Após terem treinados mais dois tipos de arremessos, se encontravam completamente esgotadas. Enquanto que Charlotte ficou sentada em um dos bancos do vestuário, a Sarocha foi buscar um pouco de água para ambas. Quando Freen retornou com os copos com água gelada em suas mãos, sentou-se ao lado da morena e lhe entregou um deles.

O momento permaneceu com um certo silêncio, algo que fez com que a própria Freen a estranhasse. Afinal, como bem sabem, Charlotte não conseguem ficar dois minutos sem fazer um comentário, seja ele necessário ou não. Não havia brincadeiras, provações, nada. Aquilo, de certa forma, preocupou a tomboy.

De cara, ela não quis interrogá-la, até porque não é do tipo que se preocupa com quem quase esganou há dois meses atrás. No entanto, chegou um exato momento em que aquele silêncio lhe incomodou por demais. Olhou para o lado e então viu a britânica apoiar suas mãos sobre as coxas. Seu rosto estava pensativa e, talvez, triste também.

O que se passava com Charlotte Austin?

"Oh, isto não é problema seu, tomboy", ela pensava consigo mesma.

- Certo, eu não deveria perguntar, mas... o que há com você, tampinha? - no entanto, já era tarde demais, pois Freen abriu a boca e ainda ousou botar um apelido na britânica.

Charlotte, por sua vez, ficou surpresa por tal atitude. Olhou a tomboy e lhe lançou um olhar um tanto inerte. Não esperava que a mesma fosse se preocupar, mas no fundo ficou feliz por sua situação não ter passado por desapercebido, embora ela tenha vergonha de falar o que realmente lhe incomodada.

- Hm, não é nada. - disse de forma simplista e voltou a encarar suas mãos.

- Como não é nada? Pra você estar com essa cara de bosta, com certeza deve ter acontecido alguma coisa. - ela soltou.

A britânica acabou por rir pela sutileza que Freen botou em suas palavras. Ela bem sabia que o relacionamento das duas não estava tão ruim, mas era óbvio que a Sarocha não iria dar o braço a torcer, assim como ela.

- Acredite, tomboy, você não vai querer saber.

- Uh... mas se eu estou perguntando é porque eu quero saber, oras! - revirou os olhos. - Vamos lá, Austin, apenas diga! - sentou-se ao lado da garota. - Sei que está louca para conversar com alguém.

- Virou psicóloga agora? - a morena debochou.

- Virei, sim. Achou ruim? - a Sarocha revidou a deboche com mais sarcasmo e pôs um sorriso divertido em seu rosto.

- Ah, tá! Essa eu passo, tomboy.

- Vai me contar ou eu vou precisar ser mais radical contigo? - a tomboy a ameaçou, simulando um soco com suas mãos.

- Essa é a sua forma de se preocupar comigo? - franziu o cenho.

- Estou me preocupando contigo agora, tampinha. Tenho um coração muito bom, só para você saber. - disse convencida. - Agora diga de uma vez ou então nunca mais vou me importar. - deu de ombros.