No final de dois meses, o projeto da livraria do Louis estava pronto e a obra já tinha começado.
Ele foi para o Brasil assim que acabamos o projeto e eu estava convidada a trabalhar de lá para ver a obra e ajudar nos detalhes finais.
O natal e o ano novo foram incríveis. Fiz vídeo chamada com os meus pais e irmãos durante a ceia, junto com Yana.
Na virada do ano, fomos para o meio do povo ver a bola descer. Yana me disse que odiava, porque tinha que ir muito cedo pegar lugar, mas eu a convenci.
Realmente, cansa ficar ali o dia todo, mas é muito boa a sensação quando o ano vira.
Então, iria hoje para o Brasil, depois de quatro meses nos Estados Unidos.
— Tudo pronto para a sua viagem?
— Já disse que sim, Yana. Está parecendo minha mãe.
— Sou mais velha, então tenho que tomar conta de você.
— Do que adianta ser mais velha, se é mais irresponsável?
Ela revira os olhos, mas ignora meu comentário.
— Amanhã eu vou para o Brasil, pois hoje e amanhã cedo ainda trabalho.
— Te espero lá — ela me dá um beijo na bochecha e eu saio do carro.
— Boa viagem — ela grita e buzina.
Aceno de volta enquanto entro no aeroporto.
Eu estou com menos medo do que a primeira vez, mas não passou totalmente.
Já dentro do avião, me lembrei dos meses que passei em Nova Iorque. Os funcionários da empresa eram fáceis de lidar e eu não tive problema com ninguém.
Trabalhar com o Louis era fácil. Ele não brigava, elogiava e podia conversar sobre qualquer coisa. Ele realmente ignorou o fato de me ver de pijama e trabalhamos em harmonia. Era fácil conviver com ele.
Ajudei outros arquitetos todos os dias e, no meu tempo livre, fazia meus próprios projetos. Sei lá né, vai que eles me dão realmente uma chance.
Saí algumas vezes com Yana, mas sempre acabava voltando sozinha e ela com algum carinha, então desisti de ir a boates com ela — uma ótima desculpa já que nunca gostei de ir.
A viagem foi cansativa, mas eu não poderia nem descansar. Quando eu chegasse, meus pais já estariam me esperando junto com minhas amigas. Ah, e eu ainda tinha que passar no escritório do Louis.
Quando cheguei, de longe vi meus pais e minhas amigas, cada uma segurando uma placa com meu nome. Sorri ao ver todos ali e corri em direção a eles.
— Filha! — minha mãe me abraçou forte e beijou o topo da minha cabeça.
— Oi mãe. Oi pai — o abraço logo em seguida.
— Oi Letty — ele sorri.
— Como está o tempo aí em cima? — Mariana sorriu e me abraçou. Seu cabelo agora estava mais loiro, o que combinou muito com ela.
— Não vou nem te responder, sua loira oxigenada — sorri de volta.
— Ai — coloca a mão sobre o peito fazendo drama, mas ri em seguida.
— Minha madrinha! — Thamires grita e me abraça.
— Periguete! — grito de volta e pulamos juntas ainda abraçadas. Agora ela tinha aderido ao cabelo afro, o que a deixava mais linda e natural.
— Só te lembrando que hoje você vai começar suas funções de madrinha, hein.
— Eu sei, meu bem. Não queira ensinar o padre a rezar a missa — ela sorriu e eu passei meu braço em volta do pescoço dela. — Eu posso pelo menos dormir e comer antes?
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Meu chefe (HIATUS)
RomanceLetícia Cavalcante só tinha dois sonhos: ser arquiteta e morar em Nova Iorque. Bom, finalmente parecia que tudo estava indo do jeitinho que ela tinha planejado, mas ela teve de voltar ao Brasil para um casamento. Paixões, novas e antigas amizades ap...