Capítulo 21 - Primeiro encontro

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Eu não sabia para onde o Robert iria me levar, então não me arrumei nem tão elegante, nem tão informal. Fiquei com vergonha de ligar para ele e perguntar. Do jeito que ele é, ele também não iria falar.

Vesti um macacão preto de mangas compridas, um coturno preto, e um casaco xadrez preto e branco que é grosso e pesado. Deixei meu cabelo com a metade presa e o restante solto, e caprichei na maquiagem: olhos marcados com lápis e batom vinho.

Às nove em ponto, escutei a campainha tocar.

Abri a porta e eu o encontrei com o seu típico cabelo arrumadinho, calça de uma cor semelhante a jeans, blusa social branca, um casaco marrom, e luvas e cachecol pretas.

Sou doida para bagunçar esse cabelo! Ou pelo menos voltar a colocar as mãos nele como fiz no elevador, penso e me repreendo mentalmente por esse tipo de pensamento.

– Você está linda – elogia.

– Parabéns. Você começou como deveria – brinco e ele segura a risada. – Qual é. Eu sei que você quer rir. Ria como qualquer pessoa normal – no impulso, aperto as bochechas dele e ele acaba gargalhando. – Isso. Agora sim – falo tentando disfarçar a vergonha.

– Vamos?

– Vou só pegar minha bolsa e me agasalhar direito.

– Claro.

Sob seu olhar, peguei minha bolsa rosa, coloquei meu cachecol, calcei minhas luvas e coloquei minha touca estilo parisiense que ganhei de Margareth em meu aniversário.

– Então... Nós vamos para onde?

– Jantar.

Dito isso, ele me puxa pela mão, só dando tempo para trancar a porta.

O trajeto para o restaurante até que foi rápido. International Falls quase não tem trânsito, mas devemos ir com cuidado, já que a neve faz os pneus derraparem.

Entramos no restaurante e entregamos nossos casacos. O aquecedor daqui é bem mais forte do quê o dos outros lugares que já fui e eu não sinto frio. Preciso perguntar onde posso comprar um desse.

Sentamos na mesa onde Robert fez a reserva e logo um garçom vem nos atender.

Peço um peixe grelhado, arroz e salada. Robert apenas troca o peixe por uma carne e pede um vinho para nós dois.

O silêncio até a comida chegar é constrangedor. E eu não sei como quebrá-lo.

Quando o garçom serve nossos pratos e o vinho em nossas taças e se retira, Robert pigarreia e me faz olhá-lo.

– Vamos brindar?

– Brindar ao quê?

– Por ter aceitado meu convite, por nossas vidas e qualquer coisa – sorri e eu acabo sorrindo.

Fazemos o brinde e experimentamos a comida.

– Hmm... Uma delícia – falo e ele concorda.

– Então... Já que ambos estamos claramente envergonhados, vamos fazer um jogo. Você me faz três perguntas e eu também tenho o direito de te fazer três. Pode ser?

– Claro – falo depois de beber mais um gole do vinho e dou de ombros.

– Por que veio para cá?

– Sem mentir?

– Sem mentir.

– Bom, por causa de uma desilusão amorosa. Eu acho que carrego um fardo quanto a isso. Eu ia para o Canadá, porque meu amigo mora lá, mas não estavam precisando de ninguém na filial canadense. Mas aqui estava. Então, aqui estou eu.

Meu chefe (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora