CAPÍTULO OITO

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UM MÊS DEPOIS 

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UM MÊS DEPOIS 

17 de Abril, Quinta-feira 


O sobrenome 'Laviolette' significa "flor violeta", de origem toponímica. Ele provavelmente refere-se a uma característica geográfica ou uma localidade, como um caminho feito de flores violetas. Pelas minhas pesquisas quando eu tinha 12 anos, 'Laviolette' é comum na França e aqui, no Canadá. O nome veio para cá na época da Revolução Francesa, quando os franceses começaram a colonizar a Nova França — atual Quebec —, porém, existem outras cidades pelo Canadá que aderem ao sobrenome.

Pesquisei pelo sobrenome depois de uma aula sobre parentescos; eu só sabia (e continuo não sabendo) que minha mãe tinha sangue francês. Meu pai não contava sobre ela, só falava de como era uma francesa falsa e desgraçada, pediu-me — ou obrigou-me — a não falar dela em hipótese nenhuma. Ao menos, fez-me o favor de dizer que estava viva e como se conheceram.

Apesar de sua proibição para não falar da minha progenitora, nunca senti uma necessidade avassaladora de conhecê-la. O que eu poderia fazer se eu a conhecesse? Não sentia vontade de conhecê-la mesmo nos dias das mães, quando aconteciam apresentações e as mães reuniam-se para verem seus filhos. De certo modo, meu pai conseguiu preencher o vazio que ela deixou. Aparecia na apresentação para as mães e na dos pais faltava. Creio que ia nas apresentações para que pudesse encontrá-la, Rob imaginava que a mulher seria infeliz e apareceria na minha apresentação de longe, e assim eles se reencontrariam. Um tolo.

Nunca entendi o porquê de ser tão apaixonado pela mulher que o deixou com uma criança, com um fardo. Talvez se ele cuidasse de mim, ela poderia aparecer e ver que era um bom homem. Se isso acontecesse, eu só poderia rir da cara dela por achar aquele homem uma pessoa boa. Homens bons não cobiçam meninas, nem suas filhas.

Depois de um tempo, Rob parou de esperar por ela e começou a viver verdadeiramente, mostrando como era podre. Fazia-me de serviçal daquele cubículo que morávamos, o dinheiro que eu recebia do meu trabalho ia parar em suas mãos, com a desculpa de que o dinheiro que recebia da indústria era pouco (não é uma mentira completa), mas sabia que o salário ia parar nas mãos de bares e prostitutas. De certo modo, agradeço por gastar o dinheiro com essas mulheres, não teria que aguentar o peso que seria uma aproximação sua.

***

— Bom dia, Freya. — Gabe cumprimentou-me.

Gabe é um dos colegas do DP de Marketing, tinha tirado férias e voltou duas semanas atrás. Fiz amizade com ele rapidamente, seu humor é ótimo e sempre está me fazendo rir quando conversamos.

— Bom dia, Gabe. Como está hoje?

Entramos no elevador e ele aperta o botão.

— Ótimo, acordar às 5h da manhã é revigorante, sabe. — Sorri para mim. — E como vai hoje?

ASSIM COMO AS CINZASOnde histórias criam vida. Descubra agora