CAPÍTULO DEZOITO

151 19 0
                                    

Não demorou muito para chegarmos a um casarão grande com uma fachada mal cuidada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Não demorou muito para chegarmos a um casarão grande com uma fachada mal cuidada.

— Infelizmente, a prefeitura não liga para o lugar — Diz Susan ao estacionar o carro.

— O que é? — Pergunto.

— Hope Hevan, o único orfanato daqui. — Responde.

Viro meus olhos lentamente para Susan, que olha com admiração para o lugar.

— Susan, eu não acho que...

— Você me contou que trabalhou como babá, imaginei que gostaria também. Vamos entrar? As crianças devem estar jantando.

Trabalhei como babá, mas não durou uma semana sem que eu chegasse em casa com um peso na consciência e me sentindo uma fodida. Só aceitei a merda do trabalho porque não tinha outro, mas preferi ficar desempregada do que cuidar de uma criança.

Depois de tudo que passei com a maternidade, criei um casco envolta de mim e isso é horrível.

Fiquei grávida aos 19 anos de Logan. Até o fim da minha gestação, tive todos os tipos de problemas e complicações. Não posso dizer que a culpa de tudo foi de Logan, mas ele tem uma grande parcela de culpa. Quando descobri que estava grávida, me senti inútil por não saber me preservar, e o sentimento de medo me apossou ao pensar no pai da criança. Logan recebeu a notícia com uma alegria sem fim e decidiu comemorar provando seu amor por mim da pior maneira possível. No entanto, a notícia da minha gravidez parecia mais um jeito dele de me torturar e ameaçar.

Conheci Logan aos 18 anos, quando ele foi ao bar onde eu trabalhava com alguns amigos para comemorar uma promoção que tinha conseguido. Fiquei deslumbrada com sua presença, com a maneira como se movia e sorria para os amigos e depois para mim. Passei a noite observando-o, mesmo que ele nem olhasse para mim, e quando percebi que ele tinha esquecido o casaco, vi uma ótima oportunidade para conversar com ele. Foram poucas palavras, mas o suficiente para que eu passasse os dias seguintes pensando no ruivo.

A segunda vez que o vi também foi no bar, mas ele tinha ido sem companhia. Ficou até o bar fechar e veio falar comigo. Lembro da cara de assombro quando ouviu minha idade, mas a hipnose que eu sofri de Logan foi tão eficaz que não liguei para o fato de ele ter 15 anos a mais do que eu.

A lavagem que sofri dele nunca me fez ligar para nada que ele fizesse, não liguei para o primeiro puxão no braço, nem para o primeiro tapa...

— Essa é Sofia, Freya. Sofia, essa é Freya — Susan apresenta uma garotinha de 10 anos, que abre um sorriso lindo ao ver Susan e depois um para mim.

— O-oi — minha voz falha.

A garota pega a mão de Susan.

— Você é bonita, Freya. Parece a Bela Adormecida.

Um sorriso brota dos meus lábios.

— Você parece a Tiana, Sofia.

— Não quero beijar um sapo! — fala, fazendo uma careta.

Susan e Sofia começam a me mostrar alguns cômodos e algumas crianças que aparecem. O lugar realmente não parece receber nenhum tipo de verba; as paredes desgastadas, banheiros velhos e os quartos minúsculos com uma grande quantidade de camas.

— É a hora do jantar, Tia Susan. Vão ficar?

Susan acena e começamos a caminhar pelos corredores, enquanto elas engatam numa conversa. Ao chegarmos perto da cozinha, sinto meu celular vibrar do bolso e o pego, vendo uma chamada de um número desconhecido. Ao atender, sinto meu corpo gelar ao ouvir a sua voz.

— Venha para o jardim de trás do casarão.

Desligo a chamada, mas continuo com o telefone no ouvido. Parece que a minha espera acabou, porém no pior momento.

Susan me olha apreensiva, sem entender, e eu apenas digo:

— Preciso atender esse telefone, Susan... é importante.

Susan acena e Sofia segue o gesto.

— Pode atender no jardim de trás, é só ir pela frente e virar para um dos lados. Lá é mais privativo — diz.

Caminho de volta para a frente e sigo as ordens de Susan. O casarão é rodeado de ervas daninhas grandes, algumas flores e bastante pedras. As cercas de metal são quase o triplo da minha altura e devem fazer um bom trabalho na segurança.

Paro no fim da construção, olhando para os lados, mas a falta de luz não me deixa ver nada. Um breu completo.

— Sua aversão a crianças está bem controlada. — Sinto sua respiração no meu ouvido, mas não pulo de surpresa ou susto.

— Como sabe disso?

— Eu sei de muitas coisas, Freya — fala, e suas mãos começam a rodear minha cintura. — Como eu sei que terminou com aquele fodidinho.

Reviro meus olhos.

— Fodido? Da última vez que notei, ele não estava me perseguindo.

Suas mãos chegam ao meu pescoço, onde as pontas dos seus dedos fazem círculos pela minha traqueia.

— Da última vez que estive com você, você não falava tanto assim. Estava ocupada chupando meu pau.

Ah, isso... Só lembrei do impulso de chupá-lo depois de um dia. Não sei o que deu em mim, apenas senti fome dele e do pau grande. Só a lembrança molha minha calcinha.

— Não se ache, já chupei muitos por aí.

Ele vira meu corpo, aproximando ainda mais nossos corpos. Sinto o calor que emana, o perfume que me fascina e...

— Você está sem máscara? — pergunto, levando minhas mãos ao seu rosto e sentindo sua barba.

Sem responder, ele agarra meu pescoço com uma mão e roça nossos narizes.

— Nunca fiquei com ninguém que tem barba...

— Pare de falar sobre outros paus, Freya. Está me irritando e você já sabe o que eu posso fazer.

— A marca está infectada — minto, ainda tocando sua barba e percebendo que ele também tem um bigode. — Ligue a lanterna para examinar.

— Não sou burro e não minta para mim.

Seu dedo indicador massageia um ponto no meu pescoço.

— Ficar nas pontas dos pés é horrível, incline-se mais.

O desconhecido descola nosso corpo e eu lamento pela distância colocada.

— Vim para retribuir o favor — diz.

— Retribuir? Acho que não — levo minhas mãos de volta ao seu rosto, acariciando a barba. — Veio porque seu desejo por mim está crescendo e crescendo...

Ouço um ruído pedras batendo e percebo que ajoelhou-se na minha frente, depois sinto seus dedos puxarem minha saia para cima.

— Então deixe-me mostrar o meu desejo por você.

— Então deixe-me mostrar o meu desejo por você

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Já sabem o que tem no prox capítulo, ne ?

ASSIM COMO AS CINZASOnde histórias criam vida. Descubra agora