CAPÍTULO DEZESSETE

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Frost Falls23 de abril, quarta-feira

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Frost Falls
23 de abril, quarta-feira

Gabe sorri ao me ver, e retribuo, sentando-me e colocando a minha bolsa no braço da cadeira. Depois de passar a manhã insistindo para que eu almoçasse com ele, finalmente aceitei. Acho que tudo que passei com o Estranho não foi em vão; preciso afastar Gabe antes que ele faça algo de ruim, tanto com ele quanto comigo. 

Bem, e preciso afastá-lo porque não aguento mais ele me chamando de "bebê".

Matem-me por ter achado que transar com Gabe foi uma boa ideia!

— Desculpe por não ter te acompanhado. Tive que sair para resolver um problema — diz ele.

— Tudo bem, Gabe.

O garçom aparece trazendo dois menus e nos entrega. Abro o meu, evitando ao máximo criar coragem para falar com Gabe. Toda essa situação em que me enfiei é um tédio sem fim; fingir que gostei do nosso sexo foi horrível, e ter que aguentá-lo me atormentando é ainda mais desgastante. Queria apenas dizer que aquilo não significou nada para mim, mas meu terapeuta falou que, às vezes, precisamos ser gentis para que ligações possam ser estabelecidas.

É por isso que amo minha amiga Agatha; ela não me faz revirar os olhos internamente e sempre sabe quando estou prestes a explodir. Não sei o que faria sem ela.

— Freya, quero te dizer que... hum, aquela noite foi especial para mim. Gosto de você.

Patético.

— Não posso retribuir seus sentimentos, Gabe. Não consigo sentir isso por alguém faz muito tempo, e não acho que você vá me despertar isso...

Vejo as sobrancelhas de Gabe se franzirem, fazendo ondas aparecerem na sua testa.

— Isso... uau... cruel e direto.

— Não foi minha intenção soar cruel, só que... aquela transa realmente não significou nada.

Ele levanta as sobrancelhas e estala a língua.

— Você gostou, pelo menos?

Não me preparei para essa pergunta, muito menos para mentir.

— Foi legal, mas não vamos repetir. Desculpe.

Deixo o menu em cima da mesa e começo a me levantar, mas a mão grande de Gabe captura a minha num aperto.

— Podemos tentar...

— Gabe, não. Não quero nada mais.

Pego a bolsa e saio do restaurante. Ao pisar na calçada, pego meu celular e ligo para Agatha, que atende rapidamente.

— Não era para você estar conversando com Gabe?

— Eu conversei, preciso te contar. Onde você está? — pergunto.

ASSIM COMO AS CINZASOnde histórias criam vida. Descubra agora