CAPÍTULO DOZE

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Na mesmas noite

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Na mesmas noite... 

 21h34m

Noto duas coisas, a princípio: estou só de calcinha e há mais alguém no lugar. Com os olhos pesando, tento abri-los lentamente. Mesmo sem uma luz forte, ainda sinto uma ardência ao abrir meus olhos. Ao abrir, sinto o peso dos meus braços acorrentados para cima, e a corrente fria pressiona de maneira bruta os meus pulsos. A dor que aflige meus braços pendurados é horrível, sinto como se eles estivessem sendo arrancados. 


Estou de joelhos num chão de cimento, e há também uma dor fina nas minhas articulações. Levantando a cabeça, noto a lareira crepitante de frente para mim, o único móvel no local. Há um pedaço grande de ferro queimando e, ao lado da lareira, tem um balde.


O quarto parece macabro com a pouca luz, sem janelas e com apenas uma porta no lado esquerdo. Não sinto nenhum tipo de fedor, somente o cheiro familiar do Desconhecido que está ao lado da porta. Com o corpo inclinado para a parede, braços cruzados e uma balaclava preta estúpida. Não consigo enxergar com nitidez, mas posso ver os seus olhos sendo iluminados pelo fogo.


— Vai me matar? — Minha voz sai tão rouca que levo um pequeno susto ao ouvi-la. 


Preciso de água, minha garganta está seca para caralho. Suspiro fortemente, mas até essa simples ação faz uma pontada de dor percorrer o meu corpo. Com força, tento me pôr em pé, mas falho miseravelmente e acabo com a bunda no chão, meus pulsos sendo agredidos pela corrente e um gemido de dor saindo da minha boca. As lágrimas ainda não chegaram, mas não demorará muito.

— Preciso de água.


Nada. Nenhuma merda de resposta. Ele está imóvel ali, parecendo uma estátua, observando-me como se eu fosse uma presa. Talvez eu realmente seja isso para ele. Olho para o meu corpo e não percebo nenhum tipo de agressão, somente ele nu. Meus seios à vista, igualmente o resto do meu corpo. Não sinto frio, a lareira está deixando o ambiente confortável.


— Preciso de água. — Repito.


O Desconhecido se move lentamente para frente da lareira, apoiando-se ali e olha para o ferro que queima.


— Você quer água? — A voz grave dele leva um arrepio diretamente para o meu corpo. E percebo que eu estava ansiosa por esse encontro, ansiosa por ele...


Assinto, mesmo sabendo que ele não pode ver. Depois de segundos, ele vai até o balde e pega-o. A sua aproximação lança mais arrepios pela minha espinha e, de maneira desastrosa, tento ficar ereta e voltar à minha posição inicial. O seu gostoso cheiro fica mais forte quando o grande corpo se põe à minha frente, deixando o balde com água na minha frente.

ASSIM COMO AS CINZASOnde histórias criam vida. Descubra agora