CAPÍTULO TREZE

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O STALKER 

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O STALKER 

Hugo já nos esperava sentado com um copo de bebida na mão na sala da cabana. A cabana onde estávamos ficava a 12 quilômetros de distância das minas de Frost Falls, e quase 50 quilômetros do centro da cidade. Levou menos de 40 minutos para chegar ali com Freya, que deu sinais de que acordaria ao longo do trajeto, então tive que colocar o pano medicado em sua boca novamente.

Agora que está desmaiada, não sei quando acordará. Terei que ficar atento enquanto Hugo cuida dela.

— Essa garota de novo? — Hugo franze as sobrancelhas.

Repouso o corpo coberto de Freya no sofá. Antes de trazê-la, coloquei uma camisa minha para que Hugo não a visse nua. Não queria expor Freya dessa maneira, e bem, de nenhuma forma.Sento-me ao lado do seu corpo e levanto a blusa até onde está a marca do K na sua barriga. Não é uma marca grande, tem menos de 6 cm, porém é funda o suficiente. Não foi difícil mandar fazer o ferrete com a minha marca, mesmo que tenha sido de última hora. Passei a noite de sábado, logo após sair da casa de Freya, procurando alguém que pudesse fazer e achei em menos de uma hora.

— Cuide disso. — Mando.

— Que merda você fez?

Em segundos, Hugo está ao meu lado, olhando a marca recém-feita. Seguro um sorriso de satisfação.

— Apenas cuide disso.

Ele nega com a cabeça.

— Não vou fazer isso, não vou compactuar com sua obsessão. — Ele diz apertando a ponta do seu nariz. — Você está tomando os seus remédios? Cara, fazia tempo que você estava bem, controlando-se e indo apenas àquele clube idiota...

— Feche a boca, porra!

— Não! Você a machucou, Henry. Você a machucou para caralho, sabia que isso pode ficar infeccionado?

— Então cuide dela!

Ele afasta-se de mim e começa a rodear a poltrona marrom.

— Isso é fodido, Henry. Você entende isso? Essas coisas que você está fazendo com essa garota... eu...



— Você não pode falar de mim, Hugo. Não pense que eu esqueci o que você é capaz de fazer. — Falo friamente. — E o mais importante, não esqueça-se de quem é a sua lealdade.

Hugo abaixa a cabeça, suspirando fundo.

— Saia daí.

Afasto-me relutante do corpo desacordado de Freya para que ele se aproxime.

— Pegue as coisas para que eu cuide disso.

Não demoro a pegar o kit e entregar para ele.

— Quando vai falar com o papai? — Pergunta.

— Essa semana.

— Você sabe o que está em risco, não é?

Dou um sorriso presunçoso.

— Não vejo a hora de ter as minhas mãos no pescoço dele.

Olho para o rosto sereno de Freya. Pego o celular dela do meu bolso, digito a sua senha e entro na conversa com sua amiga, Agatha.

Freya: Sairei com Gabe, não me espere.

Isso deve bastar.

***

Quando Freya abre os olhos, já estou usando a balaclava novamente e sentado olhando-a. Seus olhos estão vidrados no teto de madeira da cabana, possivelmente, processando o que tinha acontecido e tentando pensar como agir. Das coisas que aprendi sobre ela, é que a mulher deitada não é ingênua e nem sensível. É fria, falsa e... masoquista. Masoquista sexual e emocional.

— 'K' significa o quê? — Sua voz sai rouca.

Sorrio.

— Não é da sua conta.

A risada debochada que solta faz-me alargar o sorriso.

— Se está em meu corpo, acho que é da minha conta, sim.

— Se o seu corpo é meu, eu acho que não.

Sua mão vai até o curativo que Hugo fez.

— Você costuma me ferir e depois cuidar dos ferimentos. Sabe, isso pode estar ligado a algum trauma.

— Quem disse isso? O seu terapeuta?

Vejo o exato momento em que seu corpo reseta, ficando tenso.

— Então pesquisou sobre mim, isso não deveria me surpreender. Psicopatas perseguidores fazem isso, é a doença agindo.

— Isso não me atinge, Freya.

— Uma pena porque, nesse exato momento, o que eu mais quero é machucá-lo.

Apoio os meus cotovelos em meus joelhos, apreciando a nossa conversa.

— Como você me machucaria, Freya?

— Por mais que eu tenha certeza que chupar um pau na sua frente o machuque, não tem nenhum pau além do seu. — Ela vira a cabeça para me olhar, e encaro aqueles olhos lindos e hipnotizantes. — Eu tiraria sangue de você.

— Mostre.

Ela me solta um sorriso cruel. 

Ela é cruel.

— Poderei tirar sua máscara?

— Não.

— Então brincaremos numa outra hora.

Empurro o copo de água para que ela possa pegar.

Com lentidão, Freya se põe sentada, soltando um gemido de dor, e pega o copo.— O sol vai nascer daqui duas horas.

Depois de beber, coloca o copo sob a mesa de centro.

— Leve-me para casa. Tenho que ir trabalhar.

— Como está o tornozelo? — Pergunto, ignorando sua ordem estúpida.

— Nunca mais foi o mesmo.

Levanto-me e fico de frente ao seu corpo.

— Mais um lembrete.

Retiro o pano do meu bolso rapidamente e coloco sob o seu nariz.

Retiro o pano do meu bolso rapidamente e coloco sob o seu nariz

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