177: A Guerra: A Fuga

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Pushed around and kicked around, always a lonely boy 

You were the one that they'd talk about around town as they put you down 

And as hard as they would try they'd hurt to make you cry 

But you never cried to them, just to your soul

 No, you never cried to them, just to your soul 

Run away, turn away 

Run away, turn away 

Run away























Terça-feira, 10 de julho de 1993

Era verão, talvez. O vento tinha menos força. Ou talvez Sirius estivesse imaginando coisas – era tão difícil dizer; entre o cruel vento norte e os dementadores, quase sempre estava gelado. Ele não conseguia se lembrar da última vez em que realmente sentiu calor.

Ainda assim, o sol estava um pouco mais brilhante, pensou ele. E o cheiro do mar era um pouco diferente quando Padfoot cheirou. Meio que... descongelado. De certa forma. Talvez. Ou talvez não. Talvez fosse o auge do inverno.

Talvez ele estivesse totalmente errado.

Havia algo diferente também. Padfoot ergueu a cabeça do colchão gasto e farejou mais uma vez. Além do sabor salgado do mar, além da ausência de cheiro gelado e perturbador dos dementadores, havia algo... novo. Algo vivo. Uma nova pessoa – um novo prisioneiro?

Mas não tinha o mesmo sabor amargo de desesperança, nem raiva ou desespero...

Padfoot inclinou a cabeça, ouvindo. Ele podia ouvir uma voz, distante, falando. As palavras eram firmes e uniformes, embora um pouco nervosas; certamente não os gritos loucos ou as gargalhadas que Padfoot às vezes ouvia nas celas vizinhas, evidência das mentes quebradas de seus companheiros de prisão.

"...para ver as celas de segurança máxima, e então suponho que podemos continuar..."

Alguém estava... visitando a prisão?

Sirius se transformou de volta, sentindo uma onda de pânico ao pensar que alguém descobriria Almofadinhas — o cachorro era tudo o que lhe restava, sua única defesa escassa contra o esquecimento sem fim da prisão. Ele não podia deixá-los descobrir, não podia deixá-los levar embora.

Seus ouvidos humanos eram mais fracos, não sensíveis o suficiente para captar os mesmos sons que o cachorro.

Mesmo assim, depois de um momento, ele ouviu o som constante de passos.

Uma pessoa. Havia uma pessoa lá fora. Sirius não via outra pessoa há... bem, ele supôs que não sabia. Seu coração começou a bater forte no peito, assustando-o. Ele havia esquecido que isso poderia fazer isso.

Sirius não tinha muita certeza do que o levou a se pressionar contra as grades da janela de sua cela, não tinha certeza por que era tão importante ver aquele visitante misterioso, falar com ele. Ele não tinha nenhum plano, não tinha ideia do que queria dizer. Fazia muito tempo que ele não via ninguém, não falava com ninguém. Ele se sentiu meio louco enquanto tentava lembrar como conversar.

Os passos se aproximaram. Sirius respirou fundo quando o orador apareceu, tonto com a perspectiva de falar com um humano de verdade. Ele piscou, enfiando o rosto nas grades da janela até que o ferro frio ardeu em suas bochechas.

Era um homem mais velho – cinquenta anos, se Sirius tivesse que adivinhar. Ele tinha uma cabeleira grisalha e estava bem vestido com roupas feitas sob medida. Flutuando ao lado dele estava um único dementador, e Sirius estremeceu quando a longa capa preta do ser espectral tremulou ao vento, resistindo à vontade de se encolher de volta em sua cela.

All The Young Dudes, Perspectiva do SiriusOnde histórias criam vida. Descubra agora