Capítulo 08

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Vinte minutos tinham se passado desde que elas entraram com Mai para dentro da casa e explicaram o que havia acontecido para Adriana e Mariana, que tinha ido levar um bolo de chocolate para a menina.

As quatro tinham o olhar paralisado na criança que brincava distraidamente com uma boneca sentada no colo de Carolyna, de quem não desgrudara nenhum momento.

— Mi hijá, vamos lá no quarto que a Mama vai colocar aquele DVD que você adora. ••• falou Priscila a fim tirar a menina da cozinha para poderem conversar.

— Obaaaa. ••• vibrou Maitê ••• — Você vem também, Mamãe? ••• falou olhando com expectativa para Carolyna que lançou um olhar apavorado para Priscila.

— A Carolyna não vai agora, meu bem. Ela tem que falar umas coisas com a abuela. ••• falou a fim de convencê-la.

Priscila organizou tudo no quarto da filha para que a pequena ficasse assistindo o desenho que gostava, sem que interrompesse a conversa dos adultos. Ainda intrigada voltou para a cozinha e encontrou as três mulheres ainda se olhando sem dizerem nada.

— Madre, o que está acontecendo? ••• questionou ao entrar na cozinha.

— Não sei, mi hijá. Para falar a verdade eu não tenho a menor ideia.

— Mas de onde a Mai tirou a ideia que falou com a Elana  que ela disse que a Carolyna ia ser mãe dela? ••• perguntou exaltada.

Carolyna entendeu aquela reação desesperada de Priscila como uma confirmação de que ela sentia repulsa por ela, em função de sua condição e que jamais aceitaria uma aproximação dela com a criança. Uma tristeza como não sentiu nem ao ser abandonada por sua noiva tomou conta de seu ser e levantou de repente, saindo sem nem ao menos se despedir.

Priscila tinha o olhar preso na mãe e não viu que a morena se retirou do local sem ao menos conseguir disfarçar a dor em suas feições. Ao finalmente perceber sua ausência, imaginou que a mesma ocorrera por ela não ter gostado nenhum pouco da reação de sua filha, decidindo manter a criança afastada o máximo possível para não prejudicar seu emprego conseguido a tanto custo.

Mariana e Adriana mais uma vez trocaram olhares misteriosos, como se previssem que alguma coisa iria acontecer.

— Mi hijá, com o tempo as coisas se explicam. Vamos deixar tudo assim e quem sabe logo esse mistério terá se encaixado. ••• falou sabiamente.

— É, Madre. Talvez você tenha razão. Espero que a Carolyna não leve isso a mal. Nem vi ela saindo.

— Ela ficará bem. ••• consolou Mariana, levantando-se para partir. ••• —Vou indo, pois tenho de preparar o jantar ainda.

— Volte quando quiser, Normani. Tenho certeza que vamos nos dar muito bem. ••• disse Adri, com um sorriso acolhedor.

— Voltarei sim. Boa noite para vocês. ••• despediu-se e saiu.

O resto da noite passou quieto tanto para Carolyna quanto para Priscila, que estavam perdidas em seus pensamentos. Cada uma havia interpretado a situação de uma forma e estava sofrendo por isso.

Priscila deu-se conta que não era somente pelo emprego que havia ficado preocupada. Também havia ficado chateada pelo fato de Carolyna parecer ter rejeitado sua filha e não ter gostado nenhum pouco da ideia de ser chamada de Mamãe por Maitê. Mas ela tinha que se dar conta que ela era apenas uma criança, praticamente um bebê, e não tinha noção da consequência das coisas que dizia.

Carolyna, por sua vez, sofria por ter sido rejeitada mais uma vez. Afinal, quem iria querer que um anjo como Maitê a chamasse de mãe. Ninguém em sã consciência. Então por que doía tanto? Decidiu que o melhor era se manter afastada para evitar qualquer tipo de mal entendido.

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