Capítulo 38

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— Como você conseguiu gostar daquele anão de jardim? ••• já na mesa, junto da irmã e da cunhada, Priscila perguntava de forma debochada para Carolyna.

— Sinceramente... nem eu entendo. ••• falou revirando os olhos.

— Ainda bem que você encontrou o caminho do bem e o bom gosto finalmente tomou conta do seu ser. ••• foi a vez de Camila debochar.

— Obrigada, Mila. ••• disse Priscila, rindo ••• — Aparentemente você me considera melhor que a megera.

— Nossa, nem se compara. Você é minha cunhadinha favorita. Aquela lá nem para encosto servia. ••• gargalhou.

— Vamos esquecer aquela lá, que o passado já era. ••• declarou Carolyna ••• — Agora eu só quero curtir a noite ao lado da minha mulher. ••• mais uma vez sorriu carinhosamente para Priscila, que retribuiu com um delicado beijo.

— Te amo.

— Te amo mais.

— Lili, vem dançar comigo mais um pouco antes de irmos embora. ••• chamou Priscila, melosa, e Carolyna pensou no quanto a esposa era fofa fazendo aquele bico, bem diferente da outra que tentara dobrá-la daquela forma mais cedo, conseguindo apenas parecer pedante e ridícula.

— Nossa, com esse bico lindo eu não consigo te negar nada. ••• falou envolvendo Priscila pela cintura e conduzindo-a para a pista de dança, onde colaram seus corpos a fim de moverem-se conforme a música lenta que tocava.

— Nunca sonhei que poderia ser tão feliz. ••• sussurrou Priscila contra a orelha de Carolyna.

— Nunca sonhei que sequer pudesse ser feliz. ••• Carolyna falou afastando sua cabeça levemente da de Priscila e encarando os olhos escuros ••• — Mas graças a você e às nossas famílias eu descobri que isso é possível.

— Eu te amo mais que tudo, minha Lili.

— Eu também te amo mais que tudo, minha Cila.

Beijaram-se de forma lenta e apaixonada, mal sabiam que ao longe eram observadas por olhos rancorosos, cheios de ira e maldade.

Dançaram por quase meia hora e Priscila quase não se aguentava mais em pé.

— Lili, preciso ir ao banheiro. Onde fica? ••• perguntou a Carolyna que conversava com Rebeca.

— Subindo aquelas escadas ali, amor. ••• indicou.

— Vou rapidinho até lá, que nosso bebê está pressionando minha bexiga e depois podemos ir embora? ••• pediu ••• — Estou cansada.

— Estava só esperando você convidar. Também já estou no meu limite.

Priscila afastou-se em direção ao banheiro e logo o encontrou. Apenas uma das cabines estava ocupada, mas não chegou a ver por quem. Saiu da que utilizara e olhou-se no espelho. Seu batom havia saído quase que por completo, mas o restante da maquiagem ainda estava impecável. Mirou sua barriga e alisou o ventre com um sorriso terno nos lábios.

Ainda com a mão no mesmo local saiu do banheiro para ir de encontro a Carolyna, que a aguardava para partirem.

Ia distraída, pensando no quão boa havia sido a noite que não percebeu um vulto se esgueirando por suas costas quando iniciava a descer as escadas. Mal sentiu o empurrão que fez com que rolasse os degraus íngremes após soltar um grito agudo, chamando a atenção de várias pessoas no salão.

Carolyna ainda conversava sozinha com Rebeca quando ouviu um grito ecoar distante pelo salão. Seu corpo gelou ao se virar rapidamente para as escadas e ver o corpo de Priscila rolando pelos degraus.

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