Desafios na Escuridão

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Emma On

Após perder dois ônibus consecutivos, cheguei tardiamente ao meu bairro, onde o silêncio reinava soberano. A cautela me fez observar ambos os lados da rua antes de cruzá-la, notando a ausência de transeuntes àquela hora avançada. Embora normalmente me sentisse segura caminhando sozinha à noite, naquela ocasião, um nervosismo incomum me assolava, exacerbado pela frustração de ter perdido o último ônibus disponível.

Felizmente, a distância até meu apartamento era curta, estimando uma caminhada de meros dez minutos até alcançar a segurança e o conforto do meu lar. Contudo, meus pensamentos foram abruptamente interrompidos pelo som de um galho estalando atrás de mim. Ao virar-me, deparei-me apenas com a visão de um gato assustado, que rapidamente se refugiou sob um veículo estacionado. Suspirei, atribuindo o barulho à minha tensão acumulada e à privação de sono causada pelo estresse acadêmico da faculdade.

Emma: Preciso de um banho quente e prolongado assim que chegar em casa, apenas para relaxar.

???: Que tal um pouco de companhia, querida?

Um arrepio percorreu minha espinha ao ouvir a voz rouca e desconhecida vinda de trás de mim. Meu coração disparou, e minha boca secou, incapaz de articular palavras ou mover-me.

O homem, aparentando pouco mais de trinta anos, lançou-me um olhar avaliador, de cima a baixo, acompanhado de um sorriso malicioso. Recuei instintivamente, temendo suas intenções.

Emma: O que você quer? Dinheiro?

???: Você me ofende, querida. Não sou um ladrão.

Com um gesto teatral de rendição e um sorriso ainda mais sarcástico, ele me fez tremer de medo. Tentei contorná-lo, mas ele persistiu em me seguir.

???: Não vá embora tão cedo.

Ele se aproximou mais, e eu senti o perigo iminente.

???: Ainda não terminei de falar.

Emma: Se não sair daqui agora, chamarei a polícia!

Com as mãos trêmulas, retirei o celular do bolso, tentando manter a calma.

???: Sabe, garotas desafiadoras como você são minha fraqueza.

Sua voz baixa e sussurrante intensificou meu medo.

Quando tentei fugir, ele agarrou meu braço com força, puxando-me para perto. Com um movimento rápido, mordi sua mão, fazendo-o gritar de dor. Aproveitei a distração para correr, tentando ligar para a polícia, mas tropecei e caí. Olhando para trás, vi o homem se aproximando rapidamente. A dor nos joelhos era intensa, mas o terror que sentia era ainda maior. Com lágrimas nos olhos, tentei me levantar e fugir, mas ele já estava muito perto.

???: Mal posso esperar para retribuir essa mordida.

Ele segurou meu rosto com força, e eu lutei para me libertar, mas ele era muito mais forte. Quando ele se inclinou para mais perto, reuni todas as minhas forças e o empurrei com veemência.

???: Já te avisei para parar com essas brincadeiras...

A tensão era palpável no ar enquanto eu sentia o olhar carregado de rancor do homem que eu confrontava. Com o joelho machucado latejando, tentei fugir, mas foi brutalmente empurrada contra a parede, o impacto enviando ondas de dor por minhas costas.

Emma: Por favor, me deixa ir.

Implorei com a voz trêmula. O perseguidor zombou da minha súplica.

???: Pare de bancar a difícil, garota.

Foi então que uma nova voz interveio e um segundo homem emergiu das sombras. Com um golpe rápido e preciso, ele atingiu o agressor, que caiu ao chão e os lábios sangrando pelo impacto.

???: Ela disse para você deixá-la em paz, não entendeu?

A voz do homem era firme e desafiadora. Quando ele se virou na minha direção, eu o reconheci, e meu coração acelerando pois estava surpresa ao ver Jun-ho ali. Olhei para trás vendo o Bam ao meu lado e com a coleira no chão, ele estava muito atento olhando para o homem que se encontrava no chão. Jun-ho parecia preocupado, me analisava se eu havia me machucado e depois desviou o olhar para o homem caído que tentava se levantar.

Jun-ho: Não te ensinaram a respeitar um "não"?

O agressor, limpando o sangue de sua boca, desafiou dizendo:

???: E o que você tem a ver com isso?

Jun-ho se manteve firme.

Jun-ho: Não vou deixá-la sozinha com você.

O homem começou a rir com sarcasmo, mesmo com a boca ferida.

???: Então vamos fazer do jeito difícil.

Eu recuei assustada, mas também preocupada com o garoto ao meu lado, que permaneceu inabalável.

???: Esta é sua última chance de ir embora.

O homem ameaçou novamente, mas Jun-ho não se intimidou posicionando-se entre a mim e o agressor.

Jun-ho: Se quiser chegar perto dela novamente, terá que passar por mim.

O desejo de um coração - Imagine Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora