Chapter Fifty Six

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Hyun On

Eu estava reorganizando as papeladas quando um homem entrou. Alto, cabelos escuros e com uma presença que parecia encher o pequeno estabelecimento. Ele olhou ao redor, claramente procurando por alguém e então seus olhos se fixaram em mim.

Hyun: Você precisa de algo?

???: Olá, a Emma está?

Minha mente congelou por um segundo. Emma tinha ido ao banheiro há meia hora e ainda não tinha voltado. Quem era esse cara? E por que ele estava procurando por ela?

Hyun: Emma? Ah, sim. Mas... quem é você?

Eu tentei manter minha voz neutra, mas havia uma pontada de frieza que eu não conseguia esconder. Emma nunca mencionou estar saindo com alguém, e eu... bem, eu tinha meus próprios sentimentos por ela.

O homem hesitou, talvez surpreso pela minha pergunta direta. Antes que ele pudesse responder, Emma apareceu. Ela estava deslumbrante em um vestido logo abaixo dos joelhos, preto com uma estampa floral delicada e suas mangas curtas e bufantes. Meu coração estava dançando dentro do meu peito.

Emma: Jun-ho! Você chegou cedo. Esperou muito?

Jungkook: Não, acabei de chegar.

Ela sorriu para ele, um sorriso que eu conhecia bem, mas que nunca tinha sido direcionado a mim daquela maneira. Meu estômago se revirou.

Emma: Hyun, vou sair agora. Se cuida, tá?

Ela acenou para mim e eu mal consegui acenar de volta. Houve um silêncio desconfortável. Eu não sabia o que dizer. A ideia de Emma com outro cara me incomodava mais do que eu gostaria de admitir. O ciúme queimava dentro de mim enquanto eu assistia Emma sair com aquele homem chamdo Jun-ho. Quem era ele? Por que ele tinha que aparecer e levar embora a garota que eu não tinha coragem de confessar meus sentimentos?

Fiquei ali parado com o coração pesado, enquanto eles saíam do pet shop, e uma parte de mim desejava ter sido corajoso o suficiente para ser o homem ao lado dela. Meus pensamentos estavam em turbilhão, uma mistura de confusão, inveja e uma pontada de dor que eu não queria admitir. Por que ele? O que ele tem que eu não tenho?

Eu me lembrava de cada sorriso que Emma me dera, cada risada compartilhada, cada momento que ela levou na brincadeira quando eu tentava flertar. Sempre pensei que talvez, só talvez, houvesse uma chance para mim. Mas ela nem sequer sabe como eu me sinto... e talvez nunca saiba. Eu deveria ter dito algo antes. Deveria ter sido eu. Eu me sinto um covarde.

O jeito como ela olhou para o tal Jun-ho, com aquele brilho nos olhos, era algo que eu nunca tinha visto antes. E isso doía mais do que eu esperava.Talvez seja hora de seguir em frente... Mas como?

Eu fechei os olhos por um momento, tentando afastar a imagem deles juntos. Eu tinha que encontrar uma maneira de superar isso, de superar esses sentimentos não correspondidos. Eu só espero que ele a faça feliz. Ela merece isso. E com um suspiro, eu voltei ao meu trabalho, tentando afastar os pensamentos negativos e a sensação de que eu tinha perdido algo que nunca foi meu.

Emma On

A empolgação borbulhava dentro de mim como refrigerante em um copo recém-servido.

Emma: Boliche?

Repeti surpresa e animada com a ideia.

Emma: Eu nunca joguei, mas sempre quis tentar!

Jun-ho riu, um som que parecia música para os meus ouvidos.

Jungkook: Então hoje é o seu dia de sorte.

Ele disse, enquanto estacionava o carro em frente a um estabelecimento iluminado apenas por luzes neon. Ao entrar, fiquei impressionada com o espaço. As pistas de boliche brilhavam sob as luzes coloridas, e uma música animada tocava ao fundo, mas o lugar estava vazio.

Emma: Uau, parece que temos o lugar só para nós.

Comentei, olhando ao redor confusa. É a segunda vez que isso acontece já. Ou a gente vai em momentos onde está vazio, ou então ele mesmo faz isso. Mas por que?

Jun-ho apenas sorriu, um sorriso que parecia esconder um segredo.

Jungkook: Parece que sim.

Ele concordou, guiando-me até uma das pistas.

Um pensamento me ocorreu, tão absurdo que quase ri alto. Será que ele teria alugado o lugar inteiro? Não, isso seria loucura. Por que alguém faria algo assim?

Jungkook: Pronta para ser derrotada?

Jun-ho me desafiou, trazendo-me de volta à realidade.

Emma: Derrotada? Por você?

Eu disse, fingindo indignação.

Emma: Acho que você subestima minhas habilidades ocultas no boliche.

Ele riu novamente, e dessa vez, havia um brilho travesso em seus olhos.

Jungkook: Então que tal você começa?

Dei de ombros, tentando parecer despreocupada, e fui pegar uma bola de boliche. No entanto, assim que a levantei, percebi que era muito mais pesada do que eu imaginava.

Emma: Uau, isso pesa uma tonelada!

Jun-ho soltou uma gargalhada.

Respirei fundo e me preparei para lançar a bola, eu nunca tinha jogado antes e a sensação era estranha. Meus pensamentos começaram a divagar, lembrando de como minha vida era antes de vir pra Coréia. Quando eu morava com meus pais, minha vida era como a de um gato de estimação. Eu pertencia a eles, e eles me controlavam como quisessem. Sempre controlada e sem liberdade. Nunca saía sozinha, muito menos para ir em festas de escola ou eventos que envolvam "perda de tempo".

Lembro-me de uma vez, quando tinha uns doze anos, pedi para ir ao cinema com algumas colegas de escola. A resposta foi um sonoro "não". "Emma, não perca tempo com essas bobagens, concentre-se nos estudos. O futuro depende disso", diziam eles. E lá estava eu, trancada no meu quarto, com livros espalhados pela cama, enquanto minhas amigas se divertiam. Meus pais sempre valorizavam os estudos acima de tudo, e eu bobinha, fazia tudo o que eles mandavam.

Claro, meus pais queriam o melhor para mim. Eles sempre diziam que estavam me preparando para um futuro brilhante. Mas às vezes, parecia que eles estavam mais preocupados em me moldar à imagem perfeita de uma filha obediente e estudiosa do que em me deixar ser eu mesma.

Eu era tão ingênua, acreditava que tudo o que eles diziam era para o meu bem. E eu obedecia, como um robô programado para seguir ordens. Mas essa qualidade exagerada de controle teve seus impactos. Insegurança. Não confio completamente nas minhas decisões.

Se não fosse pela minha vó e pelos seus conselhos, eu teria crescido sem saber como tomar decisões por conta própria, sempre esperando que alguém me dissesse o que fazer. Quando finalmente saí de casa para a faculdade, foi um choque. Eu não sabia como lidar com a liberdade. Era como se eu tivesse sido solta em um mundo novo, sem mapa ou bússola. E a morte da minha vó foi o ponto de virada. Descobrir a verdade que meus pais escondiam, me fez perceber o quanto eu estava presa. Foi como se uma venda tivesse sido tirada dos meus olhos. Eu precisava sair da maldita caixa, viver minha própria vida, fazer minhas próprias escolhas. Meus pensamentos foram interrompidos quando Jun-ho se aproximou, percebendo minha hesitação.

Jungkook: Ei, está tudo bem?

Emma: Sim, sim.

Lancei a bola com toda a minha força, mas ela acabou indo direto para a canaleta.

Emma: Ah, não! Que desastre!

Jun-ho riu alto, e eu não pude deixar de rir também. Ele deu um passo à frente, diminuindo a distância entre nós e eu podia sentir o calor de seu corpo mesmo sem tocá-lo.

Jungkook: Vamos tentar de novo.

Notas da Autora

Olaa gente! Como estão??

Espero que estejam gostando da história até agora. Estou caprichando bastante nos próximos capítulos, aguardem.☺️

Por favor, sintam-se à vontade para deixar seus votos, comentários e críticas construtivas. Saber que vocês estão acompanhando e apreciando me enche de alegria! E cada interação de vocês é um incentivo valioso para continuarmos essa aventura juntos. ❤️

💜AME OS 7💜

O desejo de um coração - Imagine Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora