True Love (MIN YOONGI FANFIC)

19.

A Aisha foi a primeira coisa que eu vi quando abri os olhos. Eu não sentia nada a não ser uma coisa, um certo peso, em cima do meu peito.

Peraí, como assim?

Meu corpo todo doía e meus olhos arderam pela claridade. Eu senti como se estivesse preso, sufocado, não sei. E minha mente estava demorando pra processar.

_ Shibal, você acordou!!!!_ A voz da minha melhor amiga me fez despertar um pouquinho mais. Que tipo de ilusão era essa? E ela disse "shibal"?

Tive um flash de som de vidro quebrando. Depois outro flash do mundo virando de cabeça pra baixo. Dor, muita dor, sangue caindo nos meus olhos e mais dor. E depois nada....

Eu morri?

Eu morri e um anjo com a aparência da Aisha está me recepcionando no céu? O anjo assumiu a forma da minha melhor amiga pra me ajudar a compreender a entrada no Céu, ou talvez seres humanos não consigam enxergar a verdadeira forma de um anjo e por isso eles assumem a forma de alguém da nossa vida, é isso?

_ Espera, não se mexe!_ Ela me disse, segurando meu ombro quando tentei levantar. Um médico entrou rapidamente mas a minha visão focou no peso em cima do meu peito.

Era um bebê.

_ Como se sente, senhor Min?_ O médico perguntou._ Consegue me ouvir?

Assenti com a cabeça.

_ Sabe onde está?_ Perguntou. Neguei com a cabeça._ Pode me dizer seu nome completo e data de nascimento?

_ Min Yoongi, dia 09 de março de 1993_ Respondi, minha voz mais parecia um sussurro. O bebê se espreguiçou e Aisha tirou do meu colo, levando para fora. Duas enfermeiras ajudavam o médico a me analisar e eu vi que uma delas estava coletando sangue do meu braço.

_ Sabe me dizer em que ano estamos?_ O médico perguntou. Neguei.

Acredito que eu não saiba de coisa alguma nesse momento. Estou muito desorientado, não estou entendendo nada.

_ Senhor Min, está em um hospital nesse momento. O senhor sofreu um acidente de carro 2 semanas atrás, ainda está em recuperação_ O médico me disse._ Essa é a segunda vez que o senhor acorda, na primeira vez foi por breves segundos e desde então continuou em coma. Como se sente? Alguma dor?

_ Tudo dói_ Respondi.

_ O senhor ainda vai ficar por um tempo de recuperação. Talvez precise de fisioterapia pois seu ombro já lesionado anteriormente também foi afetado, seu pé direito está quebrado, mas além disso não teve lesões preocupantes. Alguns cortes e mais nada_ Ele contou._ No momento, repouso é o melhor remédio.

_ Obrigado_ Disse a ele._ Quem era aquele bebê? E cadê a Aisha?

_ A senhorita Aisha está como sua responsável já que sua esposa não pode acompanhá-lo no momento, e o bebê acredito que seja seu_ O médico me respondeu.

Fiquei quieto enquanto ele analisava mais algumas coisas e fazia mais perguntas. Fui me lembrando aos poucos de cada acontecimento até ali. Fiquei constrangido quando uma das enfermeiras pediu um autógrafo e a outra brigou com ela.

Não estava raciocinando direito que a Aisha estava aqui, mas como o destino age sempre, ela voltou pro quarto.

_ Ai, Yoongi! Todo mundo está tão preocupado com você_ Ela correu pra perto da maca. Levantei os braços e ela logo me abraçou.

_ Não que não seja bom te ver, mas por que você está aqui? Aqui na Coreia?_ Perguntei e ela riu.

_ Bom, era pra ser surpresa que eu viria pra cá participar de um evento, representando meu hotel mas assim que o Jin me buscou no aeroporto, sua mulher postou um vídeo contando e expondo tudo sobre a empresa e o casamento falso_ Ela contou. Quase dei um pulo, minha cabeça doeu com o susto.

_ O que?_ Questionei. Eu não sabia disso, não sabia que a Hyeri faria isso. Provavelmente foi na mesma hora que sofri o acidente.

_ É, ela contou tudo, mostrou tudo. Foi um belo exposed_ Aisha brincou._ Mas aí assim que o Jin e eu chegamos na casa dele, a empresa ligou pra avisar do seu acidente.

_ Por que você ia pra casa dele?_ Perguntei e a Aisha ficou tímida e corando.

_ Nós estamos... nos conhecendo_ Ela disse._ Enfim, a gente planejava chegar de surpresa na sua casa mas não deu... É por isso que eu estou na Coreia, vim pra esse evento. Eu pretendia ficar só 1 semana.

_ Aisha... cadê a Lia?_ Eu perguntei de repente. O sorriso dela diminuiu um pouco. Ela tocou minha mão e apertou um pouquinho, tentando passar conforto.

_ Ela só vem pra deixar a bebê um pouquinho com você, não tem coragem de entrar e está com medo de te ver todo estropiado_ Ela disse._ Ela me entrega a Nawon e eu deixo ela deitadinha com você. A gente faz isso todo dia, mas a Lia está nervosa de te encontrar.

_ E por que a Hyeri não pode estar aqui?_ Perguntei.

_ Bom... digamos que ela foi presa_ Aisha disse e eu engasguei._ Quando a mãe dela surtou depois do exposed, foi até a casa de vocês e espancou ela. Aí a Hyeri revidou, atropelou a mãe e não chamou ambulância.

_ Porra!_ Só consegui dizer isso mesmo. Nunca que eu imaginaria algo assim.

_ A mãe dela foi presa também, sob várias acusações, e por mais que a Hyeri não tenha feito nada de tão errado assim, ela atropelou uma pessoa e negou socorro, então tecnicamente é um crime. Ela vai ficar 6 meses em prisão domiciliar_ Aisha explicou.

Eu não disse nada, preferi deitar de novo na cama e fechar os olhos. Eram coisas demais pra entender.

_ Então.. você e o Jin!_ Comentei sorrindo, tentando mudar de assunto._ Pode fazer o favor de me contar tudo!

..

Já estou de saco cheio de ficar nesse hospital. Meus pais e meu irmão vinham sempre pra ficar aqui e depois a Aisha ficava o resto do tempo. Os meninos também vinham mas só pra me visitar, não podiam ficar depois da visita e eu já estava cansado.

Com todo o caos que estava na empresa, muitas armys estavam desesperadas. A mídia noticiava uma coisa ou outra mas não tínhamos mais nosso departamento pra organizar tudo e fazer as declarações para o público.

Eu apareci no Instagram depois de alguns dias pra dizer que estava tudo bem e tranquilizar nossas fãs. Não sei como seria daqui pra frente mas pelo menos eu estava vivo.

Ficar com a Nawon no colo com certeza estava ajudando a me recuperar. Ela era tão linda e tão fofa, eu ainda estava perplexo por descobrir que eu sou pai. Fiquei nervoso pensando que eu poderia ter morrido com o acidente e deixado minha filha só com a mãe dela. Nada mais na minha vida importava a não ser cuidar da Nawon.

É difícil explicar o que é ser pai. Eu descobri de um segundo ao outro que eu tenho uma filha e isso foi um choque, mas ao mesmo tempo foi a coisa mais incrível que já aconteceu na minha vida. Eu podia ficar o dia todo só olhando pra bebê, sem fazer nada, só segurando ela no colo. Tudo o que eu queria era sair do hospital, consertar as coisas e viver com a família que eu tenho agora.

Eu, a Nawon e a mãe dela.

E a Lia continuava sem querer me visitar. A Aisha entrava com a bebê e deixava ela comigo, e depois levava até a porta pra ela ir embora. Eu queria que a gente pudesse conversar e se resolver, mas ela não tinha coragem de vir falar comigo.

Apesar de tudo, o que importava agora era me recuperar direitinho.

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