O Pacto de Jungkook - [Taekook]

Prólogo.

Os gritos do homem cessaram quando a faca que ele segurava penetrou seu coração.

Sangue respingou em sua capa, máscara e sapatos recém-lustrados. No entanto, ele se manteve friamente impassível enquanto segurava o cabo da lâmina com mãos firmes - mesmo quando seu corpo inteiro estremeceu de adrenalina e repulsa.

Não era a sua primeira vez matando alguém, afinal.

A lâmina estava perfeitamente cravada no centro da runa desenhada no peito do homem. Vermelho floresceu em sua pele pálida e escorreu por seu tronco despido como tinta em uma tela em branco.

Namjoon observou atentamente o momento em que a vida se esvaiu de seus olhos arregalados. Eles se tornaram opacos, mas não se fecharam como nas mortes dos filmes em que ele atuava. Mantiveram-se abertos e olhando fixamente para ele, como se o amaldiçoando até seu último suspiro. Isso não lhe causou nenhum temor. Pois ele sabia que para onde o espírito do homem iria, jamais haveria um retorno.

Ele puxou a faca do peito dele com um solavanco. Mais sangue jorrou da ferida, desta vez escorrendo pela mesa metálica em uma torrente incessante.

Uma lufada de ar gélido como a morte atravessou a sala, penetrando sua espinha.

Um calafrio subiu por sua nuca como garras invisíveis arranhando sua pele, erguendo os fios do seu cabelo um por um.

Murmúrios de admiração e pavor inundaram a sala escura iluminada por velas, vindo dos membros dos Tenebris, vestidos em capuzes vermelhos e máscaras de crânios humanos - assim como ele.

— Taehyung — Eles cantavam como uma oração.

Foi quando ele soube que se olhasse para trás, encontraria o próprio Diabo às suas costas.

Por isso, Namjoon não olhou.

Manteve os olhos fixos no cadáver esfriando à sua frente, mesmo quando a sombra de uma figura alta e sombria com longos chifres em sua cabeça ergueu-se atrás dele. Um braço passou por cima do seu ombro. Garras escuras e longas pousaram na runa ensanguentada no peito do homem, e então enterraram-se em sua pele, coletando a última essência da sua vida miserável.

Ele estremeceu, mas não conseguiu desviar o olhar.

Não sentiu culpa pelo que havia feito. O homem havia assinado seu acordo por vontade própria, ganhado sua quantia para fazer parte daquilo. Ele sabia o que o destino o reservava naquele dia. Todos eles sabiam. Todos eles seguiam se beneficiando daquilo.

Então, por que um embrulho se formava na boca do seu estômago?

Por que suas mãos ainda não haviam parado de tremer?

Outra corrente paralisante de frio atravessou a sala. Ele piscou. Então, o demônio havia desvanecido, como se jamais estivesse lá.

E assim a alma do homem fora coletada.

Namjoon soltou uma longa exalação, só então percebendo que havia prendido o fôlego desde que sentiu sua presença opressora entre aquelas quatro paredes de pedra.

O som de metal contra metal foi ouvido. Ele virou a cabeça para trás em alerta e encontrou todos com lâminas na mão, aproximando-se do corpo na mesa como animais famintos rastejando em direção a uma presa abatida.