18. Há salvação para mim?

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Jungkook correu.

Ele virou as costas e correu o mais rápido que pôde.

Nem sequer pensou em manter a discrição, se a sociedade secreta acharia sua atitude suspeita ou se seguiriam atrás dele. Ele não se importou com porra nenhuma além da sua própria sobrevivência. Correu como se o próprio fogo do inferno estivesse prestes a alcançá-lo - pois algo pior do que isso podia.

Voou pelas escadas de pedra do calabouço, passou como um borrão pelos corredores da mansão-castelo. Ele não parou quando um dos criados perguntou se precisava de ajuda. Ele sequer parou para inspirar o ar em seus pulmões que ardiam como brasas.

Jungkook só se permitiu parar quando atravessou os portões dourados do hall de entrada e pôs os pés do lado de fora. A brisa gélida da noite o atingiu, açoitando suas bochechas.

Seu estômago roncou novamente. Desta vez, ele não tentou impedir o que viria a seguir.

Retirou a máscara e despejou tudo que havia consumido durante o dia, nos degraus da escadaria de mármore. Ele vomitou até não ter mais nada no estômago, até sua garganta arranhar e ele precisar arfar por ar. Foi só então que se permitiu respirar novamente.

Limpou a boca com as costas da mão.

E logo em seguida, voltou a correr novamente.

Jungkook percorreu o pátio até encontrar o seu carro alugado estacionado sob a sombra de uma cerejeira. Marcus, seu motorista, dormia de boca aberta no banco da frente. Ele bateu no vidro com os nós dos dedos, desesperado. O homem acordou com um sobressalto, e assim que se deparou com ele parado ao lado de fora, arregalou os olhos. Ele piscou rapidamente para acordar, tateou o painel e destrancou a porta traseira.

Jungkook abriu a porta e se jogou no banco de trás, sem cerimônia.

ㅡ Há algum problema, senhor Jeon? ㅡ Marcus perguntou, fitando-o com um semblante genuinamente preocupado.

ㅡ Afunde o pé no acelerador e me tire daqui o mais rápido que você conseguir ㅡ disse Jungkook, sem fôlego.

Marcus lhe ofereceu um aceno firme e virou-se para o volante como se tivesse esperado a vida inteira por aquele comando. Jungkook voou para frente, precisando se segurar no encosto do banco do passageiro para não ser jogado contra o painel do carro.

A mansão passou como um borrão pelas janelas. Ele atravessou os grandiosos portões em arcos ornamentados da mansão, deixando tudo para trás. Temeroso, voltou-se para o vidro traseiro e encontrou silhuetas vestidas em mantos vermelhos diante do portão da mansão. Alguém apontou para o carro. Um calafrio se arrastou pela espinha de Jungkook.

Porém, ninguém fez menção em segui-lo.

As silhuetas desapareceram de vista quando o carro fez uma curva e eles entraram em uma estrada sinuosa coberta pela penumbra da noite. Nenhuma luz à vista, exceto a que vinha dos faróis e iluminava o caminho sinistro à frente.

Jungkook ainda não se sentia seguro. Seu corpo inteiro tremia como se pequenas correntes de choque atravessassem seu sistema nervoso.

ㅡ Noite difícil? ㅡ perguntou Marcus, bem-humorado, completamente alheio ao caos do qual havia acabado de fugir. Seu olhar encontrou o dele através do retrovisor. ㅡ Por acaso arrumou confusão na festa, senhor Jeon?

ㅡ Pode-se dizer que sim ㅡ murmurou Jungkook com a voz rouca. Ainda sentia seu coração bater raivosamente contra o peito, ecoando em seus ouvidos, deixando sua cabeça girando.

Marcus riu.

ㅡ Aposto que deve ter sido divertido. Adoro festas temáticas. ㅡ Ele arqueou uma sobrancelha para Jungkook. ㅡ Está vestido de chapeuzinho vermelho? Gostei da fantasia.

O Pacto de Jungkook - [Taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora