O BLOCO DE ARTES

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Algumas pessoas estão acostumadas a acordarem com seus despertadores. Outras têm sons mais específicos para romper o sono: Uma mãe lhe chamando com carinho, um galo cacarejando, o sol da manhã entrando pela janela...

Em Jamestown Hall, eles tinham capetas; pelo menos, era assim que alguns alunos chamavam Taehyung e Jungkook. Principalmente quando eles começavam a discutir e se provocar correndo por todo o campus.

Na verdade, essa fama era mais do que justificada. O caos que esses dois provocavam podia fazer até o galo cacarejar em desespero. Taehyung, com seu carisma explosivo, e Jungkook, o perfeccionista introvertido, eram como óleo e água. Suas diferenças eram também visuais: Jungkook em suas roupas pretas sempre bem alinhadas e Taehyung em tons claros manchados e amarrotados. Eles não apenas discordavam; brigavam como se suas vidas dependessem disso.

No coração da universidade, onde o bloco de artes se erguia como um farol de criatividade e paixão, a imagem declarada de Taehyung e Jungkook se destacava como um espetáculo por si só. Era como se o destino tivesse traçado uma linha invisível entre eles desde o primeiro dia em que se cruzaram na entrada do prédio-dormitório da unidade de artes.

Enquanto a maioria dos estudantes ansiava por aprovação e aplausos, Taehyung encontrava satisfação nas risadas e nos olhares surpresos que provocava. Seu carisma era uma força da natureza: Natural e capaz de atrair a atenção de todos os cantos do campus. Era conhecido por sua habilidade de encantar com palavras, conquistando sorrisos e até mesmo corações, mas sem jamais brincar com os sentimentos alheios. No fundo, sua sinceridade o tornava cativante, mesmo para aqueles que eram alvos de suas travessuras.

Em contraste, Jungkook era uma figura de disciplina e perfeição. Reservado, ele evitava interações sociais ao máximo, dedicando seu tempo à busca da excelência acadêmica. Cada nota, cada projeto, cada palavra escrita eram reflexo de sua incansável busca pela perfeição. Seu olhar analítico parecia penetrar nas entranhas dos textos que lia, revelando detalhes que escapavam à maioria.

Se Jungkook era músculos e cérebro, Taehyung era risadinhas e piscadelas.

A rivalidade inabalável entre Taehyung e Jungkook era como um espetáculo diário, uma verdadeira montanha-russa de emoções para todos que testemunhavam suas explosivas interações. Enquanto alguns desejavam um início de dia mais tranquilo, outros viam esses "capetas" como parte integral da experiência única que era Jamestown Hall.

Então, cada manhã na universidade era uma promessa de um novo episódio da saga interminável de Taehyung e Jungkook, onde a paz da alvorada era frequentemente interrompida pelo caos desses estudantes únicos.

Era interessante de se acompanhar, por mais que em alguns momentos gerasse certo incômodo. Alguns estudantes de artes mais próximos dos dois - todos os que moravam mais próximos no prédio "bloco A" - gostavam de acompanhar as brigas como um evento esportivo. Se penduravam nas janelas para os ver correndo, contabilizavam pontos para os melhores foras - no placar atual, Taehyung estava perdendo de 47 a 49 para Jungkook - e tinham a própria rádio fofoca no prédio.

Namjoon costumava ser o fofoqueiro chefe, ele contabilizava os pontos do placar. Como Hoseok era o melhor amigo de Jungkook e torcia por ele, apesar de sempre tentar a ficar do lado de Taehyung, porque, gostasse Jungkook ou não, ele era legal.

Jimin, o melhor amigo de Taehyung, por outro lado, jogava no time de Taehyung por livre e espontânea pressão. Tinha certa pena de Jungkook, e também era concentrado e estudioso como ele. Ele sempre resmungava para Taehyung que um dia espera que Jungkook realmente lhe desse pontapés como dizia que faria, porque ele merecia.

Além disso, tinha Sunoo e Nayeon. Ambos não tinham time, mas eram opostos também: Nayeon torcia para o caos completo, mas Sunoo... Sunoo achava que tinham algo estranho na forma como Taehyung e Jungkook se olhavam. Algo que não soava como raiva, ódio ou rechaço. Algo que parecia faiscar sempre que se viam.

DESCULPAS PEONEAS E OUTRAS COISINHASOnde histórias criam vida. Descubra agora