O Primeiro encontro

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Taehyung entrou na boate, sentindo o impacto imediato da mudança de ambiente. Seus olhos se ajustaram lentamente à penumbra e à cascata de luzes coloridas que piscavam em sincronia com a batida ensurdecedora da música. O ar estava denso com a mistura de perfumes e suor, uma combinação que parecia pulsar junto com os corpos que dançavam e conversavam animadamente ao seu redor.

Os amigos, estavam planejando a algum tempo a festa de despedida para os formandos do semestre. Taehyung não tinha se envolvido muito. Não seria lá grande coisa. Apenas reservaram uma boate próxima ao campus para apenas os alunos de Jamestown.

Seu olhar, na verdade, estava fixo na missão de encontrar Jungkook. Cada rosto que passava por ele era examinado brevemente antes de ser descartado. Seria vergonhoso admitir que estava com saudade, que estava acostumado com ver seu rosto noite e dia. Mas Taehyung não era do tipo que sentia vergonha. Ele só sentia as coisas como eram. Não se preocupava com o que eram, como eram ou o que pareciam. Ele sentia, e apenas isso.

Taehyung mal havia começado a se fundir com a tapeçaria viva da boate quando uma mão inesperada se fechou em torno de seu braço, puxando-o com uma urgência que fez seu coração saltar.

Ele girou, os sapatos deslizando no chão pegajoso, esperando encontrar o olhar caloroso de Jungkook. Em vez disso, ele foi recebido pelos olhos de Jimin, faíscas de ansiedade brilhando neles como estrelas perdidas na escuridão pulsante da boate.

— Você está atrasado! — A acusação de Jimin cortou o ar, sua voz um sussurro áspero que lutava para se sobrepor ao rugido da música eletrônica. A expressão de Jimin era um emaranhado de frustração e pânico, suas sobrancelhas franzidas esculpindo sulcos de preocupação em sua testa iluminada intermitentemente pelas luzes da pista.

— Foi mal. — Taehyung respondeu com um riso numa tentativa de aliviar a tensão que via no rosto de Jimin. Mas Jimin não estava para brincadeiras, sua expressão se fechando ainda mais.

— Foi mal? Foi mal?! — Jimin ecoou, a irritação tingindo suas palavras. — E se tudo der errado? E se eu gaguejar? E se...- Ele parou, engolindo em seco, a dúvida o consumindo. — Talvez eu nem devesse fazer isso.

Taehyung estendeu a mão, pousando-a no ombro tenso de Jimin, um gesto tão leve quanto uma folha tocando a superfície de um lago. — Você consegue ser quase tão dramático quanto Jungkook quando se trata de sentimentos. — ele brincou, sua voz um bálsamo que envolvia Jimin em calor e confiança. — Vai lá e fala o que tem no coração. Eu estou aqui, com você.

Jimin inspirou profundamente, seu peito se elevando com a respiração que buscava estabilidade. Seu corpo estava tenso, uma corda de violão prestes a romper, e seus olhos capturavam e refletiam a dança das luzes neon, um espelho da luta interna entre o medo e a bravura.

— E vocês dois? Você e Jungkook... estão bem? — Jimin perguntou, desviando o olhar, como se temesse a resposta.

Taehyung soltou uma risada suave, um som que parecia dançar com a música ao redor. — Não sei. — Ele admitiu, um sorriso misterioso tocando seus lábios. — Mas estou gostando dessa incerteza. No entanto, vou ficar mais feliz quando as coisas avançarem.

A confusão de Jimin era quase visível, uma névoa que se adensava no espaço entre eles. — Como assim você não sabe?

Taehyung lançou um olhar ao redor, seus olhos varrendo o mar de rostos em busca de um em particular. — Jungkook precisa de tempo. — Ele murmurou, sua voz um fio de melodia perdida na sinfonia da noite. — Ele sente tudo com tanta força que às vezes se perde. É melhor deixá-lo seguir seu próprio caminho.

Jimin assentiu lentamente, as palavras de Taehyung se assentando com dificuldade em sua mente. O amigo tinha razão, ele podia ser tão ruim quanto o pitbull de Taehyung quando o assunto era sentimento. Se ele fosse Jungkook naquela situação estaria surtando provavelmente, "Eu to com ele?", "Não to com ele?", "Como é para mim agir?", "Ele ta brincando comigo?", "Eu sou idiota?" e esse tipo de coisa.

DESCULPAS PEONEAS E OUTRAS COISINHASOnde histórias criam vida. Descubra agora