Destinos Entrelaçados

Efeitos do selo - Compreensão e atração

  O som da chuva não parecia diminuir, mas apesar do frio do lado de fora, eles não pareciam sentir nada além do calor um do outro naquele momento. Era difícil parar, as respirações eram rasas e entrecortadas, os corpos estavam tão colados, que era possível sentir o calor da pele um do outro, mesmo com o tecido da blusa de Sakura os separando. A rosada ainda mantinha os dedos suavemente apertando e puxando as madeixas negras, enquanto arranhava levemente a nuca do Uchiha. Toda vez que ela fazia tal movimento, sentia seu corpo ser apertado contra o dele ainda mais. As mãos grandes dele, estavam em sua cintura, vez ou outra uma delas passava por suas costas, subindo e descendo, enquanto a outra deixava os dedos ousadamente mergulharem embaixo do tecido, sentindo a pele, fazendo círculos com o polegar. A primeira vez que ele fez isso, ela arfou contra sua boca, conseguindo arrancar um sorriso maroto dele, antes de ter seus lábios inferiores, mordidos e sugados avidamente, pouco antes de permitir outro beijo e valsa de suas línguas. Permitindo que ele inclinasse sua cabeça para aprofundar o beijo. 

  Eles precisavam parar, ela sabia disso, ele sabia disso. Mas estava sendo bom demais perder o controle da situação por alguns minutos. A forma como foi fácil para eles se entenderem durante aqueles beijos. Como o corpo de ambos reagia ao toque um do outro. Sakura tentava raciocinar, mas a sensação de estar presa nos braços de Madara, era inacreditavelmente boa, sentindo seu desejo por ela dessa forma. Ela nunca sentiu isso antes, afinal ela mal sabia beijar, fora um beijo roubado de um shinobi há alguns anos, ela nunca se aventurou nisso. Madara sabia o que estava fazendo, o que também a surpreendeu, já que ela imaginava que ele nunca teria tido esse tipo de contato. Mas talvez antes de ele ceder a escuridão, possa ter tido uma namorada, ou mesmo se envolvido com alguma mulher em algum ponto de sua vida. Não era um pensamento absurdo. 

  Madara tentou diversas vezes parar, quando se afastava brevemente, dizia para si mesmo que já bastava, mas era apenas olhar para o rosto rubro de Sakura, os olhos escurecidos pelo desejo e seus lábios inchados e avermelhados, que se jogava em mais um beijo. O contorno do corpo feminino, bem menor que o dele, pressionado contra ele, dava uma sensação boa. A forma que as carícias contidas e leves dos dedos dela em sua nuca se intensificaram de forma tímida, o jeito que ela reagia e se entregava aos beijos, mostrava que ela tinha praticamente nenhuma experiência. O que não ajudou em nada, porque o orgulho de provavelmente ser o primeiro beijo de verdade dela, o estava envaidecendo naquele instante, e o instigando a provocar qualquer sensações nela, e arrancar reações de espanto e prazer que ela provavelmente nunca sentiu. O polegar fazendo círculos na pele de seu quadril, mostrou a ele o quanto ela era sensível. E inevitavelmente ele gravaria essa informação em algum canto de sua mente. Ele dizia a si mesmo que seria a única vez, e isso o fazia hesitar em encerrar aquele momento de maior intimidade entre os dois até agora. Quando ele a apertou mais uma vez contra si, arrancando um gemido baixinho dela, ele precisou se afastar um pouco, para manter o mínimo de controle, beijando de forma lenta seus lábios, passando a língua por eles e sugando o lábio inferior dela, enquanto abria os olhos, para ver as esmeraldas a sua frente semi cerradas.

  

  — Uchiha Sama? A voz infantil soou do lado de fora da barraca. Sakura abriu mais os olhos, parecendo acordar para a situação, assim como Madara, que afastou o rosto dela alguns centímetros, para olhar em direção a entrada da barraca, sem soltar contudo seu corpo. Ele virou o rosto de volta para ela, conseguia ver confusão em seu olhar, e sabia que o dele não era diferente. 

  Eles se afastaram lentamente, e Madara abriu a barraca, olhando para fora. O garoto estava parado em sua frente, usando uma capa para se proteger da chuva e segurava um embrulho nas mãos.

  — Desculpe se lhe acordei, Uchiha Sama… o garoto se curvou para frente e estendeu o embrulho para ele. — Peço que aceite esse simples presente da minha família, como forma de agradecimento por tudo o que o senhor e sua esposa fizeram e tem feito por nós. Sabemos que é pouco ainda. Mas gostaríamos de poder retribuir todo esse bem de alguma forma. Madara que já estava atordoado com as sensações confusas dos beijos que trocou alguns segundos atrás, mal conseguia assimilar as falas do garoto. Ele pegou o embrulho e assentiu em silêncio, recebendo um sorriso aberto e genuíno do garoto que se curvou novamente e voltou para sua própria barraca.