O Amanhecer Trás A Vida

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   Ela estava sentada no banco, observando as estrelas, havia uma garrafa de Sakê lacrada ao seu lado, ela já estava ali a quase 4h. A Hokage aposentada havia sido informada que Konoha enviou um batalhão para atacar a aldeia de Madara, a mando do conselho de Konoha. Agora Naruto deveria estar prestes a chegar lá, para pedir ou interromper a desgraça maior. Kakashi estava correndo contra o tempo, com a ajuda de Shikamaru, Ibiki, Ino, Lee e toda a ANBU, tentando prender os responsáveis e toda a corja corrupta e camuflada de Konoha. Ela suspirou, sabia que ele parecia ter demorado a agir, mas ele precisava de todas as provas antes de agir. Não poderia simplesmente deixar o conselho e os infiltrados saberem que Madara havia revelado que Konoha tinha traidores dentro de seus portões. No início ela queria caçar Madara até o fim do mundo, mas somente após os últimos acontecimentos, ela entendeu sua estratégia. Se ele tivesse continuado na aldeia, ou retornado a aldeia com Sakura, após o resgate dela, meses atrás, os dois estariam mortos.

  O Uchiha certamente planejava sair da aldeia em algum momento, e levar Sakura consigo, por conta da ligação do casamento. Ela duvidava que Madara tivesse a intenção de se aproveitar de Sakura, ou mesmo consumar o casamento, pelos relatos dos diários de seu avô e tio avô, Madara era cruel, dominador e beligerante, mas antes de se tornar inimigo de Konoha, ele era um homem razoável. Ela supunha que o efeito do selo que Hagoromo colocou em ambos, realmente mexeu com o Uchiha a níveis alarmantes, algo que provavelmente ele nunca havia experimentado, assim como Sakura, que era inexperiente. E além do mais, ele era um Uchiha, tinha uma personalidade dominante nata, e era bonito, como todos os Uchihas. Uma garota magoada, rejeitada e sozinha, naturalmente teria dificuldade em resistir à atração por alguém como ele, e se ele correspondesse, seria impossível. 

  Pelo relato de Naruto, Sakura estava feliz, Madara realmente se preocupava com ela, e a tratava bem. Se ele a amava, talvez Tsunade nunca saberá, mas se importava com ela, e com o filho dele, que ela carregava, isso era algo que não podia ser ignorado. Seu coração estava dividido, ela queria que Sakura fosse feliz, ela queria que sua discípula construísse uma vida, uma família. Mas era Madara Uchiha o homem com quem ela estava fazendo isso. Era óbvio que eles não teriam paz. 

  O objetivo de sua ida àquele local, com o Sakê, era se embriagar até desmaiar, ela sabia que o pior poderia acontecer naquela noite. E ela não queria ficar sóbria para receber a notícia. Mas seu coração estava angustiado, apertado, e ela só conseguia pensar em Sakura sem parar. Por isso nem conseguia abrir a garrafa de Sakê. Seu instinto dizia que ela deveria ficar alerta, deveria estar em condições, deveria estar lá, por Sakura.

  Uma nuvem de fumaça surgiu à sua frente, e Tsunade já sabia que alguma notícia viria de Sakura. A lesma do tamanho de um gato, apareceu no chão a sua frente, as antenas balançando de forma agitada. 

  — Tsunade Sama. 

  — Katsuyu. O que aconteceu? A loira perguntou tentando manter a voz firme. A lesma balançou as antenas mais uma vez.

  — É Sakura. A aldeia dela e de Madara Sama está sob ataque.

  — Eu sei, Naruto deve estar chegando lá para parar essa loucura.

  — Isso é bom, espero que Naruto San se apresse, Sakura pediu uma trégua pelo bem de seu bebê, a situação está caótica, com perdas de ambos os lados. Madara Sama está lutando contra Sasuke Uchiha. E Sakura entrou em trabalho de parto. Ela está tendo um parto complicado, acredito que possa ter sofrido alguma complicação durante o ataque. Os médicos treinados por ela, estão ocupados com os feridos, ela tem uma kunoichi a protegendo, mas está sozinha. Tsunade sentia o chão sumir sob seus pés.

  — Se algo acontecer a essa criança, Madara vai ficar louco. A Senju sabia do poder destrutivo de um Uchiha vingativo. E um Madara Uchiha com sede de vingança seria letal, com toda certeza. “Preciso agir… por Sakura e pelo bem de Konoha.”

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