Destinos Entrelaçados

Hi no yōsai (Fortaleza do fogo) Nova Vida

5 meses depois

  País do relâmpago

  Ele nunca pensou que ficaria tão nervoso e angustiado nessa situação, como estava se sentindo agora. Andando de um lado para o outro na pequena sala de estar, enquanto os sons que ouvia do quarto o deixavam mais nervoso ainda. Ele apertou os punhos se sentindo impotente, ao ouvir mais um gemido sôfrego e choroso vindo do quarto. 

  Ele sabia, sabia que deveria ter retornado a Konoha, assim que se casaram. Mas quis dar a ela um pouco mais de tempo com os pais. Depois da descoberta da gravidez, ele achou melhor não fazer uma viagem longa com ela naquele estado. Grande erro, grande e estúpido erro, ele se martirizava agora. Ela precisava de um acompanhamento médico melhor. Tsunade ou Sakura seriam as únicas capazes de tratar dela, como ela precisava nesse instante. 

  Agora ele estava ali, sendo torturado ao escutar os gritos e gemidos de Haru, em meio ao trabalho de parto penoso que durava mais de 9 horas já, tudo porque o bebê não estava na posição certa, e a parteira do vilarejo precisou realizar uma manobra, para que o bebê ficasse em posição, como último recurso para salvar a vida de ambos. Caso contrário o bebê sufocaria e Haru sofreria, podendo morrer, se fosse necessário retirar o bebê de outra forma, sem o aparato e ambiente necessários para isso. 

  Ele senta no sofá, enterrando a cabeça na mão, suspirando e fechando os olhos com força, quando escuta um grito de Haru sufocado, e um período de silêncio após. Sasuke ergueu a cabeça, os olhos arregalados, temerosos, até que um choro de bebê ecoou pela pequena casa, e ele soltou o ar com força. Fechando os olhos enquanto fazia um agradecimento silencioso a Kami.

  Sem pensar em mais nada, ele correu para o quarto, onde ela estava, e abriu a porta, assustando a parteira e Haru, que segurava o bebê nos braços. O rosto da mulher estava avermelhado, banhado em lágrimas, os cabelos desgrenhados e alguns fios colados ao rosto, testa e pescoço por conta do suor. Ela parecia exausta, mas seus olhos mostravam a expressão mais bela que ele já viu, a mulher tinha tamanha felicidade expressa ali, que ele jamais pensou que veria algo igual.

  Sem mais delongas, ele se aproximou da cama, se sentando ao lado dela. Ela sorriu, para ele, e desembrulhou o pequeno pacote, ainda sujo de sangue, que agora parecia tranquilo em seu colo. Sasuke pensou que nunca sentiria aquilo em sua vida. Mas o sentimento de gratidão e devoção que sentiu ao ver aquela pequena criatura indefesa nos braços de Haru, o fez transcender qualquer barreira que ele tinha naquele instante. E num impulso motivado pelo grande amor que sentiu, ele segurou o rosto de Haru e a beijou, com tudo o que tinha. Quando se afastou dela, ela possuía um sorriso doce nos lábios, e tocou seu rosto emocionada.

  — Nós temos uma princesinha, Sasuke-kun. Sasuke abriu a boca surpreso, e maravilhado. Enquanto Haru, colocava o pequeno embrulho em seu braço. 

  — Uma menina… ela… ela é tão pequena. 

  — Mas é saudável Uchiha Sama. É o que importa. Disse a parteira, terminando de limpar as mãos, e começando a trocar a roupa de cama. — Haru-san vai precisar de repouso e boa alimentação. Foi um parto difícil, mas ela é forte. Em breve estará bem novamente. Sasuke assentiu, aliviado. 

  — Você já sabe como quer chamá-la? Haru perguntou olhando para a bebê, rosada e com cabelos pretos, com os olhos negros como os dele. 

  — Mikoto. Era o nome de minha mãe. Quero que ela se chame Mikoto. Haru sorriu, fazendo um leve carinho no rosto da bebê.

  — Bem vinda ao mundo, Mikoto Uchiha. 

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  Hi no Yōsai