Tempo de Reconstrução

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  Madara construiu com o mokuton algumas cabanas improvisadas e alojamentos, também foram montadas diversas barracas ao redor. Ainda havia muito o que arrumar, antes que qualquer um pudesse descansar. Todos os focos de incêndio foram controlados, as crianças, idosos, mulheres grávidas, e civis foram todos realocados, enquanto os ninjas se dividiam entre manter a vigilância, limpar os destroços, e cuidar dos feridos. 

  Sakura estava agora em uma das cabanas, sentada em um futon, com travesseiros nas costas, enquanto ela calmamente amamentava Izuna. Ao redor dela, Kai e Natsumi praticamente babavam no bebê. Os dois ficaram tão felizes em conhecer Izuna. E Natsumi fez várias perguntas curiosas, que deixaram tanto Sakura como Madara um tanto desconcertados. O homem disse que iria tomar um banho e trocar de roupas, e deixou Sakura sozinha para responder às perguntas da menina, não sem antes receber um olhar afiado e ameaçador da rosada, que ele se esforçou muito para ignorar.

  Mas assim que ele retornou, Sakura lhe entregou Izuna, lhe dando um olhar que dizia que ela não esqueceria daquilo, e certamente ele veria o retorno. Madara ignorou a sensação nervosa no estômago, ele não tinha medo de nada, muito menos de Sakura. Mas a dinâmica deles era algo completamente único na vida dele, e ele conhecia sua esposa o suficiente, para saber que ela era uma adversária fabulosa, assustadora e difícil em algumas questões desse lado doméstico do relacionamento deles. Ele lhe deu apenas um sorriso suave, se sentou ao lado dela, e passou a observar detalhadamente os traços de seu filho adormecido em seus braços.

  — Hum… ele parece um pouco com Izuna. Sakura inclinou a cabeça, admirando de forma boba o seu bebê.

  — Se Izuna tinha realmente a aparência como no meu sonho, sim, um pouco lembra ele. Mas eu acho nosso bebê muito parecido com você. Até mesmo essa pequena ruga entre as sobrancelhas, que surge quando ele está irritado e impaciente. 

  — Otōsan… a voz delicada e infantil de Natsumi se ouviu. Madara olhou para ela, dando um leve aceno, para que ela prosseguisse. — Eu cuidei dos filhotes de falcões enquanto estávamos no abrigo. Izuna Otouto também terá um? Madara sorriu e negou com a cabeça.

  — Izuna ainda é muito pequeno, Natsumi. Mas quando ele tiver a sua idade, também vai ganhar um. Kai iria dizer algo, mas Ayumi apareceu na porta da cabana e se curvou brevemente.

  — Com licença, Sakura Sama, Madara Sama, eu vim buscar Kai e Natsumi para comer alguma coisa e descansar um pouco, assim Sakura Sama pode dormir um pouco. As crianças assentiram e deram um beijo em Sakura, antes de seguirem Ayumi para fora. 

  Sakura olhou para Madara com o filho nos braços, e sorriu diante de seu olhar admirador em direção ao bebê. Ela tocou sua mão, atraindo a atenção dele, e sorriu, sendo correspondida por aquele costumeiro sorrisinho de canto, que ela adorava, principalmente quando era lançado em direção a ela. Mas então, ela precisava saber como estavam as coisas. Ela não queria ser poupada, aquela era a casa dela.

  — Como está lá fora, Anata? Quais foram as nossas perdas? O que vamos precisar reconstruir? Quem foi tirado de nós? Madara olhou nos olhos dela, em silêncio por alguns segundos, e então suspirou, sabendo que não poderia mantê-la protegida de tudo.

  — Eles destruíram um bom número de casas, colocando fogo nelas, celeiros, perdemos boa parte das provisões, alguns poucos animais morreram, mas a maioria está perdida ao redor e na floresta. Era mais fácil deixá-los fugirem, que tentar removê-los. Mas Taichi já está à procura deles com uma boa equipe. Eles não devem ter ido longe. Com sorte, vamos reaver a maioria. Também perdemos três alojamentos inteiros. E tivemos 8 perdas, entre elas, Nazomi. Sakura deixou as lágrimas silenciosas fluírem por seu rosto.

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