Descontrole

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  Mio não demorou para partir, a família ficou com ela cerca de meia hora, antes de acontecer. Foi difícil, Sakura teve de puxar as crianças para longe, Madara controlou Kai, antes de segurar Natsumi no colo, para que Sakura fizesse o exame final nela, para atestar o óbito. Naoki ficou desesperado e inconsolável.

  Eles precisaram adentrar fundo na floresta, encontraram um local apropriado, um pequeno espaço entre pedras, flores silvestres, e próximo ao campo aberto. Onde enterraram Mío, fazendo uma simples mas bela lápide de madeira, com seu nome. As crianças deixaram flores, Natsumi, deixou sua boneca de pano, Kai seus bonequinhos de madeira e Naoki, um colar que usava. 

  Faltava poucas horas para o sol nascer quando retornaram ao acampamento, Naoki agradeceu a eles, e entrou na barraca com as crianças, Madara puxou Sakura, que parecia distante e exausta para a própria barraca, deitando e puxando ela para seus braços. Não demorou muito para que ela adormecesse num sono profundo. Em meio ao cansaço, ele acabou adormecendo também, de forma pesada.

  Quando acordou, o sol já havia nascido, ele estava sentindo uma sensação estranha, se concentrou no ambiente ao redor, mas quando descobriu o que era arregalou os olhos. Antes de sentar, ele se inclinou, virando Sakura e a sacudindo brevemente.

  — Sakura… Sakura acorde… ela resmungou e apertou os olhos. — Sakura, acorde, vamos. Naoki partiu com as crianças, enquanto estávamos dormindo. Ela abriu os olhos, ainda confusa.

  — O quê?

  — Naoki partiu levando Kai e Natsumi. Sinto o chakra deles a quilômetros daqui. Ela pareceu acordar, e Madara se sentou, ajudando para que ela se firmasse, para se sentar também.

  — O quê… mas, porquê? Eles estão tão vulneráveis nesse momento.

  — Não sei, talvez não quisessem ficar aqui, onde tudo aconteceu. Ela assentiu compreensivamente. Madara se aproximou da entrada da barraca para abri-la e encontrou um bilhete, colocado no vão da entrada. 

  “Uchiha Sama, Sakura Sama

  Sou imensamente e eternamente grato a vocês por tudo que fizeram a mim e à minha família. Mas chegou a hora de partirmos. Preciso garantir que meus filhos ainda tenham algo pelo que lutar e viver. 

Não se preocupem conosco, ficaremos bem.

  Sentiremos falta de vocês, principalmente as crianças, que se apegaram a vocês de forma tão forte.

  Eternamente grato.

                                                  Naoki”

  Madara leu o bilhete e o passou a Sakura, que o leu em silêncio, ela suspirou de forma triste. E deixou os braços caírem, ele sabia que ela estava triste e chateada por ter de ficar longe deles, principalmente das crianças. Ela se apegou muito com eles, principalmente com Natsumi, que vivia próximo a Sakura quase o dia inteiro. Kai era meio tímido próximo a Sakura, mas ouvia atentamente tudo o que ela falava, mantendo um alto nível de respeito e reverência para Sakura e ele. 

  Ele admitia também, que já não era tão estranho conviver com eles, Naoki era um homem bom, centrado, simples e íntegro, tinha assuntos interessantes na maior parte das vezes. Kai era um garoto esperto, ágil, talentoso, um verdadeiro prodígio. Madara iria sentir falta dos treinos com ele, precisava admitir. Ele não conversou muito com Mio. Mas ela parecia ser uma boa mulher. Natsumi às vezes tentava se aproximar dele, mas ele não sabia lidar com garotinhas pequenas. Então se limitava a responder algumas perguntas dela. Mas isso não parecia importar ou mesmo afastar a menina dele. Mas agora, chegou o momento que tanto foi postergado por eles. Cada um seguiria seu caminho. E Sakura e ele iriam seguir finalmente rumo ao seu destino.

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