Onde encontrar a paz?

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   Alguns dias depois



  O caminho ficou mais lento ainda, A infecção em Mio se agravou muito, tornando difícil a locomoção dela. Estava fraca e seus pulmões agora também haviam sido afetados. Sakura já estava se preparando para o pior, ela sabia que as ervas apenas postergam o pior. E seu jutsu médico lhe aliviava as dores e ajudava a dormir. Mas não diminuiu a infeção. Nem mesmo deixando Katsuyu tratando dela a noite inteira, resolveu. A mesma concordava com Sakura com o diagnóstico, a mulher estava inevitavelmente morrendo, a essa altura nem mesmo um tratamento no hospital poderia salvá-la. 

  Eles já estavam a quase uma semana com essa família, Sakura inevitavelmente se apegou a eles, principalmente a Natsumi e Mio, que se tornou uma grande amiga. Era bom ter alguém com quem conversar sobre outras coisas, ela sentia falta de Ino, Hinata, Tentei e Temari. Além de Naruto, Kakashi, Tsunade. Mesmo se sentindo bem próxima a Madara. Ela poderia dizer, que eles se conheciam melhor agora, mas ainda sim, ainda havia um longo caminho até que eles pudessem ser denominados de íntimos. 

  Sakura agora terminava mais uma vez de usar chakra para anestesiar um pouco as dores que Mio sentia, e tentar melhorar sua respiração, para que ela pudesse dormir um pouco a noite. Mio estava muito magra, pálida, olheiras profundas abaixo dos olhos, e a respiração cansada. Sakura deu um leve sorriso e colocou uma mecha de cabelo castanho da mulher atrás da orelha. Mio a olhou agradecida, pegando sua mão e a apertando.

  — Você e o Uchiha Sama não estão muito bem, não é? Sakura abriu a boca e fechou, pensando no que responder. — Eu vi que ele tem passado as noites fora da barraca.

  — Não se preocupe com isso, Mio. Madara é um homem que gosta de ficar sozinho. Ele está acostumado com isso, já.

  — Me perdoe, Sakura Sama. Ele pode realmente estar acostumado, mas ninguém realmente gosta de ficar sozinho. A solidão é dolorosa e amarga. Sakura olhou surpresa para a mulher, sabia que ela tinha razão, ela viu Naruto e Sasuke sofrer com isso. Mas ainda sim, eles tinham mais pessoas à volta do que Madara. Ele passou décadas sozinho em uma caverna, somente na presença daquele ser maligno chamado Zetsu. Não há como alguém gostar disso. — Vocês brigaram? Eu sei que vocês tem alguma diferença de idade. Você parece muito jovem. As vezes isso pode causar problemas em relacionamentos. “Se ela soubesse…”

  — Mio-chan não se preocupe. Na verdade Madara e eu… nós… nosso casamento não aconteceu de forma muito tradicional. Isso meio que foi… imposto… a nós dois. Ela olhou para Mío, esperando um olhar surpreso e assustado. Mas só encontrou um olhar compreensivo e gentil.

  — Naoki me disse que em clãs nobres, casamentos arranjados ainda são comuns com alguns membros.

  — É… mais ou menos isso. Sakura deu um sorriso sem graça.

  — Já existiam outras pessoas na vida de vocês antes desse casamento? Sakura olhou em volta, mordendo os lábios.

  — Não exatamente. Quer dizer… eu fui apaixonada desde criança por… alguém que também é do clã Uchiha. Mas essa pessoa já está casada a algum tempo, e… feliz. 

  — Você ainda é apaixonada por essa outra pessoa?

  — Não. A médica nin suspirou. — Eu tive um tempo para avaliar os meus sentimentos. É óbvio que fiquei triste por ele ter se apaixonado e casado com outra. Mas… nós nunca tivemos nada mesmo. Ele sempre me desprezou. Não fazia sentido continuar apaixonada por uma parede fria. Mas me sinto estranha, foram muitos anos vivendo com esse sentimento dentro de mim. Esperando algum dia reciprocidade.

  — Sabe a diferença entre amor e paixão Sakura? Ela pensou um pouco, dando de ombros sem resposta.

  — Paixão é algo que nos consome, nos afeta às vezes o raciocínio. Ela queima, arde, mas é como o fogo, precisa ser alimentada. Se você não colocar lenha na fogueira ela se apaga, até as cinzas. Imagino que o que tenha sentido por esse outro rapaz tenha sido assim. Você alimentou esse fogo sozinha, por muito tempo. Mas foi insuficiente, e agora essa fogueira que havia dentro de você, está se tornando apenas cinzas. Sakura assentiu, concordando, enquanto se autoanalisava.

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