Preparar, apontar... Já! - JAY (ENHYPEN)

20 - Feliz aniversário, Yuri

jay

[12h30] Se você visse a carinha dela, Jongseong... Fiquei com tanta dó de ver a minha menina tristinha que quase desisti da surpresa. Mas vai ser por uma boa causa, não é? Yuri vai nos agradecer depois!

A festa surpresa estava dando o que falar. Foi uma correria enorme lá em casa porque mamãe ficou encarregada de guardar as decorações que a senhora Dae comprou para a ocasião no nosso sótão, para que Yuri não as encontrasse em casa e ficasse alarmada.

— Quando vai levar as coisas pra lá mesmo? — indaguei à mamãe, que segurava uma prancheta e analisava a lista que escreveu para ajudar com a organização.

— Quando Dae dizer que a barra está limpa. Ela já disse algo pra você?

— Ainda não. Bom, só que Yuri parece triste. Acho que já começaram a dar um gelo nela.

— Coitadinha.

— É. Mas no final vai valer a pena.

Mais tarde, meu celular notificou novamente. Era Yejun.

[12h45] Tá liberado

Encarei mamãe com um sorriso no rosto.

— Hora de iniciarmos a Operação Festa Surpresa.

Ela bateu palmas de satisfação e foi buscar as caixas no sótão, enquanto eu respirava fundo e saía quintal afora sussurrando palavras que poderiam ser convincentes na hora de entreter Yuri. Não poderia estragar tudo. Nunca. Todos estavam tão empenhados... Se eu arruinasse a surpresa seria considerado um homem morto.

— Ela tá no quarto, emburradinha. — Yejun me esperava na porta, aquele ar malicioso de sempre. — Já sabe aonde vai levá-la?

— Tenho um lugar em mente. Mas é coisa simples.

— Não encuca com isso. Desde que seja longe o suficiente para que dê tempo de a gente arrumar as coisas aqui em casa, qualquer lugarzinho serve. E tenta animar ela um pouquinho.

Foi minha vez de caçoar. Nunca o vi preocupado com a irmã.

— Você parece se importar bastante com ela.

— É claro que me importo, Yuri é minha irmã. Ela só não precisa saber disso, então bico calado, Jay — ameaçou, e ergui as mãos em sinal de rendimento.

Adentrei na sala em companhia dele, que gritou pela irmã e recebeu um xingamento como resposta. Não resisti e ri, porque nunca ouvi Yuri falar palavrão nem ficar tão chateada como agora.

— O Jay tá aqui embaixo, sua boca-suja! — berrou ele mais uma vez, e o silêncio pairou por um momento, até que a vimos descer as escadas com leve acanho. — Aêêê, achei que tinha morrido!

— Pro seu azar, ainda não.

Eu tossi falso para que ela me notasse. Seus pares de olhos castanho-escuros me encararam, e ela acenou sem jeito.

— Oi, Jay... Eu não sabia que você estava aqui, então, hm, desculpa pelos gritos...

— De boa. Eu só queria saber se vocês querem sair comigo pra um lugar aí.

Essa era a deixa de Yejun.

— Ah, eu até iria, mas tô acabado de cansaço hoje — desconversou, pousou as mãos nos ombros da irmã e a empurrou na minha direção. — Mas a Yuri tá livre. Livríssima pra você.

Yuri se ruborizou.

— Vai querer? — ofereci com o sorriso mais simpático que pude colocar nos lábios.