Capítulo 6

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Duas horas depois, eu estava sendo chamado à presença de Aquiles, e só estava nervoso porque era Aquiles, mas já tinha decidido não continuar negando, já tivera minha vingança.

Fui levado por um guarda até uma sala ampla, e com itens diferenciados que chamavam a atenção; eram instrumentos musicais, telas para pintura, material para escultura, inúmeras coisas para aprender e passar o tempo. Elas rapidamente me distraíram e me tiraram um pouco do nervosismo, até que ouvi a voz de Aquiles:

_ O que Raimy fez para merecer sua vingança?

Eu dei um pulo com a sua chegada.

Bom, ele não era inocente, mas sua voz também não parecia acusadora, era mais curiosa.

_ Ele me constrangeu em público insinuando que só fui selecionado para o exército porque... Estava dormindo com superiores.

Aquiles ficou bastante sério de repente.

_ Não é conversa admissível entre meus soldados. Não é assim que as coisas funcionam por aqui. Eu conversarei com Raimy sobre ficar alimentando isso.

_ Senhor, não _elevei a voz. Aquiles ficou atento. _Isso vai dar espaço para ele ter sua própria confirmação de que não sei fazer nada por mim mesmo e... De que vivo de favores.

_ Não farei isso por você, Pátrocolo, farei pelo meu exército. Além disso, não tomarei qualquer atitude que estimule a rivalidade entre você e Raimy. Por isso, não volte a danificar objetos de uso pessoal dele.

_ Mas eu nunca quis rivalidade nenhuma, ele que não gostou de mim desde que me viu... _tentar me defender veio de automático, embora eu admita que minha atitude frente a Raimy tenha sido imatura, claro. Não era digna de um soldado.

_ Podemos melhorar isso _Aquiles pegou uma maçã de uma cesta e deu uma mordida.

Suspirei.

_ Tudo bem. Depende mais dele do que de mim. Ele é um estúpido.

Aquiles deu uma pequena risada.

_ E agora... Está pronto para conhecer o seu rei, o meu pai?

Arregalei os olhos para ele.

_ Eu? Por quê?

_ Quero que ele conheça o jovem soldado recém-chegado que ajudou meia dúzia de companheiros a se recuperarem da tosse com o conhecimento de uma erva dos pântanos.

_ Mas... Isso não vai acabar chegando na história do xarope no lençol do Raimy? _Agora eu estava preocupado.

Aquiles riu de novo.

_ Não se preocupe. Se acontecer, eu intervenho por você.

Aquiles não se parecia nada com o rei Peleu. Seu pai era até um pouco baixo. Mas o rei parecia muito diferente do que eu imaginava de um rei. Ele ouviu o que Aquiles falou sobre mim mostrando admiração verdadeira, fez perguntas sobre a erva beira-pedra, sobre minha família, e afirmou conhecer meu pai e especialmente meu tio Lucasa.

_ Já tentei fazer do seu tio um médico do palácio, mas ele gostava de viajar.

Felizmente, ele não sabia nada sobre Raimy, ao que parecia.

_ Você era da escola das montanhas, Pátrocolo?

_ Sim, senhor.

_ Pai... Gostaria de pedir sua permissão para levar Pátrocolo para conhecer Quíron quando eu for visitá-lo depois de amanhã.

Tentei não escancarar a boca quando ouvi aquilo de Aquiles. Quíron era simplesmente um semideus, um centauro filho de Cronos e uma ninfa, mestre da Medicina. Aquiles havia sido seu discípulo durante anos de sua infância.

Peleu não pensou muito:

_ Acho que seria uma apresentação muito honorável a que pretende fazer, Aquiles. Você tem a minha permissão. Espero que aproveite a viagem, Pátrocolo.

_ O-o-obrigado, meu rei...

_ Obrigado, meu pai. Levarei Pátrocolo para meus aposentos para que ele possa me ajudar com os preparativos da viagem.

Eu fui dispensado e orientado por Aquiles a esperá-lo por um minuto enquanto ele conversava a sós com o pai. Foi bom porque eu ainda tentava processar todas as informações. Eu conheceria um semideus, Quíron, mentor de Aquiles! Eu iria viajar com Aquiles!

A PROFECIA (Aquiles & Pátrocolo FANFIC)Onde histórias criam vida. Descubra agora