Capítulo 17

15 2 6
                                    

Ducano revelou que Agamenon, irmão de Menelau, rei de Esparta, para quem ele vinha prestando serviços, estava reunindo os melhores gregos para uma expedição contra Tróia, que ficava na Anatólia.

O porquê? Páris, o príncipe mais novo de Tróia, havia roubado Helena, esposa de Menelau.

Eu já havia ouvido falar de Helena. Diziam que ela era a mulher mais bonita da Grécia. Realmente era um crime muito grave.

Aquiles ouviu tudo em silêncio e com atenção. Ao final, olhou para mim antes mesmo de olhar para o pai. Mas eu sabia que ele já tinha tomado sua decisão, pela severidade em seu rosto. Ele só queria saber se eu iria com ele, e eu fiz que sim. Depois, ele repetiu o gesto com o pai, enquanto Ducano continuava insultando troianos e o príncipe Páris em voz alta.

Até que Aquiles resolveu me apresentar ao tio.

_Tio, gostaria de lhe apresentar a Pátrocolo... Ele é meu braço-direito e meu companheiro.

Ducano mostrou curiosidade, e eu já sentia minhas pernas tremerem. Não tinha um bom pressentimento, e achava que ainda estava com as emoções da viagem até as ilhas das ninfas à flor da pele.

_Parece muito jovem. É tão bom assim para ter sido escolhido braço-direito do príncipe de Fítia?

_Ele é um soldado-médico _Aquiles falou e eu quase revirei os olhos. Lá vinha aquela história de soldado-médico de novo!_ Nós acabamos de voltar do Egeu para visitar Pirro.

_Seu pai comentou das últimas ousadias de sua mãe...

_Vamos almoçar enquanto você nos conta tudo, Aquiles _disse Peleu.

Assim aconteceu. Peleu nos abraçou, e Ducano prestava atenção em tudo. Seu olhar começou a ficar hostil conforme percebia a proximidade de Aquiles comigo, quando ele me afagava, tomava a minha mão, e quando enfim me deu um beijo rápido, Ducano pediu licença com voracidade antes mesmo de se sentar à mesa.

Ouvi Peleu suspirar.

_Vamos falar com ele, Aquiles.

_O que houve?

_Você sabe o que houve. Vamos deixar tudo claro. Com licença, Pátrocolo.

Eles foram, e eu sabia que tinham ido falar sobre mim.

Eu esperei Aquiles em seus aposentos. Ainda bem que nem cheguei a me iludir que se o Olimpo punisse Tétis, Aquiles e eu poderíamos ter alguma paz agora. Ao que parece, aquilo ainda não estava nos planos dos deuses.

Quando Aquiles apareceu, estava cansado. Aquilo estava se tornando comum, e eu tentava não me sentir culpado. Fui até ele, o abracei e o beijei.

_Você comeu? _ele perguntou.

Respondi que sim, e que havia trazido comida para ele. Aos poucos, ele foi recuperando o ânimo. Começou a falar sobre reunir os soldados, escolher os mais empenhados, sobre as viagens até Tróia. Primeiro iríamos até Esparta.

_Tudo já está tão certo? O seu tio... Pareceu bem contrariado mais cedo _eu queria saber e ele estava rodeando para contar.

Aquiles ficou sério. Ele me encarou até decidir falar.

_Agamenon e Menelau me querem na guerra a qualquer custo. Meu tio está um pouco chateado porque, segundo ele, desde as palavras do adivinho, sua única função em Esparta se tornou me levar para liderar a expedição. Mesmo depois de todos os serviços prestados.

_Palavras do adivinho?

_Um adivinho de Menelau viu por seus métodos que Tróia só poderá ser tomada com a minha ajuda.

A PROFECIA (Aquiles & Pátrocolo FANFIC)Onde histórias criam vida. Descubra agora