Capítulo 16

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Quando acordei, estava em uma praia, com Aquiles gritando meu nome e correndo para mim. Ele me alcançou e me abraçou, perguntando-me loucamente onde eu estava, e eu não consegui conter algumas lágrimas. Os outros marinheiros vinham atrás, e eu vi que o navio estava ancorado perto.

O que eu contei a Aquiles foi que acordei de meu sono numa confusão, subi até o convés me sentindo mal, me desequilibrei e acabei caindo na água. Depois não me lembrava de mais nada. Ele ficou muito impressionado, e os outros também.

_Quando vimos as nuvens carregadas, você ainda não tinha acordado, e decidimos parar nesta ilha para evitar a tempestade. Quando ancoramos, você continuava dormindo, eu estranhei, fui até você que resmungou que estava indisposto. Eu o deixei em nosso compartimento para montar acampamento. Ao voltar o navio, eu não te encontrei, então começamos a te procurar.

Não era possível!

Mas... Bem, eu havia sido salvo do encanto de Tétis pelo próprio Poseidon, então... Eu não podia dizer que havia algo impossível naquela história.

Você pode me chamar de idiota, mas mais uma vez eu não ia contar para Aquiles dos atos da mãe. Poseidon tinha falado que provavelmente o Olimpo agiria, então eu iria esperar.

Mas... Sobre Poseidon... Ele estivera em minha mente enquanto eu dormia, ou eu realmente estivera no mar com ele? Mas Aquiles interagira comigo em nosso compartimento! Ele também fora vítima de um encanto?

Eu nunca saberia, mas estava tão feliz por estar em seus braços novamente!

_Acho que foi alguma coisa... Das ninfas... _disse um dos marinheiros.

_É, nem sempre elas são tão boazinhas _disse outro.

_E a senhora mãe do príncipe não gosta do Pátrocolo, né... Ai! _foi dizendo o terceiro até levar uma cotovelada tipo "melhor calar a boca".

Acabei segurando um riso.

Aquiles baixou a cabeça, sério, e sussurrou um talvez. Depois me pediu para ir comer.

Aquiles não me soltou um minuto sequer, e logo depois ficou comigo descansando no nosso compartimento, abraçados. Ele dizia que havia ficado muito desesperado, e que não se perdoaria se algo acontecesse a mim em uma viagem idealizada por ele. Sobre seu peito, sentindo seu cheiro bom, eu só respondia que ele não podia ser tão duro consigo, que ele não poderia cuidar de mim o tempo todo, e que eu também já estava bem grandinho para fazer isso.

Nós zarpamos no início da tarde. Nós estávamos perto das localizações indicadas por Quíron. Aquiles queria que eu ficasse na sua vista o tempo todo, e eu achava injusto com os outros, pois isso limitava minhas tarefas. Foi quando de repente havia uma bela mulher sentada à borda do navio, perto do leme. Ela era ruiva e pelo modo como se vestia e se adornava, era uma ninfa.

_Você é o filho de Tétis _disse ela para Aquiles.

Sim _ele respondeu com cautela._ Você sabe onde posso encontrá-la?

_Talvez junto com Pirro. Você veio vê-lo?

_Sim. Você pode me indicar o local?

A ninfa disse que bastava que rodeássemos o próximo rochedo e avistaríamos duas ilhas. Pirro morava na maior.

Foi o que fizemos, com muito cuidado, pois havia outros rochedos menores. O número de ninfas na água ou sob as pedras também começou a aumentar. Os marinheiros ficavam de boca aberta.

Nós ancoramos perto da ilha indicada e descemos os dois barcos menores. Fomos eu, Aquiles e um dos marinheiros em um, os outros homens no outro.

Havia uma maior concentração de ninfas na ilha maior. Elas rodeavam de forma protetora mas não hostil o pequeno Pirro. Ele tinha cabelos ruivos, olhos castanhos claros e muito da beleza do pai. Quando distinguiu Aquiles, correu em sua direção chamando-o.

A PROFECIA (Aquiles & Pátrocolo FANFIC)Onde histórias criam vida. Descubra agora