Capítulo 15

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ESTE CAPÍTULO CONTÉM CONTEÚDO ADULTO.

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Fazia um tempo que eu não visitava minha família. Meu pai ficou satisfeito ao saber que eu iria navegar. A primeira vez que eu fiz aquilo foi com ele.

Confirmei a minha irmã que eu e Aquiles estávamos juntos. Ela tinha ouvido boatos, e ficou muito empolgada. Pedi que mantivesse segredo, logo eu contaria aos nossos pais.

Eu e Aquiles viajaríamos em um navio médio com mais quatro tripulantes para nos auxiliar.

_Oi. Vocês podem passar pelo depósito de cordas e pegar mais algumas? _pedi para dois soldados que estavam ajudando a carregar o navio. Eu estava numa correria desde o dia anterior.

_Vá você. Sabe do que o príncipe gosta _respondeu um deles de forma hostil e maliciosa.

Eu estava tão despreparado que fiquei lá parado e calado enquanto eles se afastavam.

_Não dê importância. Eles sentem inveja. Posso ir ao depósito para você _ouvi alguém dizer.

Era outro soldado. Ele era familiar. Lembrei que às vezes fazíamos dupla nos combates de treino. Na verdade, lembrei que ele era sempre muito insinuante quando aquilo acontecia, e uma vez terminou excitado.

_Obrigado. Você é o Clei... _deixei incompleto pois tentava recordar.

_Cleiro _ele completou, estendendo a mão que eu apertei._ Espero que tenham uma boa viagem. E que não demore. Vão fazer falta. Você principalmente, nos treinamentos.

Ele me olhou de um jeito que fez com que eu me sentisse nu. E se foi.

Ignorei aquilo rapidamente, pois nenhum outro homem tinha algum poder sobre mim depois de Aquiles.

Enfim, Peleu veio abençoar nossa partida e nos dar recomendações. Nós zarpamos.

Aquiles ficava no leme, e eu e outro marinheiro nas cordas e velas. Eu e Aquiles ajudávamos um pouco também com a comida.

No primeiro pôr do sol, muito bonito, estávamos próximos em um momento de carinho quando percebi que dois dos marinheiros nos miravam. Eu meio que me afastei um pouco, porque sabia que aquela não exatamente uma viagem romântica, mas Aquiles percebeu, me puxou junto a si e me beijou.

_O que você está fazendo? _perguntei fingindo que tinha ficado contrariado.

_Pergunto-te o mesmo _ele respondeu um pouco mais sério.

Aquiles ficou no comando quase a noite toda, e eu tentei em vão acompanhá-lo. No outro dia, quando acordei e não o encontrei junto a mim, fui correndo até ele.

_Por que não dormiu? _falei como uma mãe que briga com o filho.

_Mas eu dormi.

_No nosso compartilhamento?

Ele confirmou. Fiquei meio chateado comigo mesmo por não ter percebido quando ele esteve junto de mim.

Aquele dia foi igualmente atarefado. Acabei não esperando Aquiles para almoçar, pois estava com muita fome. Ele acabou me flagrando comendo sozinho, meio escondido, no nosso compartilhamento, trazendo o próprio almoço consigo. Quando eu terminei, eu o aguardei.

_Não senti você ao meu lado ontem à noite.

Aquiles olhou em meus olhos por um momento, depois se lançou contra mim me pegando de surpresa, com força, me beijando na mesma intensidade. Colocou minhas pernas ao redor de seu quadril, e começou a se movimentar junto a mim, usando sua língua em minha boca, em meu pescoço. Em pouco tempo eu estava incendiando, ele me colocou em seu colo, passava as mãos por minhas pernas com firmeza, seguindo para o meu peito, por minhas nádegas, até seus dedos pararem no meio delas. Ele me lubrificou, e logo eu estava me movimentando junto com eles. Mal senti incômodo quando me adentraram, ou quando o membro de Aquiles me adentrou enquanto ele sugava meus lábios e meu pescoço com força. Eu comecei a subir e descer nele rápido, falando besteira junto a seu nome, e ele apertava minhas nádegas. Eu só queria que aquilo nunca acabasse e, ao mesmo tempo, que acabasse logo.

No final, estávamos muito suados, e eu estava extremamente exausto, mas demos uma risada conjunta quando nos olhamos nos olhos.

_Como... Você quer que eu volte a trabalhar no navio se você faz isso comigo? Eu quase morri.

_Você me provoca.

_Eu? Eu não fiz nada!

_Você só existe e já está me provocando.

Eu sorri e o beijei. A gente se recompôs e se limpou para voltar para nossos afazeres.

Naquele dia, decidi que passaria parte da noite acordado ajudando na navegação, por isso tirei um breve cochilo antes do anoitecer.

Eu acordei com o navio balançando fortemente, e quando olhei pela pequena janela, peguei um susto porque estava mais escuro do que eu planejava que estivesse quando eu despertasse. Estava chovendo, e quando saí para o convés, o céu estava negro, as ondas enormes.

Gritei por Aquiles e os outros, tentando me equilibrar em meio ao forte balanço. Vi meu companheiro nas velas desacordado, e gritei seu nome, tentando correr até ele, porém caindo ao escorregar. Quando eu tentei me levantar junto a borda, uma coisa na água me chamou a atenção.

Eram mulheres! Elas eram lindas, com vestes belas e joias de conchas, e deslizavam entre as ondas violentas. Tétis estava entre elas. Ela olhou para mim.

Eram ninfas. Nereidas.

Uma onda me jogou para o outro lado do navio com tanta força que eu apaguei.

....................

Eu estava submerso. Mais do que isso, eu estava me afogando, porque a água estava revolta e não me deixava subir de volta à superfície.

Eu só pensava em Aquiles. Ele me perderia. O que havia para mim do outro lado da vida?

Apaguei outra vez.

Quando meus olhos abriram de novo, meu peito não ardia mais, e eu não tinha aquela necessidade louca de respirar. Havia um brilho na água, e eu acreditei que já estava morto.

Foi quando ele apareceu. Veio com dois enormes tubarões como guardas. Eu nunca vou esquecer aquela visão. Ele era grande, maior do que um humano considerado grande. Possuía um tridente dourado e cabelos e barba tão negros que pareciam um pouco azuis. Os olhos dele eram azuis e eram como lanternas. Ele era muito, muito bonito, e só podia ser uma divindade. Mas, de início, eu nem ousava imaginar quem podia ser.

Ele me tomou nos braços e nadou numa velocidade que me cegou.

De repente, eu estava na superfície sobre um rochedo. O céu ainda estava escuro, mas a tempestade havia cessado. E o meu salvador emergiu da água com todo o seu esplendor. Até parar a minha frente.

_Você é Pátrocolo, de Fítia. Está com Aquiles, o príncipe.

_O senhor sabe onde está Aquiles?

_Ele está a salvo.

Eu me sentei com dificuldade, tossindo um pouco.

_Nós enfrentávamos uma tempestade. Eu vi a mãe dele junto ao navio.

_Não houve tempestade.

_Pode ter sido ela, Tétis.

_Ninfas não tem tal poder sobre o mar. Apenas eu, o seu deus.

Sim, era ele: Poseidon!

E eu não conseguia entender o que ele me dizia. Como assim não havia tido uma tempestade?

_Você estava sob um encanto. Isso sim ninfas podem fazer. Mas Tétis é muito pretensiosa agindo contra um destino que tem a mão de tantos deuses. Aposto que o Olimpo deixará de ignorar isso.

_Ela não suporta a ideia de mim e Aquiles... _comentei tristemente.

Ele então me analisou de um jeito que fez com que eu sentisse chamas acendendo em mim. Não é todo dia que você tem os olhos de um deus tão poderoso sobre si.

_Aquiles é sábio em suas escolhas. Você deve voltar para ele.

_Como faço? Como chego até ele?

_Feche os olhos.

Eu obedeci.

A PROFECIA (Aquiles & Pátrocolo FANFIC)Onde histórias criam vida. Descubra agora