Capítulo 21

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ESTE CAPÍTULO CONTÉM CONTEÚDO ADULTO.

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O clima mudou tanto com a notícia que, por um momento, esqueci que estava em uma festa em comemoração ao casamento de Aquiles com outra pessoa. No momento em que me ofereciam mais uma taça de vinho, mais um pedaço de carne fresca, e me puxaram para dançar com todos, eu esqueci por um instante.

Eu tentava esquecer que Aquiles não estava casando por amor, nem que não teria obrigação de se juntar a Ifigênia depois da cerimônia, mas mesmo assim minha moral ficava muito enfraquecida. Agamenon sabia disso, Ducano, que praticamente não dirigiu uma palavra ao sobrinho enquanto Aquiles recusou a proposta (e agora estava radiante), Ducano também sabia. Mas ele era fraco e não via que Agamenon também queria prejudicar Aquiles; a verdade é que estava claro há algum tempo que Agamenon não gostava do protagonismo de Aquiles, e dos soldados esperarem mais dele naquela guerra.

A cerimônia foi organizada às pressas. Aquiles estava contrariado pela dimensão da coisa; ele preferia não ter todo o exército como testemunha de um casamento falso. Agamenon argumentou que queria agradar os deuses ao máximo.

_Você não precisa assistir _Aquiles veio me falar na manhã fatídica.

Neguei com a cabeça.

_O que iriam dizer?

_Não dê ouvidos ao que vão dizer.

Neguei de novo.

_Eu é que coloquei essa ideia maldita em sua cabeça. Tenho que estar lá.

Quando Aquiles não respondeu logo, eu olhei em seus olhos, que olhavam para mim seriamente.

_Você não tem tal poder sobre mim, Pátrocolo. Eu estou indo porque sofri uma emboscada desonesta por um esperto estrategista de guerra, que me deixou sem saída. Eu estou indo porque pesei todas as coisas que acho importantes nesta guerra, inclusive estar com você.

Eu olhei em seus olhos com gravidade, no mesmo tom de suas palavras. Ele queria fazer com que eu não sentisse culpa, e vê-lo naquele momento acima de tudo como um soldado. Somente isso.

Eu assenti de leve, e o convidei para irmos quando ele me puxou para beijá-lo. Um beijo que já começou profundo, forte, aliando-se com suas mãos, que me despiram em segundos, e passaram a percorrer meu peito, minhas nádegas, meu membro. Ele sugava meus lábios com força, meu pescoço, minhas orelhas. Eu tentava corresponder a seu vigor, e até pedi para ele tentar não deixar marcas em mim já que íamos para a cerimônia, mas isso parece que o enlouqueceu mais. Ele me mordia sedutoramente, e como eu estava sendo provocado, eu o mordia também, e abafava seus risos com meus beijos, arranhando suas costas. Fui dar meu troco descendo para seu membro, sugando com força, fazendo ele gemer alto e pedir clemência quando eu o provocava apertando os lábios. Voltei a beijá-lo orientando-o a não ser mais um garoto malcriado, e com um sorriso malvado, ele me virou como se eu fosse um travesseiro de plumas, e deu uma bela palmada em minhas nádegas. Ele falava coisas em meu ouvido enquanto seus dedos massageavam entre minhas nádegas. Depois ele desceu e começou a fazer isso com sua língua, e foi a minha vez de fazer um pouco mais de barulho. Agora eu estava entregue, derrotado, ele era mesmo o melhor dos soldados, e eu estava dominado por completo. Aquiles penetrou-me e vinha em minha direção com tanta força quanto eu ia em direção a ele. Quando ele estava perto de despejar-se em mim, levou uma mão a meu membro, e eu a repeli fingindo-me insultado de um jeito que eu sabia que o provocava mais. Eu quase cheguei ao ápice junto com ele, mas lhe dei pouco tempo para se recuperar. Eu me afastei para deitá-lo e descer até seu membro, tomando-o com a boca de novo e fazendo Aquiles soltar um gemido surpreso. Como eu queria, não demorou e ele estava rígido outra vez; Aquiles gemeu novamente alto quando eu me sentei sobre si. Eu sabia que ele estava sensível depois do ápice, mas ele apertava minhas nádegas com força me ajudando a me movimentar, impulsionando-se de baixo para cima também. Nunca fizemos amor de forma tão intensa, eu até já me sentia ardendo um pouco por dentro, o que me fazia agarrar em seu peito mais forte. Até que me derramei sobre ele também, e logo meus gemidos do ápice se misturaram ao dele.

Eu praticamente desabei em cima de Aquiles. Estávamos muito suados, respirando e com os corações batendo de forma descontrolada. Ele me perguntou se eu estava bem, e eu disse que sim, e quando a gente se deu conta de nossa situação ao olhar um para o outro, começamos a rir. Parecíamos dois garotos.

_Se apresse, você tem que ir para o altar!

Nós tomamos banho, e eu o ajudei a passar cremes e óleos perfumados, depois pegamos suas coisas. Um soldado veio bater na porta o chamando a pedido de Agamenon. Quando subimos ao convés, e a luz do Sol nos tocou, meus olhos se arregalaram quando notei as marcas em Aquiles. Marcas dos meus lábios em seu pescoço, peito, que também tinha rastros dos meus dedos, assim como em suas costas.

_Droga.

Sei que ele ia perguntar o porquê de meu comentário quando deve ter se distraído com o que via em mim mesmo, que devia estar tão acusado quanto ele.

_Seus lábios estão super inchados. E... _Ele tocou meu pescoço com cuidado, percorrendo alguns pontos com os dedos.

Eu peguei sua mão e o conduzi até o local onde estavam algumas criadas que Agamenon havia mandado trazer do reino para preparar os noivos. Assim que viram o nosso estado, elas começaram a não conter as risadinhas, a maioria ficando também coradas. Eu e Aquiles tentávamos fingir que não sabíamos o porquê, mas não deixamos de trocar um olhar cúmplice e malicioso o tempo todo, enquanto eu me arrumava também.

Aquiles foi vestido e adornado com luxo. Depois seguimos até o altar. Odisseu, ao nos receber e avaliar nossos corpos, soltou uma gargalhada. Ouvimos cochichos com risinhos vindos dos soldados também. Agamenon e Ducano fecharam a cara, e o primeiro foi logo buscar a filha.

Eu tentava não pensar que a partir dali as coisas pediriam certa seriedade. Tudo o que eu queria, apesar de ver Ifigênia linda e sorridente entrando com o pai e sendo entregue a Aquiles, era manter na minha mente os momentos de há pouco entre mim e ele, e crer mais que nunca que ele era meu como eu era dele.

Menelau celebraria a cerimônia e começou a dizer palavras formais, que mais remetiam a uma cerimônia de oferta que a um casamento. Com o coração começando a apertar, tentei me apegar a isso.

Então eles foram declarados casados, e Aquiles, se mostrando sem jeito, deu um beijo no rosto de Ifigênia, que tinha os olhos marejados e não parecia decepcionada. Eu não tinha motivo, mas de repente senti pena dela. Tão jovem e bela sendo usada pelo pai. Eu não imaginava o quanto minha intuição estava indo longe.

De repente, um soldado surgiu entre aqueles que estavam mais próximos do altar, ou seja, era um dos homens de confiança dos superiores. Ele simplesmente aproximou-se por trás de Ifigênia, e antes de aquilo parecer estranho, ele a apunhalou pelas costas, manchando de sangue seu belo vestido.

Algumas coisas aconteceram ao mesmo tempo e muito rápido: os sons de choque saindo de nossas bocas, Ifigênia caindo desacordada, Aquiles tentando partir para cima do assassino e sendo segurado por quatro homens que também surgiram do nada, e Agamenon vindo até a filha enquanto gritava:

_ Todos permaneçam em seus lugares, todos permaneçam em seus lugares!

Agamenon tomou o corpo de Ifigênia em seus braços, afagando o seu rosto. Eu entendia suas lágrimas, mas não entendia que ele não fizesse nada enquanto o responsável continua a alguns metros dele, com dois soldados como se o protegessem.

Por fim, Agamenon disse:

_ O sacrifício está feito.

Ele pegou Ifigênia, morta, nos braços. E caminhou para fora do altar. Ao passar por Aquiles, este não se conteve.

_ Agamenon... _ele disse em súplica, indicando o assassino.

Mas Agamenon o ignorou. Ele desceu pela areia levando o corpo de Ifigênia até o mar. Todos os seguíamos com os olhos, hipnotizados. Quando as águas atingiram seus ombros, ele, que erguia Ifigênia sobre elas, beijou-a e a deixou. O corpo afundou, e eu senti uma lágrima rolando por meu rosto e vi que Aquiles chorava também.

Agamenon estava quase saindo por completo do mar, quando o vento voltou a soprar.

A PROFECIA (Aquiles & Pátrocolo FANFIC)Onde histórias criam vida. Descubra agora