Não foi uma escolha

22 - Dias melhores virão

Oiiii meus lindos, cês tão bem?? espero que sim!!
aí vai mais um capítulo, espero que gostem :)))

Estava eu com meus braços cruzados encarado eles enquanto se beijavam na minha frente, era nojento a forma descabida que os mesmos estavam. Definitivamente aquela mulher que estava de sutiã e um jeans não tinha nada haver com minha tia, ela parecia outra sem sombras de dúvidas.

Pensei em dar um grito e pedir para que o indivíduo saísse da minha casa, mas eu saberia que isso seria um comportamento impulsivo que só iria causar mais aborrecimento.

– tia, vamos tomar um banho a senhora precisa descansar – falo pegando em sua mão, retirando um copo de vinho e colocando em cima da mesa.

Apesar do álcool consumir seu corpo ela não era agressiva quando bebia, eu diria que uma bêbada obediente, e mesmo com o quebra-cabeça que tivemos mais cedo, ela até que estava calma.

Puxo seus braços com a intenção de trazê-la o mais próximo de mim possível, tento carregar a mesma até às escadas para irmos para seu quarto.

– pode vim me ajudar ou prefere ficar só olhando – pergunto para Thom que estava com seus braços sobre sua cabeça bem relaxado em cima do sofá.

– calma, era só ter pedido antes – responde e sorrir mostrando todos os seus dentes.

Segurava às costas dela e ele puxava seus braços. Os banheiros eram nos quartos e havia um cheio de ferramentas na parte de baixo, mas pelo fato de ninguém usar era impossível que ela usasse o mesmo.

– está perto do quarto? – fala minha tia atropelando as palavras sobre o efeito do álcool. Mas nenhum de nós dois a responde.

Entramos em seu quarto, e ela fica deitada em sua cama. Pego um broche para prender seu longo cabelo fazendo um coque. Vou em direção ao seu closet para tirar seu pijama e coloco ele sobre sua cama. Tiro vagarosamente sua sapatilha e deixo elas embaixo de sua cama.

– pode sair? Vou tentar dar um banho nela – pergunto olhando fixamente em seus olhos.

Thom passa alguns segundos olhando para meu rosto antes de responder. Sem querer saber o que ele estava se preparando para falar eu puxo seu braço fazendo com que ele saísse do quarto e fecho a porta. Eu estava estranhando esse meu comportamento mas lembrei que minha menstruação estava perto de descer e isso afetava completamente meu humor.

Entramos em seu banheiro, eu a encaro enquanto a mesma tira sua blusa e logo em seguida seu sutiã, acabo me distraindo com suas marcas de expressão, apesar de sua pouca idade ela aparentava ser um pouco mais velha do que realmente era, não diria que acabada. Senti o piso gelado em meus pés enquanto abria o chuveiro, a água escorria entre eles me fazendo ter leves arrepios. Vejo seu cabelo perdendo totalmente o volume enquanto a água caia em sua cabeça. Pego o sabonete entregando em sua mão, fecho o box e vou sentar no vaso sanitário.

O sono tomava conta do meu corpo e eu sentia falta da minha cama, apoiei minha cabeça na parede e coloquei meus pés em cima do lixeiro que minha tia colocava suas roupas sujas.

Escuto um pequeno barulho me fazendo despertar e percebo que acabei caindo no sono, mesmo com minha visão ainda um pouco turva notei que ela já havia terminado seu banho, e eu entrego uma toalha que estava pendurada na parede.

Entrego seu pijama e enquanto a mesma vestia eu desfazia sua cama para ela poder dormir.

Depois de um tempo me dei conta que nesse processo todo ela não me encarava, a todo tempo desviava o foco para não ter que enxergar sua própria sobrinha. Nessa altura do campeonato meu sono não me deixava ficar triste, era como se o cansaço fosse um antibiótico acalmante.

Cubro seu corpo com seu lençol e desligo o abajur que iluminava o ambiente, deixando todo o quarto escuro.

Abro a porta e me deparo imediatamente com Thom, era indescritível o quanto ele estava incomodando. Será que ele não notava que sua presença não me agradava e já que minha tia está dormindo ele não tem mais nada para fazer aqui.

– você não vai para casa? – pergunto e solto uma expressão de deboche em seguida.

– não, irei dormir aqui essa... – coloca a mão em seu queixo e me encara – ou melhor, todas às noites.

Respirei fundo e dei um sorriso cínico em seguida, se eu fosse agir como eu queria minha mão já estava em sua cara e ele estaria rodando em círculos em volta do corredor.

– seguinte – coloco meu indicador em seu peito e continuo – você ira dormir essa noite lá embaixo no sofá, minha tia está dormindo e você não vai encomodá-la.

Senti sua raiva pelo jeito que ele me olhava, mas o mesmo assentiu e desceu às escadas.

Entrei em meu quarto e sem tomar banho já me deitei em minha espaçosa cama, mesmo deitada minhas pernas doíam e meu cansaço físico não me deixava relaxar e provavelmente não irei ter uma boa noite de sono.

Senti meu celular vibrando embaixo do meu travesseiro e desbloquiei com minha digital. Dei um sorriso logo em seguida ao perceber que Zaia tinha criado um grupo no whatsapp tendo membros eu, ela e Soraia. O nome era "todos pela lelê" meio sem noção mas nada de estranho já que quem tinha criado era ela.

[Zaia] 01:50: como você está
[você] 01:50: cheguei em casa minha tia estava bêbada e com um homem dentro de casa, mas já deu tudo certo e já estou deitada.
[Soraia] 01:53: danadinha ela hein...
[você] 01:55: obrigada meninas pelo que vocês fizeram por mim, mas agora tenho que ir dormir, eu amo vocês!
[Zaia] 01:56: eu sei que me ama mais, você me conheceu primeiro. Boa noite.

Mesmo morta de sono Zaia conseguiu arrancar um sorriso do meu rosto.

Coloquei o celular embaixo do travesseiro e fechei meus olhos tendo em mente que dias melhores virão e desde o início eu sabia não seria fácil. Ninguém disse que seria, não posso ser fraca e desistir sem nem mesmo ter começado, somos capazes de vencer e lutar pelos nossos direitos, não é a sexualidade que vai definir meu caráter e muito menos a opinião de ninguém!