5 - O mal não se combate com o mal

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Opa, opa! O livro está crescendo a cada dia. Obrigadoo!!! Vocês são incríveis.

Atenção: esse capítulo possa ser um gatilho, tratará sobre o racismo. Se você sente desconforto nesse assunto, não recomendo!

                        ***

Depois de um longo feriado eu tinha uma semana toda pela frente. Estava quase me levantando quando meu celular tocou e com o olho entreaberto eu pude ler o nome do contato.

– oi Zaia? – falei ainda sonolenta e um pouco rouca.

– menina vai para a escola hoje? – sua voz era intensa.

– vou sim, vou já me ajeitar. Acordei com uma dor de cabeça enorme e espero que passe logo.

– preciso te falar umas coisas que aconteceram. – ela falava e era notável a sua alegria.

Eu já sabia que era algo relacionado a Bruno, minha intuição é muito forte. Além do mais, ultimamente ela só sabia falar dele mesmo.

– ok te vejo na escola, também preciso falar com você. – falei e desliguei.

No caminho da escola avistei um cachorrinho que sempre estava ali quando eu passava. Chamei ele de floquinho já que era branco com pintas pretas. Não sabia se eu encontraria ele de novo, mesmo estando todos os dias ali. Queria muito ter um mas minha tia não me deixava criar, ela dizia que já tinha trabalho suficiente comigo.

Com meu olhar fixo em floquinho ele foi em direção a um rapaz e parou. Avistei um sapato despojado e quando levantei a vista era Felipe.

– está me evitando? Liguei várias vezes para você e não tive retorno, nem na escola eu te encontrava. – falou ele ajeitando seu cabelo.

– é porque fiquei muito ocupada durante esses dias. – respondi e usei uma expressão tímida logo em seguida.

Não queria mentir, mas infelizmente foi preciso. Eu sabia se atendesse Felipe ele iria tocar no assunto do "beijo".

– você não gostou? Eu beijo tão mal assim? – falou com um sorriso no canto da boca e com a mão na sua nuca como se estivesse sem graça.

Como eu falaria a ele que o problema não era ele e sim eu. Mas como eu iria explicar a ele uma coisa que nem eu sei explicar a mim mesma.

– não, não foi isso. Eu realmente estava bem ocupada. – falei depois de uns segundos.

– tudo bem, vamos para a escola então, já tomei 5 minutos do seu tempo. – Felipe falou com seu olhar fixado em um carro que passava próximo a nós dois.

– do nosso já que você também estuda na mesma escola. – dei um leve sorriso tímido.

Quanto mais andávamos, mais parecia que a escola ficava longe. Era como se nós estivéssemos andando para trás. Eu resolvi não falar nada, se ele não falava era por que não tinha assunto ou simplemente não estava afim.

Finalmente entrei na escola e Felipe seguiu seu rumo. Mesmo com nosso diálogo até a escola, chegamos 20 minutos antes.

– oi Leslie! – uma voz feminina surgia atrás de mim.

Me virei e olhei, era Soraia, a loirinha da escola e sua amiga Nicole, não sabia qual era o propósito disso e nem a finalidade, mas, e se ela não for o que Zaia me falava que ela era. Será que era só uma implicância que as duas tinham.

– oi, Soraia. O que deseja? – perguntei bem tímida.

– nada só queria dizer um oi. – sua voz era sarcástica e cada palavra era irônica.

Não foi uma escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora