18 - persuasiva

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Eu apareço de ano em ano né, desculpa por isso, vou tentar ser mais ativo

A pior coisa que poderia acontecer hoje era eu entrar na escola e ter que me encontrar com Felipe, o clima ficaria pesado e eu não saberia como ele iria reagir ao término, mas eu queria conversar com ele e ver se estava tudo bem. Quando entrei na escola vi que estava tudo igual, as garotas do corredor estavam se maquiando como sempre, Margot e Tenía falando da vida de todo mundo. E eu, a garota apagada e tímida da escola procurando um lugar para sentar.

Resolvi sentar em um banco que ficava perto da cantina. Minha escola havia vários corredores pela quantidade de alunos então era difícil encontrar um que não tivesse ninguém. Tinha árvores e gramas, todo ano uma turma plantava um pezinho quaisquer que seja de árvore.

Coloquei meus fones e fiquei lendo um livro que se chamava "a cabana", senti uma mão em meu cabelo fazendo carícias quando levantei a vista era Soraia. Tirei meus fones de pressa e fiquei a encarando.

– me desculpa, desculpa pelo beijo, desculpa por aquele dia que lhe ofendi, vejo que sou uma escrota do caralho. – Soraia falou olhando para mim passando sua mão em meu cabelo mas dei de ombros.

Diferente das outras vezes ela não parecia estar sendo mendaciosa, e sim ela era uma escrota do caralho, mas uma escrota arrependida. Sabe quando você sente a energia da pessoa e percebe quando ela estar sendo sincera?! Pois bem, foi isso que senti. Ela olhava para mim colocando seu cabelo por trás de suas orelhas. Um olhar doce e que fazia com que eu não sentisse nenhum remorso pelo transtorno que ela causou em minha vida.

Poderia ser coisa da minha cabeça, ou meu coração era ingênuo demais para perceber que as pessoas não mudam. Eu queria que ela tivesse mudado, queria muito.

– tanto faz. – respondi.

Ela se ajoelhou e colocou suas mãos em meu colo me deixando totalmente paralisada e sem saber o que fazer. Mas continuei olhando para o chão.

– espero que algum dia você me conheça e entenda que eu não sou nada disso que você acha que eu sou.

Levantei meu olhar focando em seus olhos azuis.

– era só isso? – rebati.

Soraia tirou sua mochila das costas colocando no chão.

– preciso te entregar essa carta.

Revirei meus olhos mas acabei pegando.

– o que é isso? – indaguei.

– não sei o que tem escrito mas foi Felipe que pediu para lhe entregar, não sei bem o porque ele deixou comigo mas tá aí.

Soraia colocou a mochila novamente em suas costas e saiu caminhando, mesmo com o enorme corredor era perceptível que ela foi em direção a biblioteca.

Parei um segundo para olhar se havia alguém por perto, quando vi que não, decidi saciar minha curiosidade e saber o que havia escrito nessa carta.

Bem, como começar uma carta? Nunca tinha feito isso antes em toda minha vida. Eu queria te falar que eu gosto muito de você, entendo também que devemos deixar às coisas que amamos livres, foi por isso que não interferi no nosso término. Eu não diria que hoje escrevendo esse pequeno bilhete eu estou totalmente bem, mas eu irei conseguir superar isso, eu tenho certeza. Você foi uma das pessoas que valeu a pena ter conhecido, espero que você seja feliz. Quando você ler essa carta eu já estarei dentro do avião indo para a Flórida para encontrar com meus pais, lembra que o motivo para eu continuar aqui era você? Mas agora eu não tenho mais nenhum motivo para não ir, Beijos e fica bem!

Senti um enorme alívio em saber que ele pensava assim e que ele iria ficar bem, mesmo sendo doloroso nosso relacionamento iria acabar se tornando uma coisa tóxica e fugaz, quando não existe amor nada da certo. Sei que esse processo será cuntatório, mas ele irá encontrar alguém que faça ele feliz de verdade.

O ano mal tinha começado, todavia, eu não estava com disposição suficiente para assistir às aulas. A primeira aula era de artes e eu sabia que o professor iria fazer mais um de seus trabalhos exaustivos, para quê todos os alunos se enturmassem. Ele não concordava em só passar qualquer coisa no quadro e fim. Ele queria fazer com que todos se expressassem em sua aula.

Sem pensar muito fui caminhando em direção a saída da escola, percebi uns olhares das garotas que continuava no corredor mas dei de ombros.

Quando eu matava aula eu sentia a pura adrenalina percorrendo em meu corpo, como nunca fazia nada de errado isso para mim era como assaltar um mercado. Ok, talvez eu estivesse exagerando.

Andando por uma rua eu senti algo de estranho como se alguém estivesse me seguindo.

Sem eu menos esperar, uma pessoa saltou em minha frente me dando um baita susto fazendo com que eu desse um passo para trás. Quando meus sentidos voltaram eu vi que Soraia era a pessoa que estava me seguindo esse tempo todo. Não entendi o motivo da sua insistência em querer falar, ou de certa forma, estar próxima de mim. Ela estava sendo muito persuasiva em querer me mostrar que tinha mudado, isso estava me deixando louca.

Não foi uma escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora