14 - Bola de neve

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Quase 3k e estou surtando, amo vocês! <3

Ps: Alguns capítulos irão ser necessário para o desenvolvimento. Letss!
                 

                        ***

Estava eu tomando meu café, quando vejo minha tia descendo às escadas com um lenço em seu nariz e espirrando involuntariamente, seus olhos estavam vermelhos assim como a ponta de seu nariz. Ela parecia mal, bem mal. A mesma ainda vestia seu pijama e suas pantufas.

– não acredito que gripei, – falou ela, que me viu tomando meu nescau e comendo minha torrada – justo em dia de semana.

– não sei se a senhora lembra mas você também adoece – falei sorrindo enquanto passava a manteiga na torrada.

– mas... eu já sei, vou ligar para o hospital para falar que irei um pouco tarde hoje. – quando ia abri a boca para discordar ela já estava falando com uma pessoa do outro lado da linha.

– eles tem que entender tia, a senhora estar doente e não pode ir hoje.

– se eu faltasse toda vez que pegasse uma virose eu já estaria sem emprego. – balancei a cabeça fazendo sinal de negação para ela que deu de ombros.

Era evidente que ela não estava em condições para ir trabalhar, mas como ela mesma falou, não se pode faltar por causa de uma virose. Para nós estudantes era mais fácil faltar a escola por quê não tinhamos tantas consequências, além de reprovar. Mas nada se compara a perder o emprego. Não que o conhecimento não fosse importante, mas no tempo em que vivemos; trabalhar está no topo das necessidades.

– pronto, tudo resolvido. – exclamou ela me olhando de canto de olho.

Coloquei os pratos na pia e enquanto eu lavava ela enxugava, era mais divertido quando ela fazia os serviços de casa junto comigo, ela dançava enquanto passava o pano dentro dos pratos. Nesses momentos eu imagino como seria se meus pais estivessem comigo, tipo, eu não me vejo morando com eles, a falta é enorme, mas o amor da minha tia me completa de uma forma que conforta a minha perda.

Ninguém preenche o amor dos nossos pais isso é óbvio, mas não adianta mais eu ficar me martirizando com isso, eles não irão voltar, infelizmente. O que resta é me conformar e aproveitar cada segundo que vivo com minha tia.

– é... – falou ela olhando seu relógio do pulso. – já é hora da titia ir.

Titia. Eu não à chamava assim, bem. Não mais, às vezes eu sentia falta da infância, eu era uma garota expressiva e adorava demonstrar meus sentimentos, hoje eu sinto vergonha de dá-lhe um abraço, era isso que eu precisava nesse exato momento, um abraço. Dizer o quanto eu a amo, o quanto me importo e que sem ela eu não seria nada. Mas como começar, como colocar isso para fora sem parecer que eu estou sendo careta ou boba. Só queria dar um abraço, um simples abraço, porque isso é tão difícil?!

– tchau minha querida, se cuida. – disse já apressada para seu trabalho, trancando a porta fazendo com que seu corpo sumisse atrás da porta.

E outra vez eu estou sozinha nessa enorme casa, isso já está ficando exaustivo e entediante! Pensei olhando um livro empoerado que havia na estante.

Não queria ter que chamar Felipe para vim aqui, mesmo ele sendo absurdamente respeitoso ele era homem, e um rapaz em uma casa que não tinha ninguém junto com uma moça, já era certo o final disso, e eu não estaria preparada. Não agora!
Mas quando saber a hora certa, as meninas da minha idade já perderam a virgindade há um bom tempo. Eu posso estar adiando uma coisa que mais cedo ou mais tarde terá que acontecer. Ou possa ser que estou exagerando um pouco.

Não foi uma escolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora