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[ashtray]

Se eu não matar o pai dela, ele nos mata. Eu não vou ficar mais um dia longe dela, não vou. Nunca mais irei abandonar ela. Eu quase morri sem ela, quase morri por dentro. Senti muita angústia, saudades.

Ela é a pessoa mais especial pra mim.

  -  a gente nem tem tanto poder assim, como vamos matar aquele merda? - Dilan dizia ajuntando todas as armas que nos tínhamos

- mas eu não...- eu ia dizer mas sou interrompido

- cara, eu sei que tu quer ficar com ela, mas ele é forte e mais velho, a gente não tem a metade da inteligência dele.

Idade não é documento.

- eu preciso. Se eu quero acordar todos os dias ao lado dela, eu tenho que matar o pai dela.

[...]

Eu estava no hospital, esperando para ve-la.

- Sr. Ashtray? - a médica me chamou

Me levanto

- pode vir comigo.

Segui ela até uma sala. Lá, eu encontro kath, ela é tão linda...até depois de levar um tiro...

- kath...- digo me agachando do lado da cama - eu pensei que iria perder você...não faz isso comigo, fica, não vá. Eu te amo, você me cura todos os dias. Você é meu motivo pra viver garota. Eu amo seu sorriso, seus cabelos longos. Sua risada, seu charme e como você é doce com as pessoas. Eu amo você. - beijo sua mão.

Me sento na poltrona ao lado

- eu não sei oque fazer se você não ficar comigo. Deus...não leva ela de mim, eu a amo mais que tudo, não a tire de mim - eu digo cheio de lágrimas nos olhos. - se ela partir, parte de mim irá junto.

[...]

- ela tá bem? - rue pergunta se levantando

Ela estava no hospital.

- os médicos não deram tantos detalhes...ela tem chances de não viver, rue - digo chorando.

Eu tava soluçando de tanto chorar

- eii, tenha fé, ela vai voltar e ficar conosco - rue me abraçou.

- cadê a Katherina?! - uma loira chegou desesperada

- ela está bem...mas tem chances não viver - rue parecia querer chorar também

Eu perdi alguma coisa? Quem é essa loira ai?

- essa é a Candice, minha namorada - rue diz triste.

Candice chorava muito. Rue a abraçou.

Eu saí de lá, não aguentava ver gente chorando. Não porque eu sentia vontade de chorar, mas sim porque eu não gosto de ver pessoas chorarem.

Fui para o estacionamento.

- ela tá bem? - Guilherme estava encostado no seu carro fumando maconha.

Passo reto.

- aí karalho, eu não tenho culpa que eu me apaixonei por ela! - ele grita

Eu paro na hora.

- você sabe que ela é minha namorada né? - volto uns passos

- sei, mas ela...eu me apaixonei por ela e agora não tem mais volta e ela não é mais sua namorada, vocês terminaram a meses atrás

Respira, não liga

Segurei a vontade de pegar a minha arma e mirar na cabeça dele, mas aqui tem câmeras e eu estaria fazendo isso por impulso, fazendo isso pra descontar a tristeza e o peso que estou carregando, se eu perder ela...

[...]

Dia seguinte.

— só isso? Eu tenho certeza que você está escondendo coisas de mim! Se você não me falar agora! Eu mato você. - eu ameaço ele por impulso.

Eu não queria falar isso, mas eu estava desesperado.

— por favor...- choro.

Eu nunca chorei na frente de alguém, ou implorei pra alguém

— ela teve himorragia cerebral, estamos fazendo o máximo possível, senhor - ele diz calmamente.

[Rue]

Eu e a Candice voltamos pro hospital.

— ashtray? - vejo ele sentado no chão, chorando

Ele me abraçou. Ele estava tão mal...

— ashtray...calma, vai ficar tudo bem...- quem eu estou tentando enganar, nem eu acredito nessa mentira.

Candice se senta no chão também, e faz carinho no meu cabelo, ela chorava também, todos nós estamos desesperados.

O ashtray estava assustado, com medo de perder ela...ela foi quem trouxe ele de volta, ela não pode nos deixar, não pode deixar ele...

— Sr. Ashtray? - o médico diz se agachando. — ela está bem, está fora de perigo. - o médico sorri e da umas batidinhas fraca no ombro do Ash

Ele me abraçou bem forte.

— obrigado, doutor, por salvar a minha garota. Quando vou poder visitar ela?

— assim que possível, farei o meu máximo, você será a primeira pessoa a ver ela. - o doutor diz.

[...]

3 semanas depois.

[Katherina]

Eu já estava em casa, eu estava de cadeiras de roda, a bala interferiu bastante e eu não consigo andar. Não é permanente.

— senta com cuidado, princesa - Ash me ajudava a sentar no sofá.

Estavam todos na casa da minha vó. Rue, Dilan, ashtray, Guilherme..., Candice e as minhas irmãs.

— eu chamei seus amigos aqui, pra você se sentir mais confortável. - minha vó diz

— você sabe que nada que você fazer, vai fazer eu te perdoar - eu digo seria

Ashtray me olhou

— ela não quis dizer isso, é efeito dos remédios. - ele diz rápido.

Minha vó se retira da sala.

— fiquei com dó - Candice diz.

— não fique, ela quase foi estrupada pelo tio dela, a avó dela sabia, e não fez nada! - Ash diz.

Logo em seguida ele me abraça.

— vamo fazer alguma coisa? Pra matar o tédio do final de semana. - Candice sugere.

— acho uma boa. - rue diz sorrindo e entrelaçando os seus braços em volta do pescoço da Candice

— eu concordo, o final de semana parece que é pior que os dias de semana - Guilherme diz

Eu ri.

[...]

Estavamos fazendo um piquenique, eu estava sentada no chão, coberto por um lençol na grama. Eu estava olhando eles brincando.

O Ash não quis ir, ele ficou deitado no meu colo fazendo carinho na minha coxa.

Guilherme, rue e Candice estavam brincando no rio que tinha aqui. Era satisfatório ver que eles estão felizes.

— quer uva? - pergunto, logo ele assente que sim e dou na boca dele.

— se sabe que isso não vai durar, sabe? - Ash diz.

Sei, meu tio está por ai, meu pai também. Eles estão a solta e a qualquer momento eles podem partir pra cima.

— quando isso vai acabar? - pergunto lacrimejando.

— olha - ele levante e fica perto de mim. — eu vou acabar com isso, fazer você feliz e não deixar nenhum filha da puta relar a mão em você.

Ele coloca sua testa contra a minha.

— eu te amo. - digo e início um beijo.


perdição - ashtrayOnde histórias criam vida. Descubra agora