Eu estava machucado, pensando em como a minha morte foi mal planejada. Ótimo, morrer sozinho era tudo oque eu planejei. Eu estava em um depósito antigo, onde usavam pra colocar coisas de garagem.
- eu vou te liberar, mas com uma condição. - o tio dela diz.
- eu sei porra, nunca mais olhar pra cara dela e os karalho a quatro. - digo.
Ele sorriu.
- que bom que pegou o aviso. - ele pega uma faca e corta as cordas que me prendiam. Nesse momento, eu vi uma oportunidade. Matar esse cusão.
Peguei um pedaço da corda e voei em cima dele, começando enforcando ele com a corda. Uma desvantagem, eu sou um tanto baixo, mas minha força é surreal. Ele começava a se distorcer e eu apertava mais e mais. Até sentir que ele apagou. É claro que eu não ia sair assim, o cara não deve tá morto.
Pego a faca que ele usou pra tirar a minha corda e...
[....]
Mais tarde, eu já estava na rua, tentando saber onde eu estava. Havia vários carros, optei e roubei um. O carro obviamente estava sem a chave, oque era uma merda.
- eii. - cambaleie atrás de uma moça que passava por onde eu estava. - pode me dizer onde eu estou?
Ela me olha de cima a baixo e da um olhar preocupado.
- moço, você está sangrando. - ela correu e começou a tampar minhas feridas. Tinha uma bem grande. - eu vou chamar uma ambulância. Oque aconteceu?
E derrepente, tudo ficou embaçado, suei frio, minha perna falhou e eu caí.
[...]
- você acordou. - a moça que me ajudou estava do lado da cama de hospital. - você dormiu por dois dias.
Olhei em volta.
- onde estamos? - pergunto.
- no Texas. Você está perdido?
Ótimo, ele não me tirou da cidade. Oque era muito bom, eu não preciso fazer muito esforço pra chegar nela.
- obrigado por me ajudar, você foi legal. - tento sorrir simpático.
- magina, mas me fala, você foi espancado? Está todo machucado e parece que não toma banho a um tempinho. - ela sorri.
Ótimo, além de estar todo machucado, estou fedendo.
- eu... - droga, oque eu falo? - não, eu não me lembro de nada... - fiz o louco.
Melhor do que dizer. "Ah, não. Eu estava preso em cativeiro por muito tempo. Tanto tempo que eu nem sei. Preso pelo tio da minha namorada que eu nem sei se é a minha namorada ainda."
- você quer mais alguma ajuda? - ela perguntou.
- não, no meu short tem o meu documento, consigo me virar. Muito obrigado.
[...]
Essa mulher não queria me deixar em paz. Mas depois de três dias, ganhei alta. Me livrei dela, não que eu não seja grato. Porra, a mina me salvou, mas não dá pra ter pedras do meu sapato agora. Peguei um ônibus público, pra me deixar perto de casa. Eu tava tão feliz, depois de tanto tempo, ver ela de novo.
KATHERINA MACKAY:
Mais um dia, nessa bosta de faculdade. Porque ninguém diz o quão difícil é? E preocupante também? Isso acaba com a mente de um estudante. Mas por um lado bom, eu me distraio um pouquinho.
- vai querer sair pra beber hoje? - Jakson pergunta.
Olho incrédula pra ele.
- não. Tô com cara de quem quer beber um dia antes pra prova? - pego dedo indicador e aponto pra minha cara. - você deveria tá igual.
Jakson não liga muito pros estados, não é atoa que repetiu no ensino médio.
- você é obcecada por estudos. Garota, relaxa um pouco.
- não dá! Se eu relaxar, eu vou pensar demais. - digo. - se eu relaxar eu vou pensar nele! Cair de cara nos estudos tá me ajudando.
Pego meu casaco e saio do quarto.
Cair em cima dos estudos me ajuda muito. Eu precisava ir em uma farmácia, comprar algumas coisas. Coisa de mulher. Atravessei a rua e vi. Vi o amor da minha vida a três metros de distância de mim. Na hora o meu coração parou, e depois, acelerou como nunca.
Eu corri.
- ashtray?! - eu o toquei para ter certeza de que era ele, de que era o amor da minha vida. - é você. - eu sorri com lágrimas por todo rosto.
- Você não sabe o tanto que eu fiz pra conseguir estar aqui. - ele me abraçou.
- eu sinto muito. - eu o encarei. - tudo isso é culpa minha.
- não! Por favor, me fale que você não ficou se culpando. - ele me olhou sério.
Sorri.
- isso não importa, o importante é que você está aqui, comigo. - pulei em cima dele.
Três anos depois:
Eu estava tendo uma vida maravilhosa. Morando no meu próprio apartamento, com dinheiro de sobra. Dinheiro honesto. O ashtray estava trabalhando, ele tinha largado a vida de traficante a dois anos. Esses anos tem sido tão bom. Retirando a parte que eu fiquei um ano me envolvendo com as merdas do Ashtray, por vontade própria. Mas é óbvio que ele não gostava nadinha, mas acontece que ele se meteu em mais merda. É o ashtray né. Mas tudo deu certo.
Hoje, estava ansiosa, era o meu aniversário!
- como foi seu dia? - o ashtray tava com um bolo e as velas da minha idade. Ele me olhava cheio de orgulho e felicidade.
Eu sorri. Por mais cansada que eu estava, ele conseguia fazer o meu dia feliz.
- eu te amo, feliz aniversário!! - ele colocou o bolo em cima da mesa e me beijou. - nos meus momentos mais difíceis, você era a minha salvação. Pensar em você me cura.
- eu te amo, garoto. - o beijei.
[....]
Chegou o final amores. Eu vou fazer um epílogo hoje só pra vocês verem eles mais crescidinhos. ;)