Katherina pov's
Voltamos pro quarto pra comer e ficar com as meninas. O ashtray está muito emotivo esses tempos, nem parece o ashtray ignorante que ele era. As pessoas mudam.
- e o que você fez? Sobre o cara - rue pergunta - se não quiser falar não precisa. Não quero te forçar a nada.
Eu ri.
- não é um assunto muito legal pra uma festa do pijama, senhoras - ele ri.
Eu entendi um pouco, acho que oque fizeram com o cara não foi humano. Acho que mataram, não teria motivo pra deixar o cara vivo, se ele queria me matar ele seria o último a querer que o cara respirasse.
- você matou ele? - perguntei, mas não estava brava ou irritada, lógico que ninguém merecia morrer afinal. O Ash ficou quieto e olhou pra baixo.
- é normal gente - Candice tentou aliar um pouco o clima pesado. - normal matar o cara que queria matar a minha namorada, eu mesma faria isso.
Eu ri, só não sabia se era verdade ou se era na brincadeira, até porque seu tom era irônico.
- tô brincando não gente - ela diz sério. Todo mundo estavam rindo da sua maluquice. Candice era engraçada e se esforçava pra fazer qualquer um que ela ama rir com ela.
- é, eu tive que matar ele. - ashtray responde a minha pergunta. - eu não ia deixar ele solto pra qualquer momento ele matar a garota que eu amo!
- a gente te entende, eu também faria loucuras por quem eu amo. - rue olha pra mim. Oque eu estranhei, não era pra ela olhar pra Candice?
Eu abracei o Ash, parecia sobrecarregado, cansado. Odeio ver ele assim. Mas oque fazer?.
- e você teve ajuda? - pergunto. Não sei se o Dilan ajudou ele. - alguém ajudou você?
Ele suspira.
- sim, mas foi eu que matei. - ele reforçou o "eu matei"
- você está sentindo culpa? Por ter matado ele? - rue pergunta. - mas acho que não é sua cara, e principalmente porque ele queria matar sua namorada, a garota que você mais ama!
- eu não tô sentindo remorso, ele disse que tem mais pessoas do lado do pai da kath, se for verdade... Isso só tá começando. - ele disse - isso está me dando dor de cabeça.
Du nada uma pedra é arremessada na janela. Nós nos assustamos, imediatamente o Ash se agarrou a mim, mas não com medo, em forma de me proteger. Ele se levantou e foi olhar pela janela quebrada.
- ninguém fala nada, vamo pra outro cômodo de vagar.. - ele fala sussurrando. Logo depois ele pega minha mao e me direciona até o banheiro. Rue e cand aparentemente foram para o quarto das minhas irmãs, que não estavam em casa.
- oque tá acontecendo? - pergunto com medo.
- seu tio está aqui, com uns cinco cara enorme lá embaixo. - ele me abraça - fica tranquila, eu tô aqui.
A voz dele era quase inaudível. Ele estava sereno, doce. Mas com um olhar preocupado. Era tão bom saber que ele se importa comigo, que ele se preocupa.
A porta da frente foi arrombada. Minha avó não estava mais em casa também, oque era bom. Meu tio iria acabar com ela.
- se alguma coisa acontecer, eu te amo, ok? Eu te amo demais, ashtray - meus olhos lagremejou.
Ele me olhou com medo.
- não faz isso comigo, você vai ficar bem, eu vou ficar. - seus olhos estavam exalando medo. - não quero perder você...
Ouvimos a voz de um cara dizendo " nada aqui " eles estavam procurando a gente. Logo depois escutamos mais "peguem a loirinha e a drogada também" a voz do meu tio soou.
- a gente vai tentar ir lá pro quarto onde elas estão, vamos pular a janela e cair fora da qui. A todo custo. Se você morrer, eu me mato - ele pega na minha mão e abra a porta de vagar.
Quase demos de cara com um dos cara, mas conseguimos chegar no quarto, elas estavam tremendo.
- vai ficar tudo bem, vamos pular a janela e meter o pé da qui. - digo tentando tranquilizar elas.
O ashtray me ajudou a descer, o andar era um pouco alto. Descemos e corremos em direção ao carro da cand. Era o mais perto.
- ok, oque eles estavam fazendo lá? E porque queriam eu e a rue?! - cand estava agitada.
- mete o pé dai porra, eu dirijo. - Ash dirigiu porque cand estava tremendo demais pra dirigir.
- eles querem a kath, mas o oque querem a gente eu não sei. Achei que essa porra tinha acabado. - rue muxou no banco, cand foi e abraçou a mesma.
Eu estava no banco do passageiro ao lado do Ash, ele sempre dava um jeito de me olhar.
- você está bem? - ele perguntou colocando a mão na minha coxa. Eu senti meu corpo arrepiar por completo. A sensação que ele me causa é inacreditável. Ele foi o único que já me fez me sentir assim.
- a gente tá indo pra onde? Não podemos ficar a mostra nessa merda! - cand diz. Ela tem razão, estamos fudidos e não é pouco.
- será que o meu pai também quer elas? - pergunto acariciando a mão do Ash que estava na minha coxa.
- isso está acabando comigo! - ele soca o volante - não temos mais paz! Você não pode ter uma vida boa, uma adolescência boa! Por causa de mim! Eu não posso deixar isso acontecer, Katherina! - ele estava nervoso.
- ei, ei, se acalma tá legal? Não é culpa sua. Não quero que saia da minha vida, ashtray. - aperto sua mão. - eu te amo...
Sussurrei pra ele. Gosto de dizer isso o tempo todo pra ele, porque assim como eu, ele vive de afirmações desse tipo. Que diz "te amo" essas coisas.
- pra onde vamos? - rue pergunta - assim, porque se não sairmos na rua como pessoas normais, a gente corre risco de morrer!
Eu sentia que o ash ficava se culpando até pelo envolvimento das duas.
- não é culpa sua, Ash. Me escuta, por favor. - ele estava sério, maxilar travado e apertando forte o volante. - Ashtray para esse carro. - ordeno.
- você não entende? A culpa é toda minha, de você está destinadas a morte! Elas também! - ele chorou - você de longe foi uma das melhores coisas que já me aconteceram! Mas não posso permitir que você morra!
Comecei a chorar também.
- então não permita. - digo seria - eu amo você e você não pode me deixar, não vai sair da minha vida assim karalho!
Olhei pra frente e encostei no banco.