Capítulo 11

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Julie Molina

Faltam apenas dois dias para eu começar as aulas e eu não consigo parar de pensar no que aconteceu comigo e com o Luke em Pasadena... Quero dizer, ele é que ficou esquisito, mas não o vou culpar totalmente, porque ele só estava a tentar defender-me do Daniel, o meu ex-namorado verdadeiro.

O Daniel foi muito bom para mim durante algum tempo, mas depois começou a ter recaídas, tipo álcool todas as noites e quando chegou a minha casa- quando eu estava sozinha- e começou a gritar comigo, foi o máximo para eu expulsa-lo da minha casa e vida. Ele foi um filho da puta depois dessa noite, ligava-me do número da mãe, da atual namorada, das ficastes e até do número da sua avó, para tentar desculpar-se. Ele e eu agora estamos melhor, tipo ele já não me liga, mas mesmo assim... Pronto, o que posso fazer agora?

Está de noite e eu estou a dar voltas na minha cama, para faltar apenas 1 dia para eu ir para a minha Universidade de California. Estou desejando ir para aquele lugar. Pessoas novas... uma carreira... um mestrado.... Ai Ai, estou apaixonada.

Ouço a porta do meu quarto a abrir e finjo estar a dormir, esperando que seja a minha mãe a ir ver se estou a dormir. Ela ainda manda em mim. Os passos que a pessoa dá tentam ser silenciosos, mas não dá, os passos são escolhidos para calharem nos lugares mais barulhentos possíveis. Abro levemente os olhos e vejo uma silhueta pelo meu quarto, muito conhecida.

-Julie!-Luke sussurra em grito e eu finjo estar a dormir ainda, não querendo conversar com ele.

Ele vê que não tem resultado, então suspira e caminha para perto de mim, até eu sentir a sua respiração na minha face. A sua respiração é rápida e quente em meu rosto, mas eu fico calada no meu lugar. Esta aproximação deixa-me confortável e desconfortável ao mesmo tempo. O Luke afasta-se um pouco e apoia-se na minha cama, dizendo em bom som, o suficiente para eu ouvir:

-Julie.-ele chama-me, abanando-me.-Julie...-ele começa a tocar numa madeixa minha, mexendo e fazendo caminho no meu couro cabeludo, tentando acordar-me.

Eu finjo ter começado a acordar, abrindo levemente os olhos, confusa, assustando-me com a distância a que estamos, mas não o demonstro. Faço uma feição confusa e vejo o Luke levantar um sorriso:

-Olá...-ele diz envergonhado.-Estás bem?-questiona ingénuo.

-Além de me teres acordado, estou boa.-dou de ombro, bocejando de sono.

Ele ri-se levemente e eu fico confusa. O que se passa com ele? O que ele está a fazer? Ele percebe a minha cara e logo se acalma:

-Bom, eu sei que isto vai soar estranho, mas...-ele começa a gaguejar.- Vem comigo por um instante...-ele pede e eu junto as sobrancelhas, confusa.-Imploro-te...-sussurra e nós ficamos um tempo a olhar um para o outro.

Olhamos um para o outro, tentando assimilar o que se passa na cabeça um do outro, mas nada consigo, se calhar ele consiga, mas eu não. Ele é neutro, um mistério, de certa forma.

-OK...-suspiro e começo a sair da minha cama, preparando-me para o que o Luke aprontou.-Espero que valha apena...

-Sim, sim, vai, obrigado...-diz animado e eu sorri levemente para ele.-Senhoras primeiro!-ele dá-me espaço para que prossiga e deixo escapar um sorriso maior.

Vamos para o elevador e ele clica no botão, fechando as portas em seguida. Ficamos em silêncio, tentando não parecer estranho.

É horrível estar assim come ele, quer dizer conhecemo-nos à quase um mês e eu adoro passar tempo com ele. Eu adoro como ele faz-me sorrir sem querer e faz piadas-que eu não achava graça- parecem engraçadas. É tudo muito simples quando estou com ele, normalmente, não agora, agora, está terrível.

Brothers's FeelingsOnde histórias criam vida. Descubra agora