treasure

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06 de setembro de 1963'

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06 de setembro de 1963'

Cada gesto, cada palavra, alimentava a tempestade interna que me devorava. Eu não era apenas um monstro para os outros, mas também para mim mesma. Na encruzilhada entre o certo e o errado, me perdi na névoa da minha própria confusão."

Solto o lápis de minha mão, empurrando a folha que escrevia para longe. Era difícil lidar com tudo, então pra mim, escrever sobre o que sentia acabou virando rotina.

Não sei ao certo quando foi que comecei a rabiscar no verso das folhas de revista, mas não faz muito tempo. Eu comecei lendo poemas, os que tem no final dos jornais. E agora, tento me expressar usando as palavras - não as verbais, as escritas.

Infelizmente meus pensamentos são revogados quando escuto alguém bater na porta, meu dia estava só começando. Ficar em um orfanato requer muita paciência, o que eu não estava tendo no momento.

Nem contei-os como vim parar aqui. Já faz algumas semanas desde que acordei neste lugar pela primeira vez. A vida nas ruas era mais difícil do que pensava, por mais que eu tenha minhas vantagens, elas não me ajudavam nas noites frias e muito menos nos dias chuvosos aonde não tinha lugar para me abrigar - inclusive, faz um tempo que não uso meus poderes.

Roubar lojas e lanchonetes era a parte mais fácil em minha opinião, mas ainda sim, era cansativo ter de viver buscando comida enquanto sequer abrigo havia. Não gostei do orfanato, e continuo detestando, mas é inegável os benefícios que tenho aqui.

 Acho que a parte mais difícil é dividir quarto com diversas garotas, que vem e vão, bagunçam e arrumam, dormem e gritam, não é nada fácil. Ainda mais que vivi grande parte da minha vida no silêncio, só eu e Cinco, perdidos no mundo pós apocalíptico.

Até poderia comparar a minha nova estadia com o que era morar na academia umbrella, um casarão cheio de crianças e atividades. Mas acho que nada era tão desafiador quanto ocupar um quarto junto de dez garotas, isso era demais.

— Sarah? Abre a porta. — uma garota suplicava do lado de fora.

Desço de minha cama, cobrindo meus poemas com meu cobertor. Ando em passos ligeiros até a maçaneta da porta, destranco virando uma pequena rosca e logo giro a maçaneta, abrindo para a garota do lado de fora.

A menina de cabelos escuros entra no cômodo, sua feição não era muito amigável, respondendo apenas com um sorriso agradecido enquanto andava até sua cama rapidamente.

Acho que essa era Evangeline, pelo o que me lembro ela era um pouco mais baixa, mas faz um tempo que não a vejo, já que ela havia sido adotada há algumas semanas atrás. Algo certamente não deu certo com sua família, já que Evangeline voltou há alguns dias.

Domination | Five HargreevesOnde histórias criam vida. Descubra agora