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15 de novembro de 1963'

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15 de novembro de 1963'

Minha reaproximação com Diego não durou muito, pois logo que a terapia em grupo acabou, fui mandada para a minha sala habitual novamente. Já estava na hora do almoço, então eu esperava pela refeição enquanto ainda pensava no que tinha acontecido alguns minutos atrás.

Ainda parecia irreal o que havia acontecido. Por muito tempo achei que não veria mais nenhum de meus irmãos, pensava que eles estivessem mortos ou, na melhor das hipóteses, desaparecidos.

Mas agora, saber que encontrei um deles, me dava mais esperança de que eu pudesse encontrar os outros. Minha vontade era que tudo pudesse voltar a ser como era, mas eu já me iludi com essa ilusão antes e não quero que isso ocorra novamente.

Quando Cinco e eu estávamos no apocalipse, sonhávamos com a fantasia de que iríamos voltar à nossa família e que tudo seria como antes.

Mas as coisas mudaram, nossos irmãos mudaram e nossas vidas não são mais as mesmas. Passei por experiências novas e acredito que Diego e o resto de meus irmãos também. Nada mais é o mesmo.

E isso parece ameaçador por um lado, mas na verdade é a vida seguindo como ela deve ser. Depois de tanto tempo, acho que posso ousar dizer que aprendi a lidar com um de meus maiores medos: a mudança.

E não é uma mudança física que digo, como mudar a ordem dos livros em uma estante ou a posição dos móveis de uma sala. Quando falo de mudança, quero dizer a mudança interior, as diferentes formas que começamos a lidar com nossos sentimentos e suas vertentes.

Começo a observar o movimento ao meu redor, entre garfos e facas se encontrando com os pratos, percebo que a rotina da refeição reflete a dinâmica das emoções internas. É como se cada garfada fosse um momento de reflexão, uma oportunidade de processar não apenas os sabores, mas também os sentimentos que permeiam a vida de cada um ali presente.

Então, minha vez chega no momento em que o prato de comida é colocado na mesa em minha frente, me fazendo aproximar para comer, assim como todos ao redor faziam. A comida não era a melhor, mas ainda assim era saborosa, permitindo-me saborear cada garfada generosa.

[...]

A sessão com objetos era parte da terapia. Segundo a clínica, usar alguns objetos como forma de diversão ou apenas para relaxar poderia nos ajudar a controlar o nosso interior.

E assim eu fazia, colocando as miçangas em uma linha até chegar no tamanho ideal de meu pulso, e quando chegava, amarrava a linha em um nó apertado que aguentasse o peso das decorações. Estava fazendo minha segunda pulseira do dia, estava pegando gosto pela coisa.

— Bela pulseira. — a voz masculina afirma, sentando ao meu lado.

— É, espero que o futuro dono goste. — eu comento, ainda dando os últimos retoques na pulseira antes de coloca-lá em meu pulso.

Domination | Five HargreevesOnde histórias criam vida. Descubra agora