𝑂 𝑙𝑜𝑏𝑜 𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 𝑠𝑒𝑟á 𝑚𝑎𝑢 𝑠𝑒 𝑣𝑜𝑐ê 𝑜𝑢𝑣𝑖𝑟 𝑎𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑎 𝑣𝑒𝑟𝑠ã𝑜 𝑑𝑎 𝐶ℎ𝑎𝑝𝑒𝑢𝑧𝑖𝑛ℎ𝑜.
Aquela frase resumia bem a vida de Brianna.
Diferente do que sua mãe tinha sido para toda Prythian, Amarantha havia sido boa para...
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Azriel estava distraído demais com a própria dor para raciocinar onde estavam, mas mesmo em ruínas, era extremamente semelhante à Corte dos Pesadelos. Brianna o arrastava pelos corredores, com o filhote de quimera correndo atrás dos dois.
Quando ele percebeu, ele estava deitado de bruços em uma cama, que tinha o cheiro de Brianna, mesmo que fraco.
-Preciso tirar essas flechas - ele a ouviu dizer - Isso é Veneno de Sangue - comentou - Vai doer - afirmou e viu Azriel abrir as asas. Ela pegou a Reveladora da Verdade no coldre da calça dele e tocou a primeira flecha, o ouvindo chiar.
-Vá em frente - ele murmurou, contento o instinto de encolher as asas.
-Estamos no meu quarto - Brianna começou a dizer, achando que se começasse a falar, pudesse distraí-lo - Em Sob a Montanha. Aqui, por mais estranho que possa parecer, é o meu lugar de conforto. Geralmente, ou eu ando pelos corredores ou fico sentada no salão em frente ao esqueleto que um dia foi a minha mãe - cortou a primeira flecha, e o ouviu gemer de dor, enquanto começava a cortar a outra flecha - Eu consigo vê-la, se eu desejar - comentou - Consigo ver todos que já partiram, se eu quiser, e pra que parte do mundos dos mortos eles foram.
-Parte do mundos dos mortos? - Azriel murmurou.
-Sim - Brianna respondeu, partindo para a terceira flecha após um murmúrio de dor de Azriel - São cinco níveis, o Reino da Transição, onde as almas se ajustam à sua nova realidade e são preparadas para as próximas etapas de sua jornada após a morte. Pelo que eu vi, ele tem uma atmosfera nebulosa e etérea, onde as almas são recebidas por guias espirituais e são orientadas sobre o que esperar em seus próximos passos - explicou - O Vale dos Espíritos, onde enfrentam desafios pessoais e emocionais para purificar suas essências antes de avançar para níveis mais elevados. É um lugar de autoconhecimento e crescimento espiritual, onde as almas confrontam seus próprios medos, arrependimentos e traumas do passado. O Reino da Memória Eterna, que é um lugar de memória e contemplação, onde as almas revisitam momentos significativos de suas vidas e recebem insights sobre lições aprendidas e experiências acumuladas. Segundo o que me mostraram, esse nível é caracterizado por paisagens oníricas e visões simbólicas, onde as almas são incentivadas a encontrar paz e aceitação em relação ao seu passado. O quarto nível é chamado de o Céu dos Justos, Este é o ponto mais alto do mundo dos mortos, reservado para as almas que viveram vidas de virtude e bondade. É um lugar de recompensa e felicidade eterna, onde as almas desfrutam da presença de entes queridos, da harmonia com o universo e da realização espiritual completa. O Céu dos Justos é caracterizado por uma atmosfera celestial e luminosa, onde as almas encontram a paz e a plenitude que tanto almejaram em vida - passou para a quarta flecha - E, o quinto e o último nível é chamado de Abismo dos Perdidos, que é um lugar de escuridão e tormento, onde as almas enfrentam as consequências de seus atos e são atormentadas por suas próprias escolhas. O Abismo dos Perdidos é caracterizado por paisagens sombrias e assustadoras, onde as almas são confrontadas com seus piores medos e sofrimentos.
-Quem decide para onde as almas vão? - Azriel perguntou.
-Eu nunca cheguei nessa parte - Brianna respondeu - Minha mãe ainda está no nível três - comentou despreocupadamente - Mas, acho que ela em algum momento vai pro cinco - encolheu os ombros, partindo para a quinta flecha.
-Consegue saber onde todos estão? - indagou.
-Geralmente, sim - ela respondeu, partindo para a sexta e última flecha - Quer que eu procure alguém?
-Minha mãe - ele respondeu e ela assentiu, ainda focada nas flechas, mas Azriel conseguia sentir o ar na sala pesando.
-Sua mãe... Está viva, Azriel - Brianna respondeu, tirando a última flecha, e o viu franzir o cenho - Ela não está em nenhum dos níveis, o que significa que ela ainda está viva - ela explicou e o olhar de Azriel fixou-se na parede do quarto, e Brianna sentiu uma pontada em seu peito, e uma torrente de emoções que não eram suas.
Ela se afastou lentamente de Azriel, que pareceu sair de seus pensamentos percebendo isso. Ele se sentou na cama, e a encarou, vendo a expressão dela fechada e as estrelas em seus olhos parecendo ter se apagado.
-Quanto tempo? - ela perguntou e Azriel franziu o cenho.
-O que? - perguntou confuso.
-Faz quanto tempo que você sabe? - ela perguntou.
-Sei sobre o que? - ele questionou novamente.
-Sobre o laço de parceria - ela respondeu e Azriel sentiu o ar faltar - Há quanto tempo sabe?
-Quase um mês - ele confessou, e os olhos de Brianna faíscaram.
-Você está escondendo isso de mim há quase um mês!? - ela rosnou e Azriel pode ouvir um trovão soar, e pode ouvir gotas de chuva caindo do lado de fora, sobre a montanha.
-Brie... - ele tentou tocá-la, mas Brianna se desvencilhou.
-Eu não quero ouvir você - ela afirmou - Não quero ouvir sobre como achava que dessa forma era melhor, que achava que eu não poderia lidar com isso ou como estava feliz com migalhas de afeto - outro trovão soou - Quem sabe?
-Ninguém, mas há suspeitas - Azriel respondeu e Brianna respirou fundo, a chuva do lado de fora aumentando - Brie, por favor - ele tentou chamá-la, mas a mesma simplesmente pegou Ranzinza no colo, virando-se sair para sair do quarto - Brianna! - ele a chamou, começando a seguir atrás dela.
-Vá pra casa, Azriel - ela respondeu, a voz controlada, caminhando até o salão.
-Brianna, por favor, vamos conversar - ele praticamente implorou e Brianna parou, respirando fundo.
-Do mesmo jeito que você não quis conversar quando o laço estalou, eu não quero agora - ela respondeu simplesmente, atravessando, e deixando Azriel sozinho, apenas ouvindo trovões retumbarem nos céus.
Eu não a fiz tendo uma reação explosiva, pois acredito que a personalidade dela seja bem controlada, então, na minha cabeça ela não faz do tipo que surta
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