Com Azriel, a escuridão era a única coisa que podia ver enquanto se debatia tentando se soltar do aperto das criaturas. As criaturas o arrastavam por um terreno sombrio e desconhecido, as garras afiadas machucando seus braços e suas asas.
Ele é carregado até uma casa em ruínas, onde, após isso, é levado até uma sala. O ambiente é opressor, as paredes parecendo se fechar ao seu redor. Ele é colocado em uma cadeira antiga e escura que range ameaçadoramente sob seu peso e tem seus pés e mãos amarrados firmemente com correntes hyberianas. Após isso, as criaturas saem da sala.
Azriel olha ao redor, seus olhos se acostumando gradativamente com a escuridão. Uma única vela tremeluzente lança sombras dançantes nas paredes, e ao longe ele consegue ouvir água pingando em uma poça.
-Azriel - uma voz maligna soa na escuridão e ele distrai sua atenção da chama da vela, que luta para permanecer acesa.
-Quem está aí?
-Sou aquele que enxerga oportunidades nas fragilidades e nas aparências - a voz respondeu - Enxergo as sombras nos corações humanos, e seu laço com Brianna é o seu ponto fraco - Azriel nem imaginava com raios aquilo que estava falando com ele sabia de seu laço com Brianna, mas aquilo não parecia significar uma coisa boa - Brianna está em perigo, e seu laço com ela pode ser usado contra você.
-O que vocês querem de mim? - Azriel perguntou, a voz repleta de determinação.
-Seu laço com Brianna é uma fonte de poder, e é diferente dos outros laços de parceria - o ser ignorou a pergunta - Uma conexão que pode ser explorada de maneiras sombrias e perigosas. Essa ligação é uma fraqueza que podemos explorar.
-Brianna não é uma fraqueza - Azriel retrucou - E se você ousar machucá-la eu juro que... - a voz o interrompeu.
-Não tenho interesse em machucá-la... ainda. Mas estou certo de que você faria qualquer coisa para protegê-la, não é?
-O que você quer? Por que está falando sobre Brianna?
-Estamos aqui para lhe mostrar o perigo que Brianna enfrenta por causa de sua ligação com você - a voz respondeu.
-Perigo? O que você está insinuando? - Azriel perguntou, a chama da vela diminuiu drasticamente, até quase se extinguir.
-Ah, isso é o que você precisa descobrir, Mestre-Espião. As escolhas que você faz determinarão o destino dela - e a voz desapareceu e a porta foi magicamente aberta.
Vendo aquilo, Azriel começa a balançar a cadeira, fazendo-a ranger e estremecer. Vendo a luz da vela tremeluzir, ele continua a lutar, usando cada grama da sua força para tentar se livrar das correntes
E então, com um estalo, a cadeira cede. Ele se levanta, sentindo os músculos doloridos. Ele saca uma adaga que permanecia escondida em um bolso falso de seu casaco e sai da sala, dando de cara com um corredor.
O corredor é opressivamente silencioso, apenas o eco de seus passos quebrando o vazio. Azriel tinha a sensação de que as paredes fechavam-se ao seu redor, uma sensação palpável de isolamento que parecia estar além do físico.
Ele segue avançando, a luz parecendo distorcer-se a cada passo. Ele pisca, seus olhos novamente acostumando-se à escuridão. E quando seus olhos se habituam a baixa iluminação, ele vê: Brianna, à sua frente, como uma miragem.
Seus olhos se encontram, e Azriel é capaz de sentir agulhas perfurando seu coração ao ver lágrimas nos olhos dela. Mas aquela não era a Brianna que ele havia conhecido. Era uma imagem distorcida, uma ilusão sombria.
Brianna estende a mão trêmula em sua direção, os lábios movendo-se como se quisesse dizer algo, mas nenhum som sai. Ele se aproxima, tentando alcançá-la, mas algo em seu interior avisa que algo está errado.
Quando ele percebe isso, a imagem desaparece. Ele se vira para a esquerda, e a vê novamente. Brianna estava lá, pálida e ferida, envolta em uma aura de tristeza e traição. Seus olhos encontraram os dele, mas o olhar refletido naqueles olhos azuis estava repleto de dor e desconfiança.
À direita, outra ilusão de Brianna começava a surgir. Ela estava deitada, imóvel no chão, os olhos vazios encarando o infinito. Ele tenta avançar para alcançá-la, mas cada passo era como chumbo.
Enquanto Azriel está imerso naquelas ilusões, sua mente turbulenta é sacudida por uma colisão abrupta. Seu corpo é empurrado pra trás, chocando-se com algo sólido e quente. O impacto é forte o suficiente para quebrar seu ciclo de visões distorcidas pelas ilusões, trazendo-o de volta para a realidade com um sobressalto.
Ele pisca, tentando se orientar, e é quando sua visão foca em quem está na sua frente, e um misto de choque e alívio invade seu corpo.
-Brianna? - sussurra ele, sua voz rouca com a emoção acumulada. Ele a segura pelos ombros, como se certificando de que ela é de fato real.
-Oi - ela respondeu - É bom ver você sem larvas saindo pelos globos oculares - ela comentou.
O toque dela, a solidez de seu corpo, é como um âncora que o puxa de volta para a realidade. As ilusões que o haviam atormentado começam a desvanecer, perdendo sua influência sobre ele à medida que a presença de Brianna se torna mais forte.
Azriel a abraça com força, sentindo a batida do coração dela contra o seu. Ele fecha os olhos. Ela demora um pouco, mas corresponde, e ele relaxa, deixando-se envolver pelo calor reconfortante de seu abraço.
-Como me encontrou? - ele perguntou.
-Usei o laço - Brianna respondeu - Eu usei ele para encontrar e seguir o rastro o seu rastro e - deu uma pausa - Foi aí que as ilusões começaram. Elas brincaram com a minha mente, tentaram me distrair e me fazer duvidar do que era real. Eu tive que aprender a discernir o que era real e o que não era, e então, finalmente, te encontrei. Vi você preso nas ilusões, lutando para se libertar. Usei meus próprios poderes ligados à escuridão para criar uma barreira entre as ilusões e a realidade - apontou - E estamos dentro dela nesse exato momento - apontou - Mas, eu tenho a impressão de quanto mais tentamos sair de Hybern, mas entramos no reino.
-Seu pai deve estar surtando - Azriel murmurou, e então, o ambiente começou a se tornar cada vez mais escuro - Brie?
-Não sou eu - Brianna se defendeu, mas sua voz parecia distante, como se estivesse se perdendo ali.
Azriel sente suas percepções se distorcendo. Ele estende a mão na direção de Brianna, mas seus dedos não conseguem alcançá-la. Sua mente luta para entender o que está acontecendo, mas a escuridão é implacável.
E então, como se fossem envolvidos por um véu de inconsciência, Brianna e Azriel desmaiam, caindo em um torpor profundo.
Capítulo novo na área!
Não se esqueça de deixar o seu feedback e a sua estrelinha *-*
Volto em breve!
Ps: Prometo que estou tentando responder/curtir os comentários de vocês, mas não está sobrando muito tempo 😬
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Savage Daugther - Hiatus
Fantasi𝑂 𝑙𝑜𝑏𝑜 𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 𝑠𝑒𝑟á 𝑚𝑎𝑢 𝑠𝑒 𝑣𝑜𝑐ê 𝑜𝑢𝑣𝑖𝑟 𝑎𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑎 𝑣𝑒𝑟𝑠ã𝑜 𝑑𝑎 𝐶ℎ𝑎𝑝𝑒𝑢𝑧𝑖𝑛ℎ𝑜. Aquela frase resumia bem a vida de Brianna. Diferente do que sua mãe tinha sido para toda Prythian, Amarantha havia sido boa para...