22

1.2K 63 0
                                    

Ricardo Souza 🍁

Dês de muito tempo que eu penso em sair do crime tá ligado? Parei de fazer missão grande e tudo. Não entrei p crime por necessidade, nunca precisei por isso. Minha mãe sempre trabalhou p me dar um futuro bom, mas eu via os caras ostentando dinheiro nos bailes, mulheres aos seus pés. O crime é ilusão

Mas na real não é nada disso, entrar p crime tem seus lados ruins, inimigos, sua família exposta, ser preso a qualquer momento ou morto a qualquer momento.

Meu pai era um alcoólatra, bebia e batia na minha mãe, ele começou a usar drogas e morreu de overdose.
E os caras da boca iam sempre lá em casa cobrar a grana, o dinheiro que a minha mãe tinha era p colocar comida dentro de casa e pagar as contas. Minha mãe um certo dia saiu de casa cedinho falando que iria na boca tentar negociar com o antigo dono da nova Holanda.

Eu tinha meus 12 anos de idade e estava assistindo aqueles desenhos que passavam de manhã sabe?

Minha mãe tinha saído umas 9 horas da manhã, já era quase meio dia e ela não voltava e eu ficava preocupado com isso.

E eu lembro como se fosse hoje a vizinha indo lá em casa me chamar.

Flashback on
17 anos atrás.

Estava assistindo desenho que estava passando na tv quando começam a bater na porta e me gritar

Levantei do sofá e fui até a porta, era a minha vizinha.

Juliana: Ricardo, tua mãe cara- falou com os olhos de lágrimas

Ricardo: o que tem minha mãe? Cadê ela ?- sai de dentro de casa indo p rua- cadê Juliana, cade minha mãe.

Juliana: mataram ela meu filho. Mas vai ficar tudo bem, confia em mim- ela veio me abraçar.

Eu chorava muito querendo minha mãe ao meu lado. A Juliana me levou até a casa dela e tentou de distrair o máximo possível.

Mas minha mente só pensava na minha mãe.

[...]

Era umas quatro horas da tarde e a Juliana tinha conseguido o corpo dela e iria levar p velar o corpo.

Eu estava chegando no local e pude ver várias pessoas do morro que tinha amizade com a minha mãe.

Eu fui entrando mais a dentro e pude ver o caixão. Minhas pernas tremiam, meu coração palpitava rápido e lágrimas corriam sobre o meu rosto.

Andei até o caixão e vi minha mãe, a mataram com três tiros no peito.

Eu via os olhares de pena p mim e eu não gostava disso.

Mas eu via minha mãe e eu sentia uma angústia no meu peito.

Passou algumas horas e iriam levar a minha mãe ao cemitério.

Ricardo: Juliana, não deixa levar minha mãe por favor - eu abracei ela- eu quero ficar com a minha mãe, eu queria estar no lugar dela.

Juliana: não fala isso Ricardo. Olha p mim- levantei meus olhos a ela- sua mãe está te olhando lá de cima agora, preciso que você seja forte e siga em frente.

Flashback off

Sinto aquela dor de perder ela até hoje, esse vazio nunca passou.

Depois que minha mãe morreu a Juliana me pegou p criar, me criou como um filho.

No começo eu não gostava da ideia dela me chamar de filho, mas fui crescendo e vendo como ela era uma pessoa firmeza e eu poderia ter ela como "mãe" .

Juliana é casada com um traficante até hoje. Eu via o marido dela chegar em casa com armas e meus olhos brilhavam quando eu via a arma e seus cordão de ouro puro.

Juliana me incentivava a estudar e trabalhar, mas quando eu fiz 16 anos parei de estudar, com 17 comecei a fumar maconha e comecei a beber e com 18 já estava me envolvendo no crime.
Comecei a fazer amizade com alguns soldados da penha e me envolvi lá, sai da nova Holanda e minha vida começou na Penha.

O marido dela sempre me alertava das coisas antes de eu começar a me envolver, mas aí eu entrei de cabeça no crime e to aqui até hoje.

***
Não se esqueça de votar e comentar!!!

𝑹𝒆𝒂𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒏𝒂 𝒇𝒂𝒗𝒆𝒍𝒂.  Onde histórias criam vida. Descubra agora