04-Início de viagem

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- Eu não vou deixar uma mulher pilotar um cavalo em minha frente! Eu não estou afim de morrer!- digo em puro choque.

Essa Bruxa é louca, só pode, primeiro ela me coloca na pura humilhação de ter que ficar na carroça junto com um monte de bugigangas e um gato preto.

Agora ela mesma pilotar um cavalo? ela está brincando com a minha sanidade.

- Se o senhorzinho não parar de falar merda, eu vou costurar sua boquinha, seu sem noção!- a mulher afinou a voz para dizer, apenas para ficar com um ar mais "inocente"

- Mas que petulância, olha como você fala comigo!- grito tentando olhar para ela, mas a parte de lona da carroça não me permitia.

- Ou você para de falar, ou eu faço um feitiço pra te deixar mudo!- ela grita e me vejo engulindo em seco.

Viro a cabeça e reviro os olhos, e logo ela dá partida.

O que pra minha surpresa foi tranquilo, sim, se eu não soubesse que era ela, acharia que era um cocheiro profissional.

- Quantos anos você tem?- pergunto esquecendo completamente do que me foi dito antes.

Contudo, ela para a carroça bruscamente, fazendo meu corpo quase ir de encontro com o "chão" de madeira.

- Qual parte você não entendeu que nós não somos amigos? Eu não suporto homens igual a você, não é por que você teve sempre o mundo aos teus pés que eu irei ser sua amiga, pare de tentar se aproximar de mim- a mulher diz totalmente irritada e volta a bater as rédeas do cavalo, fazendo-o andar novamente.

Fico alguns minutos em silêncio, mas meus olhos vão em direção ao gato, que nem mesmo havia percebido que estava em meu meu colo.

- É fêmea ou macho?- pergunto acariciando a cabeça do animal.

- Você não desiste mesmo né?- ela bufa.

- É fêmea - responde minha pergunta.

- Qual o nome? -digo vendo que a gata estava apenas com um cordão vermelho no pescoço.

- Scarlett - diz fria.

- Ah um significado?- pergunto curioso.

- Tem sim, o significado é, FIQUE QUIETO ANTES QUE EU ARRANQUE SUA LÍNGUA- ela começa calma, mas ao decorrer da frase começa a gritar, fazendo tanto eu, quanto o gato em meu colo dar um pulo.

- Por que você é tão amargurada?- pergunto sendo ignorado pela mesma.

- Conversar as vezes pode ajudar, sabia?- digo levantando o gato como se estivesse falando com ele.

- Sabe o que iria me ajudar muito?- ela diz em um tom forçadamente simpático.

- Hum?

- Uma adaga bem afiada no seu pescoço, e seu coração em uma bandeja pronto para o meu próximo ritual - ela diz como se não fosse nada.

- Você nunca teve amigos não eh?- falo ouvindo o mais puro silêncio.

- Essa é a última...vez que eu te aviso, cala a merda da sua boca, seu indigente dos infernos.- me arrependo de ter falado, pois parece que mexeu com ela.

𝐀 𝐁𝐫𝐮𝐱𝐚 𝐃𝐨 𝐎𝐞𝐬𝐭𝐞 - ᒍᒍKOnde histórias criam vida. Descubra agora