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— Por que estamos falando de um emprego como se estivéssemos em um funeral? — Seungmin exclamou um tempo após o início da discussão, com a cabeça fervilhando.
— Porque é exatamente isso! Eu estou fodido! Fodido pra caralho! Eu posso ser um pai solteiro e agora eu não tenho emprego e não sei de onde vou tirar dinheiro e... Ai meu Deus, o Chan! Por que nenhum miserável é capaz de me ligar pra me contar se aquele filho da puta está bem ou não? — Felix reprimiu sua vontade de chorar de novo, cobrindo o rosto com as duas mãos e soltando um suspiro alto. — Perder o emprego de longe não é tão ruim quanto perder o pai da minha filha por mais que ele seja um otário.
— Olha, isso é loucura. Qual é a chance de toda essa merda acontecer de uma vez? — Hyunjin perguntou com indignação, pegando uma latinha de cerveja na geladeira e arremessando outra para Seungmin.
— Você está falando da minha vida, então é óbvio que pode acontecer e até mesmo piorar — retrucou Felix, amargo. — O meu chefe ainda teve a coragem de insinuar que estava me fazendo um favor porque logo eu vou ter um bebê e preciso me dedicar a cuidar dele.
— Que sexista do caralho — soltou Seungmin, irritado. — Só por que você está grávido, não significa que você se tornou um inválido. Essa sociedade machista patriarcal capitalista faz as pessoas parecerem peças que são facilmente substituíveis em uma máquina. É só descartar e colocar qualquer merda no lugar. Não é atoa que acham que homens tem que ganhar mais. E... e pior! Pessoas como Felix estão à margem de direitos baseados em gênero. Sério, eu quero explodir.
— Hyung, você está vermelho, vai realmente explodir — Jeongin contemplou enquanto sentado no braço da poltrona onde estava Seungmin, pegando a latinha dele para encostar em sua pele com o objetivo de fazê-la esfriar. — Olha, está tudo bem... Eu realmente acho um absurdo, mas... provavelmente o Lix teria que sair desse emprego mesmo, até porque não faz sentido ele trabalhar até o oitavo mês de gestação se ele não vai ter nenhum direito só por ser transgênero. Além do mais, como eles planejavam que Lix pudesse cuidar da Eva e voltar ao trabalho em... sei lá, vinte dias caso conseguisse pelo menos a licença paternidade que é ridiculamente curta como se só quem pariu tivesse que criar a criança sozinho?
— Mas... mas isso não muda o fato de que eu preciso de dinheiro — choramingou Felix, apesar de concordar com tudo o que foi dito. — Não dá pra eu criar a Eva com brisa.
— E é por isso que nós estamos aqui — declarou Hyunjin. — Quer dizer... eu posso pegar umas aulas extras e limpar uns instrumentos.
— E eu posso pegar outro turno lá na Aprille Gas Garage. Sempre aparece uns desavisados de madrugada com vazamento de óleo ou com o escapamento fodido — disse Seungmin.
— Eu posso começar a ofertar manutenção para computadores e videogames. Sempre tem alguém tentando rodar jogos de PS5 em um PS1 — Jeongin sorriu. — E eu tenho o meu trabalho no mercadinho, então acho que... passar fome, nós não vamos.
— E quando o Chan acordar, vamos pedir uma pensão alimentícia pra ele aprender que fazer filho não é algo barato — resmungou Seungmin, cruzando os braços.
Os olhos de Felix estavam cheios de lágrimas; ele se sentia como o protagonista de alguma série infantil sobre amizade, como Backyardigans.
— Vocês não existem — ele fungou, emocionado, se sentindo sortudo, apesar do desastre que era a sua vida. — Eu nunca vou esquecer disso.
— Se chorar, eu juro que vou chorar também — proferiu Hyunjin, se levantando para abraçar Felix. — Não se preocupe... Nossa família anal sempre encontra um jeito.
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VERÃO AUSTRALIANO | CHANLIX
Fiksi PenggemarFelix vive uma vida desafiadora, lutando contra os padrões sociais que o definem. Com uma banda de rock, um emprego insatisfatório e uma identidade de gênero questionada, ele se sente perdido na sociedade conservadora. Tudo muda quando Bang Chan ent...